Empoderamento feminino em cooperativa
Por: pamelaramosd • 2/6/2019 • Artigo • 4.942 Palavras (20 Páginas) • 251 Visualizações
O EMPODERAMENTO FEMININO EM COOPERATIVAS DE AGRONEGÓCIOS
Larissa Ayumi Saiki
Resumo
O empoderamento feminino juntamente com o empreendedorismo ajuda e estimula o crescimento da economia de maneira que colabora com o desenvolvimento da sociedade. A colaboração das mulheres no cenário do agronegócio nacional ainda é um tema pouco discutido no ambiente acadêmico, assim como pelos agentes econômicos e políticos. Com base nisso, o trabalho teve como objetivo identificar e compreender o progresso de inclusão e participação das mulheres em cooperativas de agronegócio, para isso foi utilizada a metodologia de revisão bibliográfica e coletas de dados na cooperativa mista de Tomé-Açu. De acordo com as bibliografias analisadas e os dados obtidos, foi possível observar que os trabalhos executado pelas mulheres colaboram para a permanência das famílias no meio rural, além de promover o avanço econômico em várias áreas do setor do agronegócio. Além disso, foi possível observar que apesar do crescente aumento da participação das mulheres nas gestões de agroindústrias e cooperativas, ainda existe uma desigualdade grande com relação as remunerações e quantidades de vagas ocupadas quando comparamos com os homens.
Palavras-chave: Empoderamento, agronegócio, Cooperativas, mulheres, mercado de trabalho.
Introdução
Nas últimas décadas o agronegócio no cenário brasileiro tem assumido um papel de grande relevância no que diz respeito ao progresso econômico do país, bem como simboliza uma parcela de grande significância do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o agronegócio se caracteriza por ser um dos maiores contribuintes para o aumento de renda e emprego no país (UBABEF, 2014).
Esse crescimento considerável neste setor tem motivado pesquisadores de órgãos governamentais e centro de pesquisas, a aumentar os estudos sobre esta temática, o que tem o tem tornado alto de debates em esferas diferentes.
Nesse sentido, tem se observa que a colaboração das mulheres nesta área ainda é pouco examinada, e também pouco compreendida pelos agentes políticos e econômicos do Brasil. Contudo, as mulheres têm assumido cada vez mais papeis importantes e decisivos nesta área, não somente no cenário nacional, mas mundial (CIELO et al. 2014).
A introdução da mulher no mercado de trabalho foi motivada pelo progresso econômico, social e modificações demográficas que ocorreram ao longo dos últimos anos. Anteriormente, as mulheres tinham suas atenções voltadas a atividades domesticas, e atualmente vem sendo reconhecida de maneira bem sucedida no mercado de trabalho (BRANDÃO et al. 2018).
A participação feminina no agronegócio vem acontecendo de maneira lenta, de acordo com o IBGE (2012), somente 13,2% dos cargos dessa área são ocupados por mulheres. Alguns estudos observaram que a metade dos alimentos produzidos em todo o mundo é graças as mulheres, e no que diz respeito aos países subdesenvolvidos, esse número cresce para 70% (FAO, 2012).
Contudo, a função desempenhada pelas mulheres no agronegócio não se limita somente a produção e comércio de alimentos, elas podem participar em diferentes áreas neste campo. Atualmente observa-se algumas mulheres frente à agroindústrias, criando tecnologias agrícolas, além de docentes de cursos voltados a este tema (CIELO et al. 2014).
Além do mais, a participação das mulheres em cooperativas tem crescido bastante nos últimos aos. A inclusão das mulheres à frente de cooperativas é um raciocínio programado, pois estimula a colaboração, e promove ainda mais a inserção de mais mulheres no agronegócio (CIROLINE e NORO, 2008). Com isso, foi observado pelo sistema de organização das cooperativas do Brasil, que as mulheres ocupam 40% do quadro de empregados das cooperativas (CIROLINI, NORO, 2008).
Baseado nas informações descritas acima, este estudo tem por objetivo, identificar e compreender o progresso de inclusão e participação das mulheres em cooperativas de agronegócio, com base nos estudos existentes na literatura e dados coletados sobre a cooperativa agrícola mista de Tomé-Açu.
Referencial teórico
Empoderamento feminino
Diversos estudos sobre gênero já tiveram atenção mais voltada para o bem-estar, diferenças salarial, e tratamento igualitário quando comparamos com os homens, entretanto nos dias de hoje, os debates cresceram e passaram a levar em consideração as relação entre os genêros, que trazem escondidas as relações de poder, o qual é compartilhado de maneira diferente, colocando as mulheres em posições servidoras na organização da sociedade (BAHIA e FERRAZ, 1999).
A pouco tempo atrás, as missões que os movimentos feministas se dedicavam acima de tudo incluíam a dedicação para conquistar um melhor tratamento e mais digno para todas as mulheres. A atenção era mais sobre o bem-estar, contudo o intuito foi progredindo aos poucos e aumentaram para ressaltar o papel eficiente da condição de agente das mulheres (SEN, 2000).
Ainda de acordo com Sem (2000), esse aumento dos movimentos feministas é um ponto de grande importância, visto que se por um lado a busca pelo empoderamento feminino não pode ignorar a relevância de solucionar diversas outras discrepâncias que destroem o bem-estar das mulheres, por outro, qualquer experiência prática de elevar o bem-estar das mulheres pode desconsiderar a posição de agente das próprias mulheres para resultar em tal transformação.
Dessa maneira, o ponto de vista do bem-estar e da posição de agente caracteriza uma comunicação considerável. Porém, ainda que se complementes essas duas perspectivas são distintas em seu fundamento, visto que a função de uma pessoa como agente, é sobretudo diferente, da função dessa mesma pessoa como “paciente”.
De acordo com Samuel (2014), enxergar as mulheres como pessoas que precisam de bem-estar é essencial, no entanto se limitar a isso cria em uma compreensão reduzida delas como sujeito. Dessa maneira, entender a função da condição de agente é indispensável para identifica-las como sujeitos responsáveis, que podem atuar ou se recusar a atuar, ou decidir por atuar de uma maneira e não de outra, e que necessitam assumir o compromisso por fazer ou não fazer as coisas.
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