RESENHA: AS BASES HISTÓRICAS DA GESTÃO DA QUALIDADE: A ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO E SEU IMPACTO NA MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE
Por: Silmara Caldareli • 8/4/2018 • Resenha • 1.401 Palavras (6 Páginas) • 657 Visualizações
RESENHA: AS BASES HISTÓRICAS DA GESTÃO DA QUALIDADE: A ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO E SEU IMPACTO NA MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE
Para que se possa falar da gestão da qualidade antes precisamos entender do que se trata. Portanto, define-se Gestão da Qualidade como sendo o conjunto de estratégias que, organizadamente desenvolvidas, visam produzir qualidade em processos, produtos e serviços.
Quando se fala em gestão da qualidade, sabemos que desde anos remotos o mundo busca alcançar a qualidade dos produtos e serviços. Empresas possuem uma área especifica para gerir a qualidade e garantir que a mesma alcance seu ápice. Para se garantir a qualidade desenvolveu-se a seguinte estratégia: utilizar escolas clássicas da administração como fonte e
referência histórica para a moderna gestão da qualidade. Por partir de conhecimentos de domínio público, este processo facilita um melhor entendimento dos conceitos que sustentam a gestão da qualidade, podendo-se garantir, com isto, aplicação mais adequada de suas ferramentas e estratégias.
O Movimento de Administração Científica utiliza-se de algumas noções básicas que sustentam os mecanismos de gestão. A primeira, parte da idéia de que o homem é um
ser essencialmente racional. A segunda refere-se ao processo de desenvolvimento do trabalho. A base desse pensamento é: cada processo tem a forma correta de ser realizado para que se tenha sucesso, quando se conhece a maneira correta de utilizar e realizá-la, pode-se dizer que esta garantida a máxima eficiência do trabalho. A terceira noção básica parte da administração, sendo o principal objetivo assegurar o máximo de prosperidade ao dono da empresa, e, ao mesmo tempo, o máximo de vantagens materiais ao operário.
O modelo básico de gestão da qualidade hoje em uso tende a rejeitar a visão simplificada do homem que a administração científica propõe. A administração científica encara os recursos humanos como elementos individuais e prioriza o esforço feito por cada um deles. Há dois confrontos com a Gestão da Qualidade, sendo o primeiro de natureza geral e o segundo é a prioridade às ações coletivas que se confere hoje no esforço pela qualidade. Admite-se que o principal elemento de avaliação do recurso humano na organização é sua contribuição para o processo como um todo, mais do que sua ação isolada e individual, que, com estas características, torna-se quase sempre limitada e restrita.
Alguns autores defendem a idéia de que a Administração Científica e os mecanismos de
melhoria da qualidade partilham dos mesmos objetivos. TAYLOR (1903), de certa forma, falava em “excelência” em cada ramo da indústria. Atribuía, neste esforço em busca da excelência, papel fundamental à gerência. Entre acertos e erros, vantagens e benefícios, é inegável que a administração científica teve fortes reflexos na gestão da qualidade. Mas não bastava apenas buscar pela qualidade se não pudesse medi-la e analisá-la a fundo. Assim WALTER SHEWHART (1939) desenvolveu seus primeiros gráficos na década de 20, no Western Electric Company e usou recursos estatísticos para desenvolver seus gráficos de controle.
O controle das variações é uma preocupação de várias outras áreas da gestão da qualidade. Há uma identidade considerável entre os objetivos básicos do controle da qualidade e a administração científica. Como se sabe, o controle da qualidade investe, em grande escala, na prevenção de defeitos. Esta preocupação com mecanismos preventivos estava presente nas bases da administração científica. Gilbreth, por exemplo, afirmava que “erros devem ser prevenidos muito antes de serem corrigidos apenas” (GILBRETH,1985). Esta preocupação com os erros e
falhas está presente em todas as estratégias do Controle da Qualidade e integrava as bases da
Administração Científica.
A administração cientifica teve impacto na gestão da qualidade, mas se comparado aos tempos atuais, esse impacto é ínfimo e serve para mostrar como se deu a evolução dos processos de gerência da qualidade.
3. Os Princípios de Ford e as Bases da Produção em Série da Abordagem Clássica da Administração
Henry Ford foi um dos importantes fundadores da abordagem clássica da administração. Sua atividade profissional iniciou-se como mecânico, atingindo, depois, o
posto de engenheiro-chefe em uma fábrica. Ford criou mecanismos interessantes de
administração, como: fundou o instituto do salário-mínimo; criou a jornada diária de trabalho; desenvolveu um sistema de produção altamente concentrado vertical e horizontalmente, da matéria-prima ao produto acabado, entre outros. O projeto administrativo de Ford fica mais explícito quando se considera seus três princípios básicos (CHIAVENATTO, 1986:44): Intensificação; Economicidade e Produtividade. Comparando o modelo japonês de qualidade e o princípio de Ford, percebe-se diferenças e similaridades que sugerem que o modelo japonês teve suas raízes calcadas nestes princípios. Mas para Ford a disciplina era a base principal para evitar que os operários pensassem e os japoneses incentivavam as pessoas a pensarem e serem criativas. Alguns princípios de Ford são utilizados em modelos que analisam vantagens, viabilidade, conveniência e oportunidade de automatizar operações do processo produtivo. No ambiente da Gestão da Qualidade, adotam-se critérios voltados para o aumento da qualidade e
produtividade. Uma frase típica de Ford: “Extraímos a matéria-prima no sábado; na terça-feira, o cliente já recebeu o carro” (FORD, 1940).
4. Os Princípios de Emerson: A Noção de Eficiência na Escola Clássica da Administração
Emerson era engenheiro e priorizou, na sua visão administrativa da empresa, os processos de simplificação das operações industriais e dos próprios métodos propostos por Taylor. Emerson considerava que, mesmo prejudicando a perfeição da organização, seria mais
razoável incorrer em menores custos e realizar menores despesas na análise do trabalho, a maior característica de seu trabalho foi à popularização da administração científica.
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