ADITIVO EM GOMA DE MASCAR: ASPARTAME
Por: Helder Jolair Sarturi • 2/3/2016 • Trabalho acadêmico • 4.031 Palavras (17 Páginas) • 769 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
ADITIVO EM GOMA DE MASCAR: ASPARTAME
DISCENTES: Geodriane Z. Cassol, Helder J. Sarturi, Laina C. Costa, Lígia N.Liberal e Luciel Bueno.
DISCIPLINA: Aditivos em Alimentos
DOCENTE: Vanessa Behrends Rodrigues
Cuiabá-MT
Novembro/2015
Introdução
Goma de mascar ou mais conhecida como chiclete é originária de uma resina extraída de uma árvore denominada sapoti, sendo usada por vários povos da Antiguidade da América Central, como os maias, gregos e astecas. Esta guloseima que hoje conhecemos, o chiclete, surgiu no final do século 19, quando o norte-americano Thomas Adams deve a ideia de adoçar resinas naturais, aromatizando-a com extrato de alcaçuz.
Segundo a Resolução da ANVISA n° 03, de fevereiro de 1976, a goma de mascar são massas elásticas, mastigáveis, porém não deglutíveis, constituídas por açúcares, substâncias de uso alimentar, corantes, aromas permitidos e uma base gomosa, podendo apresentar-se sob várias formas, drageadas ou não.
Atualmente a goma de mascar é feita a partir de uma “base de goma”, com adição de açúcar, corante artificial e aromatizante. A composição exata, tanto da base de goma como da mistura como um todo, é geralmente segredo industrial, e cada marca elabora sua própria proporção. Mas os ingredientes comuns da base de goma são o látex (que pode ser de vários tipos de plantas), polietileno, acetato polivinílico, entre outros aditivos (SBRT, 2006).
Segundo Richter e Lannes (2007), existem vários aditivos empregados na indústria de balas e gomas, sendo os edulcorantes os aditivos mais utilizados para substituir a sacarose. Os edulcorantes são utilizados para dar característica de sabor doce ao alimento, porém expressa apenas sabor, uma vez que textura e aparência não se enquadram em sua função. Ainda segundo os autores, os edulcorantes mais conhecidos são: sorbitol, isomaltitol, eritritol, manitol e xilitol. Existem também os edulcorantes sintéticos, sendo que os mais conhecidos a sucralose, o ciclamato, a sacarina e o aspartame.
Conforme definido na Portaria SVS/MS nº 540 de 1997, o aspartame é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante – “substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento” e de realçador de sabor – “substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimento”.
Este aditivo apresenta, assim como muitos edulcorantes, a propriedade de potencializar o poder adoçante de outros edulcorantes, sendo amplamente usado em confeitaria, bebidas, geleias, sobremesas e outros. Caracteriza-se por possuir poder adoçante 200 vezes superior ao do açúcar, o que requer um volume muito menor de aspartame para se ter o mesmo teor de doçura da sacarose, além conter um sabor residual considerado menos intenso do que outros edulcorantes, como o ciclamato e a sacarina (ANVISA,2006).
O Aspartame foi descoberto em 1965 por James Schlatter, pesquisador dos Laboratórios de G. D. Searle (empresa farmacêutica) nos Estados Unidos. O mesmo foi desenvolvido por acaso na tentativa de se encontrar um novo medicamento para o tratamento da úlcera, porém seu consumo como aditivo alimentar somente foi liberado pela Food and Drug Administration (FDA) em 1981, após a realização de diversos estudos toxicológicos (FREITAS & ARAÚJO, 2010). No Brasil, o livre comércio de dietéticos, entre eles os que continham aspartame, só foi autorizado em 1988 (CÂNDIDO&CAMPOS, 1996).
Contudo, o objetivo do presente trabalho é de compreender os aspectos legais no pedido de aprovação ou extensão de uso de um aditivo junto à Agência de Vigilância Sanitária, como também a aplicação no uso do aspartame na produção de gomas de mascar.
1.Dados da substância
- Nome comum: Aspartamo ou aspartame.
- Nome científico ou químico: Éster metílico da L-α-aspartil-L-fenilalanina (segundo IUPAC).
- INS: 951
- IDA: O aditivo aspartame foi avaliado toxicologicamente pelo JECFA em 1981, recebendo a IDA numérica de 40 mg/Kg de peso corpóreo, o que significa que a ingestão diária aceitável para uma criança de 30 Kg é de 1200 mg de aspartame, enquanto para um adulto de 60 kg é o dobro: 2400 mg (ANVISA, 2006).
- Especificações de natureza química
• Fórmula química: Sua formula química é representada por C14H18N2O5. Quimicamente, o aspartame é uma molécula conhecida como “Equal”, composta por dois aminoácidos (N-L-alfaaspartil-L-fenilalanina-1-metil-éster), um dipeptídio esterificado sintético, composto pelos aminoácidos ácido aspártico e fenilalanina, ligados por um éster de metila (metanol) (ANVISA, 2006; ROSSO et al., 2005). O aspartame e seus produtos de degradação figuram entre os aditivos alimentares mais estudados pelo FDA (Food and Drug Administration) (STEGINK, 1987).
A fenilalanina é um aminoácido essencial, sendo encontrado em muitos alimentos, principalmente no leite e seus derivados. Os indivíduos portadores de uma deficiência rara, denominada fenilcetonúria, não são capazes de metabolizar esse aminoácido, e por isso devem restringir a ingestão de alimentos e produtos que contenham fenilalanina, bem como evitar o consumo de produtos contendo aspartame. Os produtores de alimentos com esse edulcorante em sua composição devem inserir no rótulo a advertência de que o produto “CONTÉM FENILALANINA” (ANVISA, 2006).
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