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TRABALHO MBA GESTÃO DE PESSOAS

Por:   •  18/5/2021  •  Projeto de pesquisa  •  2.469 Palavras (10 Páginas)  •  204 Visualizações

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VERIFICAÇÃO SUPLEMENTAR

Matriz de resposta

Disciplina: Gestão de Pessoas

Módulo: Gestão de Pessoas

Aluno: Ricardo Ramos

Turma: ONL020XF-ZOGESP44T6

Tarefa: Avaliação suplementar

INTRODUÇÃO

O home office, teletrabalho ou trabalho remoto são as variações de nome desta modalidade que surgiu nos anos de 1970, por conta da crise do petróleo, que teve fortes impactos na economia e na sociedade da época. O home office, neste início, visava contornar os problemas de trânsito, da escassez e preços elevados dos combustíveis. Porém, é a partir dos anos 90 que esta modalidade de trabalho ganhou força e espaço principalmente nos países mais desenvolvidos, devido a massificação e avanço de novas tecnologias de computação e de internet.

O home office caracteriza-se de mais flexível, tanto na distribuição da carga de trabalho quanto na localização geográfica dos trabalhadores, possibilitada pelo avanço da internet e da melhoria de velocidade e transmissão dos dados. Esta evolução proporcionou uma nova forma de trabalho, tanto para trabalhadores, quanto para organizações. Segundo Basso e Barreto (2018), as formas de trabalho se modificaram devido a evolução da sociedade e do trabalho, que progrediu da atividade manual para a intelectual.

Segundo Trope (1999), a ideia do home office é levar o trabalho até as pessoas ao invés das pessoas irem até o trabalho.

A Organização Internacional do trabalho, projetou que o home office poderia ser empregado em 18% dos postos de trabalho ao redor do mundo, média esta que sofre grandes alterações para cada país, devido a diferenças de perfis de atividade econômica, culturais e tecnológicas.

Com o avanço da pandemia do corona vírus mundo afora, houve uma intensificação e aceleração da adesão a esta modalidade de trabalho, visto a necessidade do isolamento social para proteger funcionários de contaminação e pela repercussão negativa para marcas e empresas onde há surtos de Covid-19 dentro de setores e departamentos, de pessoas trabalhando juntas que se contaminando mesmo tempo, levando a clientes e sociedade a entender como um descaso e descuido da empresa com seus funcionários, afetando  negativamente credibilidade e impactando negócios de empresas. O que era visto nesta modalidade de trabalho como alternativa para longo prazo passou a ser urgente. A implantação às pressas do home office pegou empresas e funcionários de surpresa, onde nenhum dos dois teve o tempo adequado de preparação para esta modalidade de trabalho, levando em alguns casos a problemas com os pontos negativos do home office.

O conceito de home office ou teletrabalho não se confunde com modalidades de trabalhos fabris realizados a domicílio, oficinas domésticas ou trabalhadores subcontratados. No contexto do home office, inserem-se trabalhos realizados e possibilitados pela tecnologia da informação (TI). Trabalhos que passaram a ser realizados em casa mediados por computadores, tablets e smartphones.

DESENVOLVIMENTO

Uma pesquisa do MIT Technology Review Brasil, entrevistou cerca de 2,2mil companhias em todo o Brasil. Ao menos 80% delas responderam, em dezembro de 2020, que pretendiam continuar com o home office e/ou modelos híbridos mesmo após a pandemia.

De acordo com uma pesquisa realizado pelo Instituto Fortinet, quase dois terços das companhias entrevistadas tiveram que fazer uma transição acelerada de mais da metade de sua força de trabalho para o home office. A maioria, disse não estar preparada para isso. 83% deles citaram a transição como moderada; desafiadora; ou muito desafiadora. Apenas 3% disseram não sentir a transição. Nesta mesma pesquisa, com funcionários, 94% deles responderam que gostariam de continuar trabalhando em home office após a pandemia. Entre os gestores, 84% deles acreditam que devem priorizar o home office, devido aos benefícios alcançados.

Mesmo antes da pandemia, uma pesquisa realizada pela Leadership IQ, revelou que funcionários remotos tem 87% mais chances de amar seus trabalhos do que aqueles em escritórios. Uma das razões apontadas, seria que estes funcionários descobriram como usar hacks de produtividade, para dedicarem um tempo mais focado a suas atividades. Eles utilizam a técnica do “chunking”, que significa dividir o dia em períodos de tempo variáveis de acordo com cada demanda e cada tarefa. Dentro desta mentalidade, o colaborador sabe que ficar 8 horas seguidas sentados na cadeira na frente do computador não significa produtividade, como a maioria das empresas e ambientes de escritórios impõem. A própria fisiologia e estrutura física do corpo vão contra ficar períodos de tempo prolongados nesta posição. Por isso, as empresas devem focar mais na entrega de resultados destes profissionais do que no controle de tempo que eles passam em frente a tela.

