O Desafio de formar equipes de alta performance

O desafio de formar equipes de alta performance

Uma discussão que está presente em quase todo planejamento de ações em uma empresa ou que, idealmente, deveria estar, é a composição do grupo de pessoas que irá realizar essas ações, desde a concepção primeira de qualquer projeto.

Antes, porém, precisamos falar um pouco sobre o que é uma equipe. Há situações que, pela necessidade ou urgência, grupos são criados com pessoas que, mesmo dividindo o mesmo espaço, não possuem os mesmos objetivos. Essa é a característica do grupo, e não da equipe. Esse conceito de grupo de trabalho, já aplicado à exaustão, comprovadamente contribui aquém da expectativa. Veja uma definição mais clara do que é uma equipe:

Uma equipe é um grupo de pessoas com aptidões complementares, comprometidas com um objetivo comum, que realizam trabalho interdependente e são coletivamente responsáveis pelos resultados.

Katzenbach & Smith (2001)

Uma diferenciação simples entre grupo e equipe é que o grupo é marcado pela existência de vários objetivos individuais, enquanto a equipe busca o atingimento de um ou mais objetivos coletivos. Complementando essa afirmação, podemos aplicar o que afirma Moscovici (2002), para quem a transição de grupo para equipe acontece quando a atenção é redirecionada, saindo da própria forma de operar e passando para a solução dos problemas que afetam o funcionamento dessa engrenagem.

Um primeiro exercício importante para se entender o que são equipes de alta performance e organizar processos de gestão educacional em prol da formação desses times, é entender quais são as possíveis ou principais causas de insucesso para o trabalho em equipe. Vamos explorar algumas que considero importantes nesse exercício:

– Processo decisório inconsistente: As equipes não foram municiadas das ferramentas e técnicas mais efetivas para tomar as decisões mais coerentes com o cenário em que estão envolvidas;

– Quando o tempo gasto foi tempo perdido: A administração do tempo é outro fator fundamental para o sucesso de qualquer equipe de trabalho. Muitas se perdem por gastar tempo com questões desnecessárias como debates muito longos em torno de pontos de vista herméticos ou apontamento de falhas e fraquezas de determinados membros, sem o devido apontamento de soluções;

– Falta de planejamento também mata o time: Se não foi feito um planejamento adequado, com definição clara de metas, prazos e responsabilidades, certamente etapas e atividades importantes serão negligenciadas ou preteridas e o resultado final não será o esperado;

– Sem sinergia, a engrenagem não pode funcionar perfeitamente: Se os membros do time se apegam fortemente às suas crenças pessoais e formas de atuação que já conhecem, sem atentar ou serem despertadas para a importância e necessidade do trabalho em sinergia, não haverá alto desempenho.

Líderes formadores

Nessa temática, em especial, é fundamental a presença e atitude do líder educador. Para uma equipe de alta performance, a paixão pelo resultado é essencial e isso só será alcançado com o exemplo que vem do líder, aquele que compartilha com a equipe a essência do pensamento da organização, que traduz a missão, a visão e os valores daquela empresa e os aproxima da ação dessa equipe. Quando esses princípios são compartilhados apenas entre os componentes da alta direção de uma empresa, não se pode exigir que as demais escalas hierárquicas os absorvam e ponham em prática.

Além disso, é esse líder educador que vai instaurar a saudável prática do feedback, com a finalidade de provocar a melhoria constante nas equipes que lidera. O investimento em educação reforçará as melhores práticas de desenvolvimento e isso trará, aos membros de cada equipe, a percepção de que necessitam para entender o valor da sua atuação individual, de sua contribuição para o trabalho do outro e da contribuição do trabalho de todos para o objetivo maior daquele time.

Caminhos para a alta performance

A seguir, quero trazer algumas maneiras de se liderar uma equipe com vistas a atingir a alta performance, extraídas e adaptadas do texto de Jason Hiner, editor chefe da TechRepublic, comunidade virtual onde ele escreve sobre pessoas, processos e inovações tecnológicas. Para Hiner, é possível destacar 05 caminhos principais:

1. Não forneça todas as respostas: Você não tem o monopólio de todas as boas ideias. Quando membros da sua equipe lhe perguntarem o que fazer sobre uma situação, devolva a pergunta, instigando-os. Apesar de uma possível surpresa inicial, depois de um tempo eles irão começar a trazer sugestões. Essa é uma ótima tática porque são eles que lidam diretamente com as situações e clientes e você necessita que eles extraiam todos os detalhes, discutam e estejam mais bem preparados para tomar as decisões mais acertadas na prática.