O Suicídio Altruísta
Por: Juan Martín Pagani da Cunha • 28/8/2018 • Seminário • 494 Palavras (2 Páginas) • 530 Visualizações
SUICÍDIO ALTRUÍSTA
Altruísmo, termo criado pelo sociólogo francês, Auguste Comte, é o conceito de priorizar o próximo. Uma pessoa altruísta pensa nos outros antes de si mesmo. Portanto, é o oposto de egoísmo.
O Suicídio Altruísta, segundo Durkheim, surge de forma oposta ao Suicídio Egoísta. Ao invés de ocorrer em sociedades individualizadas, tende a ocorrer em sociedades extremamente unidas, em que seu povo se vê como um todo. Costuma estar relacionado ao patriotismo ou a alguma religião, algo que um indivíduo considera suficiente para se morrer por. A pessoa que se suicida dessa forma, tira sua própria vida em nome de algo maior, algo como sua pátria ou seu deus, como seu dever.
Émile Durkheim caracteriza este o meio crônico de suicídio altruísta, o exército, onde indivíduos arriscam bastante as suas vidas em nome de sua pátria e de seu líder na guerra, até nas mais arriscadas situações. Um dos maiores exemplos são os kamikazes, que se suicidavam para causar dano ao inimigo, utilizados no final da Segunda Guerra Mundial, pelo Japão. Também na Segunda Guerra Mundial, três soldados brasileiros se tornaram exemplos disso ao lutarem bravamente até a morte, sozinhos, contra uma companhia alemã inteira, reconhecidos como "os três heróis brasileiros".
Em relação à causas religiosas, um grande exemplo, são os terroristas muçulmanos, que se sacrificam em nome de seu povo e sua religião, atraindo a atenção do globo e forçando discussões em relação à forma em que são tratados pela cultura, especialmente, ocidental. Acreditam que, com esse ato, conquistam privilégios no pós-vida, providenciados pelo seu deus. Outro exemplo seriam os que se dispunham para serem sacrificados para determinado deus, seja para simplesmente agradá-lo, ou como troca para favores divinos, que beneficiarão o seu povo ou sua família. No Egito Antigo, familiares próximos e serviçais do faraó costumavam ser sacrificados para acompanhá-lo no pós-vida.
Émile Durkheim especifica três tipos de suicídio altruísta, o obrigatório, o facultativo e o agudo. O Suicídio Altruísta Obrigatório ocorre quando a sociedade tenta forçar, ou como o próprio nome indica, obrigar alguém a cometer suicídio. Um importante exemplo ocorre no Japão, onde a sociedade intensamente valoriza a honra, e em casos em que um indivíduo quebra sua honra e a de seu grupo, é forçado a se matar. Isso ocorre com alguns políticos e governantes ao serem descobertos em esquemas de corrupção, ou com jovens ao reprovarem nos estudos. O Suicídio Altruísta Facultativo ocorre de maneira similar, porém, a sociedade não trata de forçar ou obrigar o sujeito ao ato, mas o indivíduo se suicida ao acreditar que não possui serventia para a sociedade, e que a beneficiaria ao dar fim à sua vida. Por último, o Suicídio Altruísta Agudo, em que a pessoa se suicida, por vontade de agradar a alguma figura, geralmente, alguma figura religiosa. Acredita-se que algumas epidemias de suicídios que ocorreram em monastérios durante a Idade Média, se deva a essa forma de suicídio altruísta, devido à paixão entusiasta desses homens em relação à Deus.
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