A Geologia Regional
Por: ane_galega82 • 12/5/2015 • Resenha • 2.968 Palavras (12 Páginas) • 330 Visualizações
- Geologia Regional
Geologicamente, o Estado do Amazonas é caracterizado por uma extensa cobertura sedimentar fanerozóica, distribuída nas bacias Acre, Solimões, Amazonas e Alto Tapajós, que se depositou sobre um substrato rochoso pré-cambriano onde predominam rochas de natureza ígnea, metamórfica e sedimentar (CPRM).
A história geológica da Bacia do Amazonas inicia com a formação do Supercontinente Gondwana. Este supercontinente foi gerado no final do Pré-Cambriano, através da movimentação e colisão de placas tectônicas compostas pelas atuais placas da América do Sul, África, Madagascar, Índia, Antártica e Austrália (Scotese & Mckerrow, 1990). O Gondwana sofreu diversos tectonismos concomitantes a eventos vulcânicos, magmáticos e metamórficos, durante o Proterozóico superior e início do Fanerozóico. Tais movimentações deram início a uma subsidência tectônica onde se encontrava o Cráton Amazônico. Este evento de subsidência gerou o proto-rifteamento da Bacia do Amazonas, atualmente registrado pela sucessão sedimentar aluvial, fluvial e lacustre do Grupo Purus, no Proterozóico superior, que é o primeiro registro de rochas sedimentares da bacia.
A Bacia do Amazonas é uma bacia sedimentar intracratônica que ocupa uma área de aproximadamente 500.000 km2, com uma evolução geológica de cerca de 500 Ma. É situada na região norte do Brasil, entre os Estados do Pará e Amazonas. A seção sedimentar paleozóica é limitada por dois escudos Pré-Cambrianos, o das Guianas a norte e o de Guaporé ao sul do Cráton Amazônico. A leste separada da Bacia de Marajó pelo Arco do Gurupá e a oeste separada da Bacia dos Solimões pelo Arco de Purus. (ANA KARINA SCOMAZZON)
[pic 1]
As primeiras rochas sedimentares paleozoicas ocorrem no Ordoviciano superior e siluriano, sendo representadas pelo Grupo Trombetas, Formações: I) Autás-Mirim, com arenitos e folhelhos neríticos; II) Nhamundá, com arenitos neríticos e depósitos glaciogênicos; III) Pitinga, com folhelhos e diamictitos marinhos e IV) Manacapuru, com arenitos e pelitos neríticos e litorâneos. A deposição dessas rochas, segundo Cunha et al. (1994), ocorreu alternando sedimentos glaciais e marinhos com ingressões de leste para oeste, posicionando-se sobre o Arco Purus, o qual impedia a conexão com a Bacia dos Solimões (localizada a oeste da Bacia do Amazonas). Já no limite leste da Bacia do Amazonas a sedimentação ultrapassou o Arco de Gurupá, conectando-se com as bacias do noroeste africano.
No devoniano após, a discordância relacionada a Orogenia Caledoniana, ocorreu um novo ciclo transgressivo-regressivo com sedimentação marinha e novas incursões glaciais, também sem conexão com a Bacia de Solimões mas que se estendeu até as bacias africanas. Esse ciclo abrange o Grupo Urupadi, Formações: I) Maecuru, com arenitos e pelitos neríticos e deltaicos e II) Ererê, com siltitos, folhelhos e arenitos neríticos e deltaicos e o Grupo Curuá, Formações: I) Barreirinha, pacote de 250 metros de espessura de folhelhos negros de transgressão marinha global, considerado como registro de máximo paleobatimétrico da bacia; II) Curirí, com diamictitos, folhelhos e siltitos de ambiente glacial; III) Oriximiná, com arenitos e pelitos de ambiente fluvial regressivo e IV) Faro, com arenitos e flúvio-deltaicos. No final desse ciclo, devido a Orogenia Eo-Herciniana, houve um recuo do mar e em consequência disso a bacia sofreu um extenso processo erosivo.
Com o final da Orogenia Eo-Herciniana registrou-se um novo ciclo transgressivo-recessivo entre o Pensilvaniano e Permiano, associado a mudanças climáticas significativas de frio para quente e árido. Esse ciclo corresponde às rochas do Grupo Tapajós, Formações: I) Monte Alegre, com arenitos eólicos e rios deserto (depósito de wadis: rios sazonais), intercalados por siltitos e folhelhos de interdunas e lagos e delgados depósitos carbonáticos no topo; II) Formação Itaituba, com espessos pacotes calcários predominantemente de inframaré, intercalados com depósitos evaporíticos mais espessos em direção ao topo da formação; III) formação Nova Olinda, com evaporitos de planície de sabkha (planícies salgadas costeiras), depositados durante o final do carbonífero. O Permiano é marcado pela Formação Andirá, que registra o final desse ciclo e é caracterizada por uma sedimentação continental, com siltitos, arenitos e folhelhos avermelhados, com raros níveis de anidrita e calcário. Esses níveis evaporíticos indicam, segundo Szatmari et al. (1975) que as condições climáticas permaneciam as mesmas, mas o aumento do influxo detrítico continental era resultante do aumento do relevo causado pela Orogenia Tardi-Herciana.
Ainda no Mesozóico a bacia sofreu distensão na direção leste-oeste, gerando fraturamentos regionais e um intenso magmatismo básico na forma de soleiras e enxames de diques de diabásio. A abertura de espaços preenchidos pelos diques de diabásio está relacionada ao final dos esforços Gondwaine no Permo-Triássico. Os diques básicos Juro-Triássicos ocuparam as fraturas originadas ou reativadas durante a separação das placas das africana e sul-americana no rifteamento inicial que daria origem ao atual Oceano Atlântico.
A abertura do Oceano Atlantico Norte, durante o início do Jurássico, foi responsável por um período de intenso magnetismo na região Amazônica, chamado Magmatismo Penatecaua. Este tectonismo pré-Cretáceo foi o maior causador configuração atual dos sedimentos paleozoicos da Bacia do Amazonas. Este tectonismo causou grande soerguimento e erosão das bordas sul e norte, possibilitando o aparecimento da seção paleozoica em afloramentos nestas áreas e limitando os sedimentos cretáceos à porção central da bacia.
Com o término dos esforços compressionais, no final do Mesozóico, teve início um novo ciclo deposicional Cretáceo-Terciário registrado pelo Grupo Javari, Formações: I) Alter do Chão, com arenitos fluviais e II) Solimões, composta por rochas pelíticas contendo restos de moluscos e vegetais. Por fim, a cobertura quaternária com sedimentos provenientes da cadeia de montanhas Andina, é a última registrada na coluna estratigráfica da Bacia do Amazonas.
[pic 2]
- Localização da área estudada
Falar do munici pio e da Rodovia BR-174 entre os municípios de Manaus e Presidente Figueiredo e Rodovia estadual AM-240 (estrada de Balbina).
...