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A SÍNTESE DE CHALCONAS

Por:   •  28/10/2017  •  Artigo  •  745 Palavras (3 Páginas)  •  652 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – CAMPUS DE ALEGRE

SÍNTESE DE CHALCONAS

Maycon Jhoni Resende de Miranda

Graduando de Farmácia

ALEGRE-ES

2016

INTRODUÇÃO

Chalconas são moléculas de cadeia aberta que contêm dois anéis aromáticos ligados por um fragmento enona de três carbonos, ou seja, são cetonas α,β–insaturadas, que apresentam o núcleo 1,3-diarilprop-2-en-1-ona (Figura 1) e o esqueleto C6-C3-C6, em que um anel aromático está diretamente ligado à carbonila (anel A) e o outro ao carbono β da função olefínica (anel B) considerado privilegiado no desenho de fármacos. Biologicamente, elas também podem ser definidas como uma classe de compostos pertencentes à família das fitoalexinas, precursores da via de biossíntese dos flavonóides, encontradas largamente nos vegetais, principalmente nas pétalas das flores, onde tem um importante papel na polinização das plantas, pois sua cor amarela atrai insetos e pássaros que assim, polinizam outras plantas.

[pic 1]

Figura 1. Estrutura Fundamental das Chalconas.

Essas moléculas, teoricamente, podem existir nas conformações Z e E (Figura 2). Entretanto, diversos estudos com extratos vegetais tem demonstrado que o produto em maior quantidade isolado é o isômero trans, uma vez que são mais estáveis termodinamicamente (ORTOLAN, 2013).

[pic 2]

Figura 2. Estereoisômeros de Chalconas.

São descritos na literatura, diversos métodos de síntese de chalconas, porém a metodologia mais utilizada é a condensação de Claisen-Schmidt (Figura 3). Realiza-se, nesse método, a condensação de um benzaldeído com uma cetona apropriada em um solvente polar como metanol, com o uso de uma base como catalisador. É um método muito versátil e conveniente, que confere rendimentos muito variados (CORDEIRO, 2010).

[pic 3]

Figura 3. Condensação de Claisen-Schmidt.

Inicialmente o catalisador básico remove um hidrogênio alfa ácido da cetona, formando assim um carbânion, que pode ser estabilizado por ressonância. A reação continua através de um ataque nucleofílico do carbânion ao carbono da carbonila do aldeído, formando assim um intermediário tetraédrico (íon alcóxido). Ao ser protonado por um hidrogênio da água o íon alcóxido é convertido no produto de condensação e o meio básico é regenerado. O produto de condensação sofre desidratação básica e para que isso ocorra, um hidrogênio ácido é abstraído da posição alfa, resultando assim no íon enolato, que por equilíbrio elimina o grupo OH-, formando assim a chalcona (Figura 4).

[pic 4]

Figura 4. Mecanismo de Claisen-Schmidt.

METODOLOGIA

A formulação metodológica convencional para este tipo de condensação aldólica requeria a presença de uma base catalítica, um longo período de reação que variava de 3 a 24 horas dependendo dos substituintes dos anéis aromáticos e fornecia rendimentos moderados, variando entre 5% e 95% do produto. O desenvolvimento de novos catalisadores aumentou os rendimentos reacionais, bem como a adoção de técnicas de irradiação ultrasônica e de micro-ondas permitiu a otimização do processo sintético de chalconas. (FONSECA, 2012)

O objetivo desse trabalho é a obtenção simples, versátil e de baixo custo de chalconas com potencial farmacológico. Assim sendo, foi proposto duas metodologias: a primeira foi condensação de Claisen-Schmidt convencional com o uso de NaOH e Etanol; e a segunda foi a metodologia de Sandhu et. Al. (2010), que indica Cloreto de Bismuto III como catalizador não tóxico nas reações de condensação de Claisen-Schmidt sob condições livres de solventes (Figura 5), onde nesta abordagem, os produtos foram obtidos com rendimentos elevados, em tempos curtos de reação (10-20 minutos) e sem a formação de resíduos poluentes, assim constituindo uma forma simples e de baixo custo para a produção de chalconas substituídas.

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