Resenha crítica - As barreiras da burocracia - setor elétrico - CNI
Por: Pelicula74 • 10/9/2016 • Resenha • 692 Palavras (3 Páginas) • 400 Visualizações
A energia represada
As barreiras da burocracia: o setor elétrico
Alexandre Pellicel
O Brasil tem uma das estruturas burocráticas mais pesadas do mundo. O relatório do Banco Mundial de 2015 apresenta o Brasil em 116º lugar no ranking de ambiente de negócios. Este levantamento engloba 189 países. Entre vários quesitos a facilidade de instalação de energia elétrica figura como um item importante na avaliação.
"Uma economia moderna não pode funcionar sem regulação e, ao mesmo tempo, ela pode levar a uma paralisia se a regulação for precária e pesada", afirmou Kaushik Basu, economista-chefe do Banco Mundial.
A burocracia no setor elétrico brasileiro acarreta em custos que oneram o consumidor e enfraquece a competitividade das empresas do país. Segundo o estudo As Barreiras da Burocracia: o Setor Elétrico, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as limitações burocráticas estudadas terão um impacto de R$ 6,1 bilhões sobre as empresas do setor em 2016. Resultado principalmente do atraso na conclusão de obras e da gestão da burocracia nas áreas tributária e regulatória.
O estudo da CNI identifica as barreiras burocráticas no setor elétrico com o objetivo de aprimorar o planejamento no setor e acelerar a conclusão de novos projetos de geração. Este trabalho também oferece propostas para solucionar ou mitigar os problemas. Ao citar que o estudo estima de maneira não exaustiva, supõe-se futuras complementações.
"O custo da energia é determinante para a competitividade da economia. Processos mais ágeis, eficazes e menos onerosos no setor transbordam para toda a economia”, afirmou Mônica Messenberg, diretora de Relações Institucionais da CNI.
O estudo investigou as fontes de burocracia e os problemas que dela decorrem no planejamento, licenciamento e execução dos projetos de geração. Como forma de dar ênfase e fixar os conceitos abordados, o trabalho apresenta de diversas maneiras os mesmos quesitos. Essa característica torna a apresentação dos temas repetitiva sem, no entanto afetar a importância do trabalho. A partir dos achados, o estudo demonstra quais entraves influenciam em quais etapas do ciclo de vida dos projetos e nos elos produtivos do setor elétrico.
Segundo o estudo, os desafios se encontram, sobretudo, nas etapas de planejamento da expansão do sistema, no licenciamento ambiental, em marcos regulatório e na estrutura tributária, com os seguintes efeitos:
- Atrasos na conclusão dos empreendimentos do setor, que implicam em atrasos nas receitas das geradoras, na obrigação de honrar contratos de compra e venda de energia e multas;
- Gestão regulatória, de tributos e de encargos, que implica em custos adicionais com funcionários e gestores; com obrigações acessórias, softwares e terceirização de serviços; e gastos do governo com o processamento dos impostos;
- Lentidão na adaptação da regulação a novas demandas, que implicam na obrigação de comprar energia no mercado de curto prazo para suprir a indisponibilidade de energia;
- Instabilidade regulatória, que implica na queda de mercado de empresas do setor.
A quantificação dos impactos da burocracia no setor elétrico dá conta de valores bilionários conforme tabela abaixo:
IMPACTO DA BUROCRACIA NO SETOR ELÉTRICO (em R$ bilhões) | |||
2015 | 2016 | 2017 | |
Atrasos na conclusão dos empreendimentos do setor | 5,4 | 3,9 | 5,3 |
Gestão regulatória de tributos e de encargos | 1,3 | 1,3 | 1,3 |
Lentidão na adaptação da regulação | 0,7 | 1,0 | 1,4 |
TOTAL | 7,4 | 6,1 | 7,9 |
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