Uma pesquisa feita pelo IBGE em 2018, revelou que 3,8 milhões de pessoas haviam aderido ao trabalho home office no Brasil. Uma outra pesquisa do IBGE, em maio de 2020, apontou que haviam 8,7 milhões de trabalhadores em trabalho remoto.

Dentre as formas de trabalho home office, a mais usual é o funcionário trabalhando em seu domicílio, em casa. A forma pendular ou hibrida é quando ele divide seus dias entre home office e escritório da empresa. Em algumas regiões, em condomínios por exemplo, existem opções de escritórios de vizinhança, que permitem que vários funcionários de várias empresas trabalhem juntos, próximos de suas residências. Para trabalhadores do setor comercial, a forma de trabalho mais comum é o “nômade”, onde ele alterna o home office entre sua residência, hotéis, espaços públicos, shoppings, espaços de coworking entre outros, permeando visitas a clientes e viagens. Há empresas que utilizam a modalidade de “escritórios satélite”, que são espaços fora da matriz da empresa, utilizados para tratar de negócios.

Como os principais desafios do home office, pesquisadores como M.S.A Brick & A. Brik (2013), Filard e Castro (2017), Hau e Todescat (2018), apontam:

  1. Para o profissional: distrações e tentações; família, amigos e pets; isolamento; procrastinação e criação do vício em trabalho; organização; ruídos domésticos; preconceitos das pessoas a esta modalidade de trabalho, família não entende que a pessoa está trabalhando, visão preconceituosa; inadaptação ao modelo; perda de vínculo com colegas de trabalho; perda das respostas imediatas; maior volume de trabalho em decorrência do aumento de produtividade; dificuldade de caracterizar acidentes de trabalho; falta de legislação específica.
  2. Para as empresas: resistência da administração; dificuldades de supervisionar; resistência do empregado; isolamento do funcionário; lealdade organizacional; vício em trabalhar; barreiras a promoção; desigualdade; impactos negativos no ambiente familiar de funcionários se não houver disciplina no processo e condição adequada de trabalho e preparação e orientação aos familiares; perda de sentimento de vínculo com a equipe e com os superiores e a empresa; incompatibilidade tecnológica; vulnerabilidade de dados, recursos e redes, dados sigilosos; falta de legislação; diversidade de contratos a administrar; objeção de sindicatos.

Vale destacar que há outros desafios, como por exemplo, inerentes ao gênero, pois quando se separa as respostas de homens e mulheres, há diferenças significativas, que sempre colocam cuidados com casa, filhos em percentuais maiores do que homens, pois, apesar das evoluções em nossa sociedade nas últimas décadas, onde os homens participam cada vez mais da divisão das atividades domésticas e de cuidados com filhos, estas em sua média ainda recaem muito mais sobre a mulher do que no homem.

Como os principais benefícios do home office, pesquisadores como M.S.A Brick & A. Brik (2013), Filard e Castro (2017), Hau e Todescat (2018), apontam:

  1. Para o profissional: menor exposição ao trânsito, aproveitamento para fins pessoais e profissionais o tempo que antes era de deslocamento; maior autonomia; saúde; menos estresse; menos fontes de distrações e ruídos comparando com salas cheias de colegas de trabalho; engajamento e produtividade; maior presença familiar, na educação e tempo com filhos; segurança; autonomia; ambiente mais confortável; menor necessidade de cuidados com aparência; redução de absenteísmo; relógio biológico; flexibilidade na escolha da residência e local; redução de custos de deslocamento, vestuário e alimentação; ausência do clima de competição no ambiente de trabalho; redução de tensão e conflitos; retorno mais rápido após licenças médicas.
  2. Para as empresas: Produtividade; redução de absenteísmo; benefícios ambientais; menor custo com instalações físicas; menos encargos a empresa devido à presença física dos funcionários; retenção e recrutamento; evolução tecnológica da empresa devido a adoção de novas tecnologias de informação e telecomunicação; eliminação de custos com deslocamento até o trabalho; melhor ganho de produtividade dos funcionários devido a autonomia; melhoria ambiental devido a redução de poluição e tráfego humano; maiores oportunidade para deficientes físicos com dificuldades de locomoção; novas atividades devido ao surgimento de tecnologias; maior alcance na seleção de funcionários.

