Os Princípios da Informação
Por: Lauro Victor • 1/10/2019 • Trabalho acadêmico • 2.994 Palavras (12 Páginas) • 125 Visualizações
É possível fazer ciência em uma sociedade sem ciência?
Uma análise crítica sobre a fragilidade do conhecimento.
Hichard W. dos S. Silveira
R.A. 11201810979
UFABC - Bacharel em Ciências e Tecnologia
São Bernardo do Campo
hichard.wendell@aluno.ufabc.edu.br
Lauro Victor M. Rodrigues
R.A. 11201810489
UFABC - Bacharel em Ciências e Tecnologia
São Bernardo do Campo
lauro.victor@aluno.ufabc.edu.br
Resumo - Este artigo evidencia a fragilidade do conhecimento a partir da construção de um pensamento que elucida a existência da incomunicação acadêmica e a social, ou seja, a existência do apartamento da sociedade científica com relação aos demais. Assumindo, real essa divisão, serão enumerados tópicos, por meio dos quais será iniciada a construção da dorsal desta tese. Abordando como consequência desta distância o surgimento de pensamentos anti científicos. Desta forma, através da conexão entre o paradoxo educação e aprendizado com os pensamentos apresentados, dissertaremos sobre a transitoriedade do conhecimento.
Keywords— Ciência e sociedade, Incomunicação acadêmica, anticiência, educação e aprendizado, fragilidade do conhecimento.
I. Introdução
Ao longo da história a humanidade evoluiu se adaptando ao meio em que vivia. Com isso adquirimos a capacidade de nos comunicar por meio da fala, o que nos permitiu propagar conhecimento de forma mais eficiente, e prontamente desenvolvemos a escrita como forma de perpetuar o conhecimento tornando-o mais fidedigno e acessível, isto viabilisou o acúmulo de ciências e abriu a porta para uma gama de possibilidades a respeito do desenvolvimento social.
Tendo a disposição a capacidade de acumular sabedoria de forma eficiente, estes ideais foram se tornando cada vez mais acessíveis e convertidos em benefícios para a humanidade. Todavia, em nossa sociedade contemporânea o fácil acesso à informação tornou-se algo que devemos nos atentar, haja vista que não há problemas na divulgação de informação, entretanto, a problemática é antagônica, ou seja, devido a expansão desenfreada de informação, enfrentamos dificuldades para selecionar fontes confiáveis e mesmo que sejamos capazes de alcançar uma fonte de informação confiável, ainda existe um distanciamento entre a forma como a ciência é publicado e a maneira como o grande público consome a informação.
II. Incomunicação acadêmica e social
Segundo dados levantados pelo IBOPE no ano 2018, aproximadamente 29% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais, ou seja 1 em cada 4 brasileiros não possui a capacidade de interpretar textos simples. Levando isso em consideração, fica fácil compreender a razão pela qual o meio científico acadêmico não é compreendido pela população geral. Nos distanciamos das massas utilizando termos difíceis e mídias cujos acessos são limitados e ilhamos cada vez mais os acadêmicos. Desta forma perdem a confiança da população, que desamparada busca consolo em outras fontes de informação.
A. Causa
Desde fundação da primeira academia, a academia platônica, século IV antes de cristo, nos subúrbios de atenas tínhamos a concentração do conhecimento entre poucos estudiosos e a despretensiosidade destes quanto aos demais. Podemos afirmar que, hoje enfrentamos um problema análogo a este, pois quando levamos em em consideração as escolas públicas Brasileiras, matérias fundamentais, como por exemplo a matemática, não são total aplicadas, desencadeando um déficit de conhecimento. Como exposto pelo MEC em 2018, 7 em cada 10 alunos, têm nível insuficiente de português e matemática. Assim, futuramente o jovem enfrentará extrema dificuldade em adquirir conhecimento e desenvolver uma maiêutica em que possa argumentar e se questionar diante dos problemas exposto, estes acabam não tendo incentivo e inviabilizando a comunicação entre o público comum e especialistas em áreas acadêmica.
Das mesma forma, podemos apontar a falta de conexão entre as publicações e as pessoas as quais estas interessam, mesmo que indiretamente. Pesquisas importantes como a necessidade e importância do saneamento básico, não tem penetração suficiente nas mídias para atingir e impactar o público que seria diretamente afetado pelos seus resultados e apontamentos.
Outrossim, a desigualdade de acesso à educação permite que o desenvolvimento social e a busca por conhecimento seja, de certo modo, limitado. Desta maneira, corremos o risco de alienar a massa menor, quando apresentamos a elas apenas um conhecimento mínimo. Logo, esta “minoria” torna-se limitada e de fácil doutrinação, pois é apresentada a si apenas o que é conveniente para aqueles que selecionam a informação que lhes é apresentada, estes que por si só são distante da massa, perpetuando a difícil relação entre sociedade e academia e, assim, facilitando a expansão de conhecimentos não embasados.
B. Desdobramento
No desenrolar desse desentendimento, temos como resultado analfabetos científicos cuidando de assuntos da ciência.
No começo do ano de 2019 o então ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez, foi incluído da árdua tarefa de elaborar soluções para a educação brasileira, passado 6 meses desde sua posse, este deveria apresentar estas soluções, todavia, Velez, apresentou como solução 2 slides feitos em powerpoint enumerando um ou outro problema e nenhuma solução. Passado algum tempo deste evento Vélez, foi substituído por Abraham Weintraub, que não demorou muito para trazer a nota teorias conspiratórias e infundadas sobre o governo e a educação em seus discursos oficiais.
O pilar ético da ciência é tornar conhecimento público, tendo isso em mente, podemos enquadrar como deterioração da ciência no país o ocorrido em julho de 2019 quando dados divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontaram índices alarmantes da progressão do desmatamento no país, mas ao contrário da reação esperada de represália ao responsáveis pelo desmatamento, observamos uma ação inesperada por parte dos nossos gestores. O responsável pela divulgação da informação foi demitido e em momento algum a destruição foi levada em consideração, apenas os danos a aparência dos gestores.
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