RESENHA CRÍTICA DO TRECHO DA OBRA GUSTAVO MAGNO LOPES PEREIRA
Por: Gumagno • 10/5/2016 • Resenha • 690 Palavras (3 Páginas) • 503 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO TRECHO DA OBRA
GUSTAVO MAGNO LOPES PEREIRA
JAPIASSU, Hilton. Filosofia da Ciência: uma introdução. Rio de Janeiro: Editora Uapê, 2010. 250 p. Referente às folhas 103 à 171 do livro.
Hilton Japiassu, falecido em abril de 2015, licenciado em Filosofia pela PUC/RJ em 1969, com mestrado e doutorado em Grenoble, França, entre 1970 e 1973, além de um grande filósofo, teve uma carreira marcante como professor, frade e escritor, produzindo um vasto catálogo de acadêmico com cerca de 30 livros.
Critico intenso da idéia positivista, que defende a ciência como uma prática objetiva, Hilton adquiriu um amplo domínio pela epistemologia, objeto de estudo de grande parte de sua carreira acadêmica. O livro em questão é mais uma demonstração de seu conhecimento e seu posicionamento sobre a disciplina.
A primeira parte da leitura inicia-se com a definição da epistemologia, sendo ela, etimologicamente, o discurso (logos) sobre a ciência ou conhecimento (episteme). Esta recente disciplina, surgiu no século XIX, como filosofia das ciências (definição francesa) ou como a teoria geral do conhecimento (definição angla saxônica). Assim inicia-se um grande desdobramento dos significados desta palavra, que se unem na definição de ser a busca do entendimento do modo como pensamos e produzimos nossos conhecimentos.
A variedade de definições apresentadas pelo autor demonstra a complexidade do assunto e provoca nos leitores uma aguçada vontade de buscar entender qual o melhor posicionamento sobre o assunto em questão. Porém, o texto deixa claro que a epistemologia é extremamente complexa, principalmente pelo fato de apoiar-se em disciplinas diversas, levando em conta os pontos de vista, sociológico, ideológico, psicológico, histórico, lógico e linguístico de um determinado conhecimento científico.
Na segunda parte do texto, são apresentados os tipos de epistemologia, onde a geral está focada em questionar o conceito da ciência e métodos científicos e a regional visa uma disciplina em específico, dando mais atenção aos conceitos, métodos e discussões mais aprofundadas sobre o tema e resultados.
Essas definições, mesmo apresentando notória complementariedade, diferenciam-se de das correntes mais atuais de utilização, que buscam a validação em uma lógica-matemática, para chancelar seu título de cientificidade ou que encontra nas ciências humanas o discurso cientificamente fundado adequado a seu objeto.
Apesar de o texto ser bastante complexo, principalmente para iniciantes no tema, é notório o esforço do autor, não só de apresentar as múltiplas compreensões sobre o assunto, mas também de deixar clara a complexidade do assunto pelo fato de, como o próprio autor cita, o tema “... se situa em uma encruzilhada de várias disciplinas conexas, com as quais não se confunde, embora com elas mantenha estreitas relações.”.
A partir deste ponto, o discurso inicia um caminho de apresentação das diversas correntes existentes com entendimentos diversos sobre a questão enfocada, são elas: teoria do conhecimento, filosofia das ciências, história das ciências e sociologia das ciências.
Em cada uma delas são levantadas questões relevantes e complementares para o real conhecimento da relação entre as correntes e o tema central do texto, como por exemplo, quando, ao descrever que a epistemologia não quer se posicionar nem antes da ciência, nem acima e sim seguir e acompanhar a evolução e a história dela.
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