A Dificuldade de inserção de um código aberto no Brasil
Por: Frederico Gardona • 9/10/2018 • Artigo • 1.879 Palavras (8 Páginas) • 270 Visualizações
Tese: “A dificuldade de inserção de um Código Aberto no Brasil”
Introdução
No mundo, o Open Source (Código aberto), é um instrumento que vem sendo muito utilizado. Essa ferramenta nada mais é que um “código aberto” na tradução ao pé da letra. Mas o que seria esse código aberto? É realmente a abertura, grátis, da sua invenção para os outros, incluindo seu código fonte. Com ele, as tecnologias avançam mais rapidamente, pois o código aberto não é aberto somente para o próprio idealizador, que está tentando melhorá-lo, mas para todos que se mostrarem interessados, porque esses também tem acesso aos códigos do programa, por exemplo. Melhorando seu código, lança-se um novo posteriormente. Seria um “plágio consentido”.
O Total Costs of Ownerships (TCO), ou custo total da propriedade, é um estudo que visa identificar todos os custos de um produto, seja um custo direto ou indireto. Com ele, podemos mensurar o custo total (sem contar muitos imprevistos) do projeto, desde a produção do processo até custos posteriores, como: suporte técnico, treinamento, customização, etc.. Ele é muito importante, não somente para o Open Source.
O Brasil ainda é “prematuro” quando falamos de Open Source, porém o que esperamos é que cheguemos em breve a um nível aceitável de inserção de programas OS nas empresas brasileiras.
Resumo
O artigo irá explicar o porquê das muitas dificuldades encontradas nos desenvolvedores de Open Source e da inserção de tal modelo aqui no país. Já se sabe que o país possui muitos impostos e de certa forma, falta investimento na área de TI. Com isso, saber uma resposta para o sacrifício de criar e manter um Open Source é de muita valia. Levando em conta que o código aberto, tradução de Open Source, aumenta o acesso de usuários a softwares legais e eficientes.
Artigo
Há muitos anos, não era possível imaginar estarmos vivendo num mundo onde a globalização fosse algo tão presente em nossas vidas. Tanto que globalização, nem existia como palavra. Entretanto, o mundo evoluiu e está sendo globalizado. O Brasil ainda sofre para entrar totalmente nesse cenário. O país não consegue acompanhar o ritmo de globalização dos demais países, principalmente os desenvolvidos.
Já há algum tempo, o Open Source vem sendo utilizado no mundo. Pois bem, não vamos entrar muito na definição de Open Source, mas sim no estudo do TCO para alavancar o Open Source numa empresa brasileira, visto que o código aberto não é bem aceito pelos idealizadores de softwares, aqui no Brasil, afinal, o país contém muitas barreiras e não possui investimentos na área como os EUA por exemplo. Abordaremos os motivos dessa má aceitação no Brasil, o porquê das dificuldades.
Primeiramente, falaremos da importância do TCO para o Open Source no Brasil. No Brasil, não só no Open Source, o TCO é algo muito difícil de fazer, pois aqui temos muitos impostos, muitas barreiras fiscais. Quando o desenvolvedor acha que já está completo, percebe que falta cumprir mais uma lei, por exemplo. Uma vez realizado um TCO, devidamente analisado, os idealizadores de um projeto vão em busca de um patrocinador ou financiador de tal. Esse financiador/patrocinador estuda o projeto e dá sua avaliação, positiva ou negativa, aceitando ou não patrocinar/financiar o projeto. O TCO é peça fundamental também para o monitoramento do processo, ou seja, monitorar -> melhorar -> reduzir custos -> otimizar tempos -> maior atração de investidores.
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Imagem retirada de: http://pt.slideshare.net/gleisonlf/projeto-de-mestrado-13003846
Apesar do governo brasileiro ser o pilar do mercado de softwares Open Source no país, o maior financiador e às vezes patrocinador, pesquisas da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), feitas pela IDC (International Data Corporation), e divulgados em agosto do ano passado, na ABES Conference 2014, em São Paulo, mostraram que os softwares e serviços voltados ao open source responderam por US$1,192 bilhão, ou 4,6% do total produzido na área de software (com serviços) no país em 2013. Apesar de acharmos o valor considerável, US$1,192 bilhão, analisando no montante, são apenas 4,6% de investimento, o que fortalece a fala de que é um investimento ínfimo.
Segundo o site “Convergência Digital” do “UOL”, “o estudo revela também que faltam profissionais qualificados para atender às demandas de desenvolvimento e de prestação de serviços do setor. O levantamento também destaca que, por falta de especialistas, as empresas interessadas no open source bucam os fornecedores de maior porte, o que fez sucumbir uma série de prestadores de menor poder econômico. ”
O próprio governo não dá o exemplo para ninguém. Nele, o grau de adesão de softwares livres, por exemplo, é minúsculo. Representantes do Comitê de Implementação do Software Livre (CISL), durante apresentação de palestra na VII Conferência Latino Americana de Software Livre (Latinoware 2010), admitiram, pela primeira vez, que o governo tem dificuldade em implementar a política de uso dos programas de código aberto. "Alguns órgãos ainda não seguem as diretrizes do Governo Federal", relatou Paulo Pastore (Serpro). "Existem órgãos que nem sequer têm conhecimento (do software livre). Mas nas universidades essa adesão está bastante apurada, pois é um público bastante avançado para a mudança", completou. O CISL fez um levantamento com 233 órgãos federais. Apenas 129 responderam ao questionário, que abordava o grau de uso de softwares livres, entre as opções: Inexistente; inicial; em andamento; e uso majoritário. 50% dos órgãos da administração pública utilizam sistemas de correio eletrônico livre. Um exemplo de software livre brasileiro: BrOffice.
“Entre os bancos oficiais, a Caixa Econômica Federal foi quem mais aplicou programas de código aberto. Com exceção do Correio Eletrônico, a CEF já utiliza ou está em fase de implementação do software livre, nos servidores de Internet, nos sistemas de informação, desktops e suítes de escritórios. Na contramão está o Banco do Nordeste, que informou que está implementando software livre apenas em suítes de escritório. Já o Banco do Brasil ainda não aplica software livre em correio eletrônico e servidores de Internet. ”
“A Receita Federal do Brasil também apresentou baixo volume de aplicação de sistemas em código aberto. Dos cinco itens consultados, a Receita deixou de responder se usa ou não software livre para Correio Eletrônico, Servidores de Internet e Sistemas de Informação. Apenas alegou que está implementando código aberto nos desktops utilizados pelos funcionários e que utilizará suíte de aplicativos. ”
"Nosso objetivo, nos próximos quatro anos, é chegar num momento irreversível, quando os próprios servidores passem a defender e a utilizar naturalmente o software livre. Chegar a uma adesão 100% é quase impossível”, disse Júlio Neves, da coordenação do CISL. "Em 2008, apenas, o Governo Federal economizou em torno de R$ 380 milhões com a utilização de software livre", revelou Julio Neves. ”
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