Resumo : Gestao do medo
Por: Fernanda Souza • 25/7/2016 • Resenha • 1.166 Palavras (5 Páginas) • 335 Visualizações
- Novas formas de organização do trabalho a partir do paradigma toyotista.
- Processo de precarização do trabalho introduz o MEDO.
- MEDO da perda do emprego (desemprego)
- medo - medo da perda do emprego - como instrumento capaz de aumentar a produtividade dos trabalhadores sob tal ameaça
- A adoção do modelo gerencial determina como principal preocupação para os governos o saneamento das contas públicas. Nas experiências conhecidas isso significou enxugamento do quadro de pessoal- através de políticas de demissão, flexibilização dos contratos de trabalho e privatizações.
- Nesse aspecto, a possibilidade da perda do emprego toma-se uma realidade no cotidiano do funcionário público. Seus empregos precarizam-se, assim como a possibilidade de demissão, que pode se concretizar através de políticas como o Programa de Demissão Voluntária (PDV).
- A VISÃO DEJOURIANA DO SOFRIMENTO NO TRABALHO:
ANTES: acusa riscos de sofrimento específico, descrito na época sob o nome de Miséria Operária.
Dejours destaca, em particular, a introdução do taylorismo e suas repercussões na saúde do corpo. Taylor (1995), ao introduzir sua nova tecnologia de submissão, de disciplina do corpo, gera exigências fisiológicas até então desconhecidas, especialmente as exigências de tempo e ritmo de trabalho. As performances exigidas são absolutamente novas e fazem com que o corpo apareça como principal ponto de impacto dos prejuízos do trabalho. Ao separar, radicalmente, o trabalho intelectual do trabalho manual, o sistema taylorista neutraliza a atividade mental dos operários.
> A primeira vítima do sistema não é o aparelho psíquico, mas, sim, o corpo dócil e disciplinado, entregue à injunção da organização do trabalho.
>De 1914 a 1968, a luta pela sobrevivência operária dá lugar à luta pela saúde do corpo.
>O período após 1968 é caracterizado pelo desenvolvimento desigual das forças produtivas. A heterogeneidade determinada por diferentes estágios de desenvolvimento
>crise do sistema taylorista (=visto como desumanizante), principalmente no terreno econômico, no qual as greves, as paralisações de produção, o absenteísmo, a sabotagem da produção e a alergia ao trabalho levam a procurar soluções alternativas
>A reestruturação da tarefa surge como resposta à necessidade de substituir a Organização Cientifica do Trabalho (OCT), e traz à tona amplas discussões sobre o objetivo do trabalho, sobre a relação homem-tarefa, acentuando a dimensão mental do trabalho industrial.
- A PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO (reviravolta epistemológica)
centram-se não mais na direção das doenças mentais, mas na das estratégias elaboradas pelos trabalhadores para enfrentar mentalmente a situação de trabalho.
- A partir do início dos anos 80, a Psicopatologia do Trabalho preocupa-se em fundamentar a clínica do sofrimento na relação psíquica com o trabalho. O sofrimento no trabalho é entendido como o espaço de luta que ocorre no campo situado entre o bem-estar X doença mental ou a loucura -> o trabalho fica desafetivado e, conseqüentemente, insuportável .
- A organização do trabalho exerce papel importante como fator de prazer e sofrimento no trabalho
- é um erro querer eliminar o sofrimento do trabalho. A idéia é conseguir elaborar condições nas quais os trabalhadores pudessem gerir eles mesmos seu sofrimento - O TRABALHO E O MEDO
Intensificação do trabalho + empresas querendo diminuir custos = introduzem, como fator tensionante, o medo da perda do emprego, o que toma o trabalhador mais tenso e submisso.
O medo, para Dejours, não é um conceito propriamente psicanalítico, mas, antes, responde por aspectos concretos da realidade e exige sistemas defensivos específicos.
-medo do castigo
Focault (1991): sanção normalizadora - Nas organizações funciona como repressora toda uma micropenalidade do tempo, da atividade, da maneira de ser e dos discursos e, a título de punição, uma série de processo sutis como ligeiras privações e humilhações.
>O medo, nessa perspectiva, assume uma outra dimensão, não mais compreendido apenas como ameaça e punição, mas, especialmente, como a possibilidade de uma nova articulação reativa, sendo, portanto, entendido como um dos fatores estruturadores fundamentais da construção social. Essa estruturação social do medo é compreendida como uma dialética entre ordem e desordem, adquirindo no cotidiano da ação, reação e relações sociais o aspecto de organizador da sociabilidade e de criação societária
- entende que o medo provoca o estado de paralisia, mas também pode desencadear atitudes que visam à transgressão, à simulação e à recriação de formas de sociabilidade
a banalização do mal não começa por impulsos psicológicos, mas sim pela ameaça de precarização e exclusão social.
- conceito de zelo no trabalho, ou seja, um empenho na execução das tarefas que vai além do chamado do dever.
>>O medo como motor da inteligência!
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