O Código de Honra
Por: Rafa Ode • 17/10/2018 • Dissertação • 1.094 Palavras (5 Páginas) • 177 Visualizações
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Capitulo 1: Morrer o duelo
- O duelo era ilegal, e o direito canônico e a doutrina moral cristã também se opunham a ele
- No cerne da honra encontra-se esta ideia simples: ter honra significa ter direito ao respeito( “respeito por reconhecimento”, que envolve uma consideração positiva pela pessoa em virtude do fato reconhecido)
- Existe a honra competitiva, que vem por graus e a “honra entre os pares” que rege as relações entre iguais que é algo que as pessoas da posição certa têm caso cumpram os códigos, ou não têm, caso não os cumpram.
- Para ser honrado, você precisa entender o código e estar ligado a ele, pode consistir em tornar o código a coisa mais natural do mundo
- O duelo mostra um amálgama levemente canhestro da preocupação em receber respeito e de ser digno dele. Um homem de honra deve estar preparado para defender sua honra, por isso o duelo.
- O respeito que se procura é do grupo de pessoas que aceita os mesmo códigos
- O duelo era uma maneira de sair impune de um homicídio, a razão pela qual os duelistas não eram condenados era por que a norma jurídica oficial entrava em conflito com o consenso social entre a elite britânica.
- Duelo é uma ofensa ao sexto(católico) ou quinto(luterano) mandamento, não mataras. Matar outro ser humano, ofensa contra a lei moral, e ser morto, ofensa contra a autopreservação racional: os dois riscos eram efeitos colaterais do processo.
- Adam Smith argumenta que os duelos persistiam porque a lei não é suficiente para proteger os homens das afrontas à honra que levavam aos desafios
- O surgimento da imprensa popular e de uma classe trabalhadora alfabetizada (aumentando os sentimentos democráticos) deixou cada vez mais claro que os cavalheiros estavam vivendo fora da lei.
- No mundo da honra, a igualdade ente os cavaleiros exibida no duelo expressava a superioridade deles em relação a plebe
- Por que o duelo morreu: surgimento de um estado administrativo e sua preocupação com uma legalidade ordenada, uma imprensa popular que converteu uma instituição restrita a um grupo em espetáculo para uma alegre plateia de expectadores externos, o enfraquecimento do principio cavalheiresco da igualdade entre os superiores, mas acima de tudo porque o duelo era uma questão de honra que dependia da existência de uma classe poderosa cujo os membros podiam afirmar sua posição exercendo impunimente uma pratica contraria a lei, essa classe foi substituída por homens de negócios e burocratas, além de que na hora que “pessoas de vil ofício”/pessoas humildes tinham a possibilidade de travar duelo, estava esgotada sua capacidade de fazer distinção
Capitulo 3: O Fim da escravidão Atlântica
- A escravidão consistia na subordinação de uma raça a outra e acarretava a sujeição sistemática dos negros à desonra.
- Eric Williams sustentou em Capitalismo e escravidão que todos os passos no processo de abolição refletiam os interesses econômicos da Grã-Bretanha, os abolicionistas tinham um humanitarismo seletivo: ignoravam os sofrimentos dos escravos fora do império e dos mineiros e agricultores dentro dele. A retorica moral do abolicionismo era uma capa para os verdadeiros interesses econômicos em jogo.
- Para Seymor Drescher, um dos grandes historiadores da abolição, não só não havia nenhuma razão econômica par abandonar a escravidão pelo lado da oferta como também não havia evidentemente nenhuma razão pelo lado da demanda.
- A honra e a moral são sistemas separados: podem andar em paralelo ou seguir em direções opostas
- O espirito do final do século XVIII ia contra a escravidão por muitas razões, a começar pelas objeções especificamente cristãs(todo os homens eram iguais aos olhos de Deus) e os espíritos laicos do Iluminismo( verbete na Enciclopédia “ Se tal espécie de trafico pode ser justificada por algum principio moral, não há crime, por mais atroz que seja, que não se possa legitimar),
- Os quacres iniciaram as campanhas pela abolição
- As acusações britânicas contra a hipocrisia americana a respeito da escravidão fatalmente geraram acusações americanas contra a hipocrisia britânica em relação a mesma escravidão. Os americanos podiam ser donos de escravos, mas os britânicos eram traficantes de escravos.
- Granville Sharp insistiu nesse ponto: a escravidão e o tráfico de escravos eram, com outros pecados do império, fontes de “desgraça indelével”; eram “um empreendimento nacional, que pode ocasionar a imputação de uma culpa nacional”. Assim como se defende a honra pessoal contra outras pessoas, defende-se a honra nacional contra outras nações.
- São Tomas de Aquino: “A honra se deve á excelência. Mas a excelência de um homem é julgada acima de tudo por sua virtude[...]Portanto, propriamente falando, a honra se refere a mesma coisa que a virtude”
- Para William Wilberforce, mesmo que a preocupação com a honra pessoal fosse um interesse próprio, a atenção a honra nacional podia nos levar para além de nós mesmos, quando você concebe sua honra como a honra de um inglês, isso pode leva-lo ao patriotismo, ao heroísmo e ao sacrifício por uma causa maior
- Um grupo moralmente engajado pode criar seu próprio mundo da honra
- Muitos trabalhadores eram contra a escravidão por uma simples razão: nada expressava com mais clareza ideia de que o trabalho era desonroso do que a escravidão no novo mundo. O significado inequívoco da escravidão era que o trabalho manual devia ser equiparado ao sofrimento e desonra
- O ideal da igualdade nos tempos modernos, em suma, começa com a noção de que existem certas coisas que não são uma base adequada para tratar as pessoas com desigualdade, e só gradualmente é que esse ideal passa a identificar algumas coisa que de fato são. A discriminação, no sentido de fazer distinção sobre a maneira de tratar as pessoas com base em suas identidades sociais, começou a precisar de justificativa.
- Hobbes: “Os homens estão em disputa continua por honra e dignidade”
- Hoje dignidade passou a se referir ao direito e ao respeito que a s pessoas possuem simplesmente em virtude da sua humanidade.
- O que e democrático em nossa cultura atual portanto, é que agora pressupomos que todos os seres humanos normais, e não apenas os especialmente elevados, têm o direito ao respeito. Honrar especialmente alguns é compatível com o reconhecimento da dignidade de todos os demais
- A honra na abolição da escravidão britânica: primeiro a honra nacional desempenhou um papel central nos debates sobre abolição, segundo a honra das cidades em recente industrialização nos Midlands e no norte da Inglaterra levou seus cidadãos a disputar corrida no envio mais rápido ou mais numeroso de petições ao Parlamento e o investimento simbólico dos trabalhadores em sua própria dignidade(porque assim como os escravos, os trabalhadores trabalhavam e produziam com o suor do rosto)
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