Fundamento das Operações Organizacionais

1. A evolução histórica do processo produtivo

A função produção tem estado presente na vida do homem há muito tempo atrás. Existem registros históricos, como as marcas deixadas nas paredes das cavernas, do principio da atividade produtiva, tanto como demonstrações artísticas ou mesmo construção de ferramentas e utensílios, que perduram até os nossos dias.

A partir de então, a atividade produtiva começa a receber a atenção de estudiosos e de curiosos, que começam a dar forma a uma disciplina que visa estudar e melhorar os processos produtivos de bens tangíveis. Diante da carência de produtos industrializados existentes até então, os volumes de produção foram aumentando cada vez mais, com a quebra sistemática dos novos mercados que iam surgindo. Produzir cada vez mais era o objetivo final. A sociedade industrial entra na chamada era da produção em massa, cujo representante mais proeminente foi Henri Ford.

Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo vê o surgimento do Japão como a nova potência industrial, com novos métodos produtivos, quebrando paradigmas até então vistos como definitivos. O chamado sistema Toyota de produção, rico em inovações, como just-in-time, assim como a revolução da qualidade total, técnicas como o desdobramento da função qualidade, aliada aos 5’s e uma dezena de outras, vieram marcar uma nova era nos sistemas produtivos.

Paralelamente, tais técnicas, desenvolvidas basicamente para o “chão-de-fábrica”, passaram a ser incorporada a produção de serviços, já que estes se tornaram o grande gerador de empregos e do produto interno bruto das principais nações industrializadas do mundo, ampliando-se o conceito de Administração da Produção para o de Administração de Operações.

Através disso se deu a incorporação de novas técnicas de gestão do processo produtivo, não só às fábricas, como também aos escritórios de projetos e de serviços, procurando sempre produzir o máximo com o mínimo de recursos, maximizando a produtividade.

O aumento da produtividade passa a ser o foco de tudo. Formas de se medir a produtividade, de administrá-la e, consequentemente, aumentar os resultados das empresas torna-se preocupação constante de todos os seus gerentes e diretores.

 Atualmente para que uma empresa seja eficiente na área de produção é necessário que o setor produtivo trabalhe em conjunto com os demais departamentos da organização, uma vez que, quanto maior o nível de comunicação entre os departamentos mais eficientes será sua linha produtiva. É de extrema importância que os três níveis gerenciais da organização estejam alinhados e bem estruturados para que possam alcançar os objetivos e metas planejados para um bom desempenho de suas atividades, conforme é discutido por vários autores que abordam o conceito de Administração da Produção.

O planejamento estratégico e a escolha do sistema de produção a ser implementado na linha de produção na organização deve ser analisado para identificar qual o melhor sistema se adequa ao perfil e situação econômica financeira da empresa, visto que, um planejamento bem elaborado e executado é crucial para o desenvolvimento da organização, podendo minimizar ou maximizar os custos dependendo do resultado final do planejamento.

Administração da Produção está inserida em várias etapas das atividades administrativas, e consequentemente, não pode ser separada de outros importantes conceitos: organizações, administração e atividades de produção.

2. Organizações

Segundo Robbins (2002, pág.31), uma organização é um arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham um propósito comum.

Silva (2001) considera que uma organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas, cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta comum.

Stoner & Freeman (1985, pág.4), por sua vez, definem organização como, sendo duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos.

Em termos práticos, as organizações fazem parte do dia a dia das pessoas, elas oferecem os produtos ou serviços que são utilizados por todos. As organizações fazem parte interativa da sociedade.

2.1 Tipos de Organizações

^[1]As organizações são classificadas de acordo com sua atividade econômica, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), formulada sob a coordenação do IBGE no Brasil, seguindo as diretrizes fornecidas pelo Departamento de Estatísticas da ONU. Que são:

• Setor primário: organizações da área extrativista, agropecuária e pesca.
• Setor secundário: organizações da área manufatureira.
• Setor terciário: organizações da área de serviços.

2.1.1 Organizações do setor primário

São organizações que tem como finalidade explorar os recursos naturais. Podemos citar como recursos naturais o solo (agropecuária e extrativismo vegetal), água (pesca) e recursos minerais (extrativismo mineral).

2.1.2 Organizações do setor secundário

São organizações que fabricam, manufaturam ou montam algum produto, de forma industrializada, utilizando-se de matérias-primas e insumos. Podemos citar alguns exemplos de organizações que manufaturam os produtos, são elas:

• Indústrias Metalúrgicas: montadoras de automóveis, montadoras de eletrodomésticos de linha branca, fundições e todas as organizações que trabalham com metais.
• Indústrias da área alimentícia: fábricas de biscoitos, massas, doces, sorvetes, laticínio, etc.
• Indústria de vestuário: tecelagens e confecções, que produzem roupas a partir de tecidos.

2.1.3 Organizações do setor terciário

São organizações que utilizam atividades humanas, oferecendo serviços e prática de comércio. Eles produzem os chamados bens intangíveis ou imateriais (serviços), que podemos utilizar como exemplos: atividades exercidas por advogados, professores, vendedores, seguradoras, entre vários outros exemplos.

As organizações de serviços podem ser classificadas em cinco subgrupos:

• Serviços empresariais: consultorias, finanças, bancos, escritórios de contabilidade, advocacia, etc.
• Serviços comerciais: lojas de atacado e varejo, serviços de manutenção e reparos.
• Serviços sociais e pessoais: restaurantes, cinema, teatro, saúde, etc
• Serviços de infraestrutura: comunicações, transporte, eletricidade, telefonia, água, esgoto, etc.
• Serviços de administração pública: educação, policiamento, saúde, etc.

3. Administração

“Administração é o processo de dirigir ações que utilizam recursos para atingir os objetivos” (PAIVA, 2011, pág.12).