Estudos demonstram que a empresas podem economizar de 30 a 70% dos custos relacionados a espaços físicos de seus escritórios (M.S.A. Brik & A.Brik (2013).

Um trabalho de M.S. Brik & A. Brik (2013), sugere 10 passos para a implantação de um programa bem-sucedido de trabalho home office:

  1. Consideração inicial;
  2. Selecionar candidatos;
  3. Analisar o ambiente;
  4. Analisar o perfil dos gerentes;
  5. Considerações na área de tecnologia;
  6. Planejamento;
  7. Redigir documentos;
  8. Treinamento;
  9. Lançamento do projeto e gerenciamento de equipes virtuais;
  10. Avaliação do projeto;

O home office não é uma modalidade adequada a todos os perfis profissionais. É preciso ter as características de gostar de trabalhar sozinho, foco, concentração e autodisciplina devido as distrações pessoais e familiares ao redor.

A implantação do home office nas empresas requer passos de planejamento. Primeiramente, um levantamento do que existe no ambiente de trabalho, da necessidade de cuidado com a família, do que é feito nas horas vagas, dos tempos de deslocamento e outras variáveis. Como cada empresa possui um segmento e atividades diferentes, além de pontos de cultura organizacional, deve-se adequar este levantamento para cada realidade. A cada dia surgem novas tecnologias que possibilitam novas modalidades de home office, por isso, pode-se dizer que não há um modelo pronto e como é uma modalidade emergente, existem constantes evoluções e adaptações e não há uma metodologia que seja pronta ou única.

Ao começar um projeto de trabalho em home office, iniciar fazendo um levantamento entre funcionários e gestores é um ponto de partida fundamental, levantando quais são os ânimos e aflições dos empregados.

De maneira geral, o processo de implantação do home office, passa por cerca de 10 ciclos, conforme sugerido por alguns autores. Primeiramente, definir o delineamento do projeto, que é desenvolvido a partir de questionamentos e definições. Posteriormente, a seleção dos candidatos a trabalhar em home office e seleção dos gestores. Em seguida, coloca-se o projeto em andamento, redigindo documentos que estabeleçam regras e formalizem o modo de trabalho. Depois, funcionários são treinados e é dado o start aos trabalhos. E por fim, as reuniões de rotina, de alinhamentos da forma de trabalho e do trabalho em si, gestão de rotinas e avaliação de resultados.

A alteração brusca para o modelo de home office e os efeitos do isolamento social durante a pandemia podem trazer efeitos na saúde mental dos funcionários e população como um todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu problemas como ansiedade e depressão como problemas críticos e essenciais. Uma pesquisa da IBM constatou que cerca de 10% da população mundial, ou seja, cerca de 1 bilhão de pessoas sofrem por ansiedade ou depressão. Esse número subiu cerca de 18% na última década e tendo a subir ainda mais durante a pandemia. Neste contexto, é crescente a preocupação de empresas e seus respectivos recursos humanos sobre a conscientização de seus colaboradores sobre os problemas com a saúde mental, a gestão de nossas emoções, a construção de ambientes de trabalho inclusivos, desenvolvimento de inteligência emocional e iniciativas que promovam tratamento e prevenção de problemas com saúde mental.

CONCLUSÃO

A mudança radical e abrupta para o home office, devido ao Covid-19, forçou a uma mudança cultural muito rápida, que mostrou para a maioria das empresas e profissionais, que é possível ser igualmente produtivo ou até mais, em home office.

O home office é uma tendência que veio para ficar e se ampliar. Tanto empresas como funcionários já perceberam vantagens e desvantagens do modelo, que juntas tendem a ter um saldo bastante positivo e com estudos de melhoria em andamento dos pontos críticos para resolve-los.

A mudança cultural promovida com o home office, como a popularização de ferramentas de online de reuniões e treinamentos, como o Zoom, Meets ou Skype, entre outras, tornaram-se normais no dia a dia das empresas, reduzindo custos e tempo. Nos treinamentos com colaboradores ou clientes, o custo com deslocamento, diárias de hotel, custos com refeições, coffee breaks e happy hours foram praticamente eliminados.

Grandes eventos e feiras de expressão nacional ou internacional se adaptaram para versões online, reduzindo substancialmente custos com deslocamentos, stands, jantares com clientes entre outros.

