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Contribuição ao conhecimento químico e biológico de plantas dos sertões de Crateús.

Por:   •  7/12/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.613 Palavras (11 Páginas)  •  436 Visualizações

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Contribuição ao conhecimento químico e biológico de plantas dos sertões de Crateús.

1. Introdução e Revisão da Literatura

A espécie Momordica charantia L.(curcubitaceae) é um a trepadeira anual de origem africana, conhecida popularmente por melão de são Caetano ou melãozinho. Pode ser encontrada em áreas tropicais da Amazônia, África e Ásia, também pode ser encontrada em terrenos abandonados em quase todo o Brasil. Na medicina popular, seus frutos maduros são aplicados externamente para a rápida cicatrização de feridas e internamente para o tratamento de pépticas úlceras (GROVER, J.K.; YADAV S.P, 2004). Quando verdes são usadas na fabricação de conservas e picles. Seu caule e folhas são aplicados na eliminação de nódoas em roupas. Já a infusão das folhas é exercida no tratamento de leucorréia e cólicas menstruais (ZOCOLER, Analice, et  al, 2005).

Momordica significa “morder”, recebe esse nome pelo motivo de suas folhas conterem bordas irregulares que se assemelham a mordidas (GROVER, J.K.; YADAV S.P, 2004). Suas flores são solitárias, de coloração amarela clara, que geram frutos pendentes com 4 a 6 cm de comprimento. Quando amadurecidos abrem-se expondo suas sementes envolvidas em um arilo vermelho vivo (MATOS 2007).   Seus frutos são de formato retangular e se assemelham a um pepino pequeno, quando jovem possuem coloração verde esmeralda e ao amadurecer passam a ter uma coloração amarelo alaranjado. Todas as partes que a compõe possuem um sabor amargo (SOARES, Bruna, 2008).

A espécie Momordica charantia L. se apresenta com tamanhos de frutos diferentes, onde uma delas contém frutos grandes com até 30 cm de comprimento por 5 cm de diâmetro e é designada Momordica charantia var. macrocarpa. Muito usada em países asiáticos para a alimentação como para preparações medicinais. A outra contém frutos pequenos e cresce mais na America do Sul, inclusive no nordeste do Brasil, e é designada como Momordica charantia var. microcarpa (MATOS, 2007). A espécie usada no estudo desse projeto é designada como Momordica charantia var. microcarpa.

 Mesmo sendo abundante e da sua grande utilização na medicina popular, a sua composição química e propriedades farmacológicas são pouco estudada no Brasil. Estudos importantes vêm mostrando a sua eficácia em vários tipos de câncer como no tratamento da leucemia linfóide, linfoma, coriocarcinoma, melanoma, câncer de pulmão, epitelioma, entre outros, e também há relatos de uso clinico no tratamento de diabetes, mostrando resultados promissores. (MATOS, 2007) Também já tem se comprovado a sua importância em atividades antibacteriana, antiulcerogênica, antiinflamatória, antilipidêmica, hipoglicemiante entre outras (COUTINHO, Denise F.,  et al, 2009 ).

Na presença dessa carência e da sua vasta utilização na medicina popular, o presente trabalho tem o objetivo de trazer uma contribuição para o estudo farmacológico desta espécie, visando obter dados relacionados ao ramo da mesma.

2. Objetivos.

2.1 Objetivos gerais.

 Realizar os estudos fitoquímicos e biológicos do extrato etanólico do ramo de Momordica charantia L. encontrada no Nordeste brasileiro.

2.2 Objetivos específicos.

1. Obter extrato do ramo da espécie Momordica charantia L.

2. Analisar a constituição química do extrato etanólico do ramo e identificar seus constituintes

3. Testar a atividade antioxidante e a atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase (AChE).

3. METODOS

3.1 Material botânico e obtenção do extrato.

A espécie Momordica charantia L. foi coletada no município de Crateús-Ce, no março de 2015.

Foram utilizados 23 g do ramo de M. charantia L. que foi triturado mecanicamente, seco em temperatura ambiente e posteriormente submetida à extração exaustiva como etanol a frio. A solução resultante foi fracionada para três fracos e em seguida evaporada a temperatura ambiente fornecendo 10 g, 17 g e 16 g de extrato denominado EERMC (extrato etanólico do ramo de M. charantia). O extrato etanólico obtido foi submetido a testes fotoquímicos, ao teste de Inibição de Acetilcolinesterase e ao teste antioxidante.

3.2 Realização dos testes fitoquimicos.

Os testes fitoquímicos foram realizados seguindo a metodologia de Matos (1997), com o propósito de identificar compostos biológicos que possam ser usados para meios medicinais. Para a realização dos testes, tomaram-se alíquotas do extrato etanólico do ramo de M. charantia (EERMC) e dilui-se em uma solução hidroálcoolica, composta por 70 mL de álcool etílico e 30 mL de água destilada. Logo em seguida fracionado em 3 mL para 7 tubos de ensaio enumerados e 10 mL para dois béqueres e colocados para secar em temperatura ambiente.  Estes testes baseiam-se na adição de reagentes específicos e na observação da mudança de coloração da solução do extrato.

No teste para fenóis e taninos foi pego um dos tubos de ensaio contendo 3 mL o extrato etanólico do ramo de M. charantia e foi adicionado três gotas de solução alcoólica de cloreto férrico (FeCl3 ). A solução foi agitada e observada à mudança de coloração ou formação de precipitado abundante e escuro.

No teste de antocianinas, antocianidinas e flavonóides foram utilizados três tubos de ensaios, onde dois deles foram alcalinizados para pH 8,5 e pH 11 respectivamente e o terceiro tubo foi acidulado para pH 3. Observou se ocorreu a mudança de coloração.

No teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas, foram utilizadas dois tubos de ensaio onde se adicionou a um tubo HCl para a obtenção de pH 1-3 e no outro NaOH para a obtenção de pH 11. Em seguida foram aquecidos com o calor de uma chama de vela por 2 minutos. Foi observado se houve alguma alteração na cor, comparando a tubos usados no testes anteriores. Para a confirmação da presença de catequinas, utilizou-se um palito umedecido na solução hidroálcoolica do extrato. Após a evaporação do extrato o palito foi reumedecido em HCl concentrado, com o auxílio de um bastão de vidro. Em seguida aquecido em calor de chama de vela por 2 minutos e observado se houve presença de coloração na face acidulada do palito.

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