AUTORIDADE NA PRATICA DOCENTE: QUAIS AS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO
Por: Georgia Fernanda • 8/2/2022 • Trabalho acadêmico • 1.320 Palavras (6 Páginas) • 108 Visualizações
AUTORIDADE NA PRATICA DOCENTE: QUAIS AS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO
Araras
2021
INTRODUÇÃO
Historicamente a autoridade sempre foi vista como algo natural, de um pai aos filhos, do
professor aos alunos, de um chefe aos subordinados, em todas as relações de hierarquia social.
Atualmente vem sendo discutida devido às transformações que ocorreram na sociedade, e junto
com essas mudanças surgiram novos ideais, a liberdade e a autonomia. Nesse contexto a autoridade
ganhou sentidos cada vez mais pejorativos, sendo vista como algo que ameaça a emancipação e a
individualidade de cada pessoa, dessa forma, precisa ser combatida nas relações familiares e
escolares.
Em contrapartida a essas concepções, profissionais e estudiosos da área do
desenvolvimento da criança e do adolescente, afirmam que os pais e os educadores precisam
delimitar linhas e ações para a educação dos pequenos, visto que uma certa imposição de respeito
é necessária para a formação de valores e caráter social.
A sociedade no geral não tem bem definido o conceito de autoridade, carregando sentido
ambíguo e contraditório, principalmente em âmbito escolar. Para muitos é uma forma de poder
que o professor tem sobre seus alunos para disciplina-los. Esse pensamento traz consigo a
hierarquia dentro de uma sala de aula, isso quer dizer que o docente é a autoridade máxima e os
alunos são obrigados a acatar todas as suas ordens. E tem-se também a autoridade como maneira
de impor limites, de saber dizer ‘’não’’ quando necessário. Mas quais são as consequências dos
dois tipos de autoridade exercidos em sala de aula, é possível ter autoridade na formação de
cidadãos com autonomia e liberdade?
SITUAÇÃO VIVENCIADA
No estágio realizado de modo remoto no ENPE 2021 da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), campus Araras, alguns alunos da escola particular da turma do 6° ano, relataram
que se sentiam mais à vontade e seguros em tirar as dúvidas que tinham com outras pessoas, como
por exemplo, colegas mais próximos, irmãos mais velhos e também quando havia algum estagiário
eventual na sala de aula.
Quando questionados do porque não iam diretamente ao professor, eles falaram que já se
sentiram intimidados e menosprezados pela atitude de algum docente anterior, no momento que
recorreram primeiramente a ele, e que agora possuem receio em pedir ajuda ao professor vigente.
Isso traz graves consequências na vida escolar de um aluno, visto que eles não se sentem
mais confortáveis com o docente, ficam com medo de perguntar e acabam mantendo consigo
Araras
2021
aquela dúvida e as demais que virão. Além disso, passam a enxergar qualquer educador como uma
figura autoritária, que amedronta os estudantes.
DESENVOLVIMENTO
Alguns autores acreditam que autoridade é sinônimo de poder, obediência e também
domínio. Destacam que a educação só se dá por meio desses três adjetivos, com o poder que é
obtido a partir da autoridade exercida, é conquistado a obediência e por consequência o domínio.
Por exemplo, para Émile Durkheim (1972, p. 53-54):
[...] a educação deve ser um trabalho de autoridade. [...] Para
aprender a conter o egoísmo natural, subordiná-lo a fins mais altos,
submeter os desejos ao império da vontade, conformá-los em justos
limites, será preciso que o educando exerça sobre si mesmo um grande
trabalho de contenção. [...]
De acordo com ele, o professor precisa fazer com que os alunos respeitem um conjunto de
regras já determinadas, e para fazer isso, ele tem que ter autoridade e é primordial que ele seja um
exemplo de conduta ética e moral. Só assim as crianças vão adquirir crenças, valores, hábitos e
atitudes esperadas socialmente. Nessa mesma perspectiva Willard Waller acredita que o papel da
escola e do professor é transmitir além de valores, o conhecimento, porém na base da obrigação
(1932, p. 355):
É apenas porque os professores desejam obrigar os alunos a estudar que
algum desprazer aparece sempre a frustar a sua relação. Definimos a
escola como um lugar onde as pessoas se encontram para o objectivo de
dar e receber instrução. Se este processo não fosse forçado, se fosse
permitido aos alunos só aprenderem aquilo em que estivessem
interessados, aprendendo à sua maneira, e aprenderem não mais do que
aquilo que gostassem, se a ordem não fosse considerada uma condição
necessária para a aprendizagem, se os professores não tivessem que
obrigar os alunos a realizar tarefas, mas sendo apenas ajudantes e amigos
então a vida na sala de
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