As mesmas ferramentas tecnológicas que possibilitam o home office, também estão fazendo uma revolução na forma de ensino em escolas e universidades, pois a modalidade online ou ensino à distância (Ead), quando comparado ao ensino tradicional presencial, sofria preconceitos e questionamentos quanto a qualidade de ensino. No cenário de pandemia, mesmo os presenciais tiveram que migrar para o online, ou Ead.

Após esta pandemia, quando tivermos um alto percentual de pessoas imunizadas e pudermos voltar a rotina de antes, esses eventos e trabalhos que passaram a ser feitos online tendem a permanecer online, visto a economia de custos e praticidade alcançados dos quais as empresas não vão abrir mão no mundo pós pandemia.

Vários tipos de projetos futuros serão impactados com a normalização do home office. Espaços residenciais terão que ser adequar a necessidade permanente de ser trabalhar em casa. Projetos de construtoras podem se adequar, criando projetos para novos apartamentos e casas um espaço adequado e confortável para o home office. Redes de dados das empresas de telecomunicação terão que ser ampliadas e com grande qualidade de dados para regiões distantes dos centros das cidades.

Com a redução dos deslocamentos, haverá melhorias de trafego nas cidades. As pessoas poderão repensar a necessidade, quantidade e tipo de veículos, pois terão seus deslocamentos reduzidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRIDI, Maria, BOHLER, Fernando, ZANONI, Alexandre. O trabalho remoto/home office no contexto da pandemia COVID-19. ARTIGO REMIR UFPR (Universidade Federal do Paraná). www.eco.unicampo.br. Acesso em: Maio/2021.

BARROS, Alexandre M., SILVA, José Roberto G. Percepções dos indivíduos sobre as consequências do teletrabalho na configuração home office: estudo de caso na Shell Brasil. . Acesso em: Maio/2021.

 OLHAR DIGITAL. Um ano de home office: Avanços do setor tecnológico e próximos passos. https://olhardigital.com.br/2021/04/15/colunistas/um-ano-de-home-office-avancos-do-setor-tecnologico-e-proximos-passos/. Acesso em: maio/2021.

REVISTA ÉPOCA. Home office ganha força como alternativa durante a pandemia. https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/06/teletrabalho-ganha-forca-como-alternativa-durante-pandemia.html. Acesso em: Maio/2021.

SITE ALTIO TECNOLOGIA. Trabalhe onde quiser – A tendência do home office no pós pandemia. https://altio.com.br/2020/11/17/aumento-do-home-office-no-pos-pandemia/. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA GHZ. Com home office estabelecido, após um ano de pandemia, empresas apostam em modelo híbrido no futuro. https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2021/03/com-home-office-estabelecido-apos-um-ano-de-pandemia-empresas-apostam-em-modelo-hibrido-no-futuro-ckm3s19qw002q0198h5crz6am.html. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA ARTIA. O fim da pandemia não deve ser o fim do home office: Entenda. https://artia.com/blog/o-fim-da-pandemia-nao-deve-ser-o-fim-do-home-office-entenda/. Acesso em: Maio/2021.

SITE TECMUNDO. Trabalho remoto: Como o home office mudou a realidade do mercado. https://www.tecmundo.com.br/produto/208095-trabalho-remoto-home-office-mudou-realidade-mercado.htm. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA FORBES BRASIL. Passar o dia inteiro sentado não é sinônimo de produtividade no home office; veja por que. https://forbes.com.br/carreira/2020/04/passar-o-dia-sentado-na-frente-do-computador-nao-e-sinonimo-de-produtividade-no-home-office-veja-por-que/. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA MELHOR. Manter a mente são na quarentena. https://revistamelhor.com.br/manter-a-mente-sa-na-quarentena/. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA MELHOR. Flexibilidade de horários  e home office como benefícios. https://revistamelhor.com.br/flexibilidade-de-horario-e-home-office-como-beneficios/. Acesso em: Maio/2021.

SITE HARVARD BUSINESS REVIEW BRASIL. Trabalho em home office: Explorando eralidades e percepções no cenário de Covid-19. https://hbrbr.com.br/trabalho-em-home-office-explorando-realidades-e-percepcoes-no-cenario-covid-19. Acesso em: Maio/2021.

REVISTA VC S/A. Cuidados com a saúde mental na quarentena. https://vocesa.abril.com.br/blog/luciana-camargo/cuidados-com-a-saude-mental-na-quarentena/. Acesso em: Maio/2021.

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