Drogas e Sociedade
Por: Thais Bitencourt • 30/5/2018 • Artigo • 1.737 Palavras (7 Páginas) • 332 Visualizações
Drogas e sociedade
Introdução
Drogas são substâncias que, ao serem introduzidas no organismo, provocam mudanças físicas e psíquicas. E, embora o termo possa se referir a qualquer composto utilizado no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças, na maior parte das vezes é utilizado para se referir a substâncias usadas recreativamente em função dos efeitos narcóticos que exercem sobre o sistema nervoso central (SNC).
Para entendermos como as drogas psicotrópicas interferem nas funções do SNC, é importante termos noções sobre o funcionamento desse sistema.
Ainda que cada droga utilize circuitos de neurônios e provoque prazeres específicos, todas provocam liberação de dopamina nas áreas relacionadas com a recompensa que o prazer traz. A repetição compulsiva do estímulo liberador de dopamina reduz a sensibilidade a ela, tornando o cérebro mais resistente à sua ação. Por esse mecanismo, usuários de drogas deixam de produzir dopamina aos estímulos naturais e não sentem mais prazer suficiente para ativar-lhes a liberação de dopamina, sendo a droga o único estimulo suficientemente intenso para proporcionar isso.
O conhecimento dos processos envolvidos no aprendizado e na memória são decisivos para entendermos porque a repetição intermitente de uma experiência que traz prazer, como o uso de uma droga, pode se transformar numa compulsão que coloca a vida em risco. Existe um grande consumo dessas drogas na sociedade, tanto da forma ilícita como da forma lícita, e diariamente é visto pessoas consumindo-as de forma inconsequente.
O presente estudo visa apresentar os diversos tipos de drogas, tanto lícitas, quanto ilícitas, informar sobre o surgimento e o uso durante a história, mostrar as consequências acarretadas pelo consumo delas, e como elas atuam no organismo, levando em conta as causas sociais que levam o indivíduo a procura-las, e formas de combater os vícios causados por essas substâncias.
Hoje, o Sistema nacional de políticas públicas sobre drogas (SISNAD), estabelece a diferença entre criminosos e vítimas, entre os que merecem a força da lei e da Justiça e os que têm direito ao tratamento médico, ao apoio psicológico e à assistência social – meios para se recuperar, se reabilitar e se reinserir na sociedade. Assim previsto na constituição:
Art. 1º Esta lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. (SISNAD, 2° EDIÇÃO, Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006, atualizado em 2012).
De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2015 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Estima-se que um total de 246 milhões de pessoas - um pouco mais do que 5% da população mundial com idade entre 15 e 64 anos - tenha feito uso de drogas ilícitas em 2013. Cerca de 27 milhões de pessoas fazem uso problemático de drogas, das quais quase a metade são pessoas que usam drogas injetáveis (PUDI). Em torno de 32.4 milhões de pessoas - ou 0.7% da população adulta do mundo - usam opióides farmacêuticos e opiáceos, como a heroína e o ópio. Em 2014, o potencial de produção mundial de ópio alcançou 7,554 toneladas - o segundo maior nível desde a década de 1930. A apreensão global de heroína, por sua vez, aumentou em 8%, enquanto a apreensão de morfina ilícita diminuiu em 26% de 2012 a 2013. (https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2015/06/relatorio-mundial-sobre-drogas-de-2015--o-uso-de-drogas-e-estavel--mas-o-acesso-ao-tratamento-da-dependencia-e-do-hiv-ainda-e-baixo.html)
Em pesquisa recente, o Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (Cread) informou que mais de dois terços dos 1.976 dependentes químicos, que buscaram ajuda, experimentaram drogas entre 12 e 17 anos. O álcool foi a porta de entrada para 37%. A entrada precoce no vício se confirma com os dados do Ministério da Saúde. Mais da metade dos adolescentes experimenta bebida alcoólica antes dos 16 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, do Ministério da Saúde, que, em 2012, constatou que 66,6% dos adolescentes - entre 13 e 15 anos - experimentaram bebida alcoólica alguma vez na vida.
O uso de drogas matou 40.692 pessoas no país entre 2006 e 2010, uma média de 8 mil óbitos por ano. Estudo sobre mortes por drogas legais e ilegais, registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostra que o álcool é o campeão na mortandade. http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,consumo-de-drogas-legais-e-ilegais-mata-8-mil-pessoas-por-ano-no-pais,831451.
A classificação das drogas psicotrópicas mais aceita e difundida (OMS- 1981) é quanto aos efeitos farmacológicos delas, e como elas modificam a atividade mental. Sob esse ponto de vista, há três classes de drogas: depressoras, estimulantes e perturbadoras (alucinógenas) do SNC. O presente estudo utiliza essa classificação para explicar de forma mais abrangente e eficaz essas substâncias, seguindo o seguinte roteiro e divisão:
Metodologia
Drogas DEPRESSORAS
Essa categoria inclui uma grande variedade de substâncias, que diferem acentuadamente em suas propriedades físicas e químicas, mas que apresentam a característica comum de causar a diminuição da atividade global e de certos sistemas específicos do SNC. Como consequência, há a tendência de ocorrer diminuição da atividade motora, da reatividade à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial e, posteriormente, aumento da sonolência. (Nicastri. 2013)
O Álcool etílico é, como se sabe um produto da fermentação de carboidratos (açúcares) presentes em vegetais, como a cana-de-açúcar. Também é considerado uma droga, pelo fato de afetar o SNC, provocando uma mudança de comportamento de quem o consome , além de ter um potencial para desenvolver dependência. É uma das poucas drogas que tem seu uso admitido e até incentivado pela sociedade, tornando-se diferenciado diante de outras substancias. Os sintomas podem variar pela quantidade de álcool ingerido e de pessoa para pessoa
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