Saude e meio ambiente
Por: samylemo • 19/4/2016 • Trabalho acadêmico • 520 Palavras (3 Páginas) • 167 Visualizações
Engana-se, quem pensa que poluição é problema apenas dos grandes centros urbanos. Há mais ou menos 35 anos atrás, em uma pequena cidade do interior paulista, rica pela cultura da laranja, as consequências da poluição das águas já fazia suas vitimas.
Naquela época, ainda criança, costumava brincar nas nascentes do rio “Cachoeirinha”, capturando exemplares de peixes coloridos para enfeitar os aquários. Quando criança, jamais poderia imaginar que águas onde abrigavam peixes tão delicados e encantadores, pudesse ser um ambiente de tamanho risco. Foi nesta época, que fui acometido por uma doença conhecida como “amarelão”, a hepatite A, que debilitou meu fígado deixando sequelas até os dias de hoje.
Fazendo algumas leitura observei um trabalho de pesquisa (CLEMENTS et al¹, 2000), que a avaliava a soroprevalência para as hepatites A e B no Brasil, onde o autor encontrou um índice de 64,7% de prevalência para a hepatite A, ou seja, mais da metade dos indivíduos haviam em algum momento da vida pego a doença. Neste mesmo trabalho, observo uma citação (CLEMENTS et al¹, 2000 apud ZANETTA², 1996) onde o autor conclui que a média de idade em que ocorre a infecção e de 6 a 7 anos, idade que me encontrava quando fui acometido por esta moléstia.
Sabemos que a Hepatite A é causada por um vírus, seu contágio ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminado, com matéria fecal de outra pessoa portadora da doença. No local onde costumava brincar tínhamos a informação que deveria ser lançado apenas águas pluviais, mas seu fluxo era sempre constante, o que nos leva a acreditar que algum esgoto clandestino poderia estar sendo lançado também.
Em outro artigo a qual pude fazer a leitura, o autor (SILVA et al.³,2007 apud RICHTER; AZEVEDO⁴, 1991) descreve em suas citações, que se a transmissão ocorre pela água, esta deve ser submetida ao processo de descontaminação, ou seja antes de ser lançado nos afluentes todo esgoto deve ser tratado.
Na época o tratamento de esgoto na cidade só ocorria em um setor, e o mais espantoso é que hoje, 35 anos depois, continua da mesma maneira. Menos da metade do esgoto, de uma cidade no coração de São Paulo, não recebe tratamento adequado, sendo laçado, “in natura” no afluente que nasce dentro da cidade, já com suas águas poluídas;
Uma nascente, que era para ser orgulho da cidade é para nós moradores motivo de vergonha.
Referências Bibliográficas
1. Clemens SAC, Fonseca JC, Azevedo T , Cavalcanti A, Silveira TR , Castilho MC e Clemens R. Soroprevalência para hepatite A e hepatite B em quatro centros no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 33(1):1-10, jan-fev, 2000.
2. Zanetta DMT, Azevedo-Neto RS, Silveria ASB, Nokes DJ. Seroprevalence of hepatitis A in a community of Sao Paulo, Brazil. In: Abstract of 7th International Congress for Infectious Disease Hong Kong 10-13 June, 1996.
3. Silva LM, Souza EH, Arrebola TM e de Jesus GA. Ocorrência de um surto de hepatite A em três bairros do município de Vitória (ES) e sua relação com a qualidade da água de consumo humano. Ciência & Saúde Coletiva, 14(6):2163-2167, 2009.
4. Richter C, Azevedo JM. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São Paulo: Ed.
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