A CIÊNCIA POLÍTICA - AA1
Por: ALEX.GAMA • 9/9/2020 • Resenha • 769 Palavras (4 Páginas) • 184 Visualizações
AD – 1
Aristóteles formulou a tipologia clássica das formas de poder baseada no interesse em favor do qual poder é exercido. O poder exercido pelo pai sobre o filho no interesse do filho foi classificado como poder paterno. Se o poder é exercido pelo senhor sobre o escravo no interesse no interesse do senhor, trata-se do poder despótico. Já o poder político caracteriza-se quando é exercido pelos governantes sobre os governados no interesse de ambos.
Outra tipologia criada por Aristóteles refere-se às formas de governo, também levando em consideração a finalidade, o interesse e o exercício do poder dos governantes sobre os governados, sendo dividida em três categorias:
- o governo de um só;
- o governo de poucos e;
- o governo de muitos.
As formas de governo Aristotélicas têm duas vertentes: a do bom governo e a do mau governo. O bom governo sempre procura satisfazer o interesse de todos, ou seja, governantes e governados podendo ser exercido da seguinte forma:
O governo de um indivíduo sobre os demais, o rei, no caso da monarquia; o governo de alguns, tidos como os melhores, no caso da aristocracia ou o governo exercido pela maioria visando o bem de todos, no caso politeia. É o governo da pólis – cidade-Estado. O mau governo se fundamenta na ideia de satisfazer o interesse do(s) governante(s) sendo exercido das seguintes maneiras: por um só indivíduo, ou seja, pelo tirano que visa sua própria satisfação em detrimento dos interesses dos governados, no caso da tirania; por uma minoria, que detém a riqueza e exerce o poder a favor dos seus interesses em detrimento aos mais pobres, no caso da oligarquia e por último, pela maioria que exerce o poder em seu próprio interesse, em detrimento da vontade das minorias, no caso da democracia.
Norberto Bobbio, pensador italiano formulou a tipologia moderna das formas de poder tendo como ponto de partida os meios pelo quais o mesmo é exercido.
O poder econômico: é o que “se vale da posse de certos bens, necessários ou considerados necessários, numa situação de escassez, para induzir aqueles que não os possuem a certo comportamento, que pode ser, principalmente, certo tipo de trabalho". (BOBBIO, 1984, p.7). O poder ideológico: “baseado na influência que as ideias formuladas de certa maneira ou emitidas em certas circunstâncias, por uma pessoa revestida de autoridade, e difundidas por certos meios, têm sobre o comportamento dos comandados”. (BOBBIO, 1984, p. 7). O poder político: é embasado na “posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física, isto é, através das armas de qualquer espécie e grau”. (BOBBIO, 1984, p. 8).
Deveras, uma análise mais apurada acerca das concepções da Política e do Poder Político acaba por demonstrar que muitos conceitos doutrinários e/ou formulações empíricas acerca da Política e do Poder Político, tanto os conceitos passados, quanto as concepções atuais, correlacionam ambos fenômenos à administração pública estatal e a uma tipologia das formas de governo, correlação esta que, freqüentemente, ao longo da História, se materializa numa relação de subordinação da Política e do Poder Político a essa ou aquela forma de governo. No entanto, é imperioso lembrar que a Política e o Poder Político não se confundem, em absoluto, com a administração pública estatal e as formas de governo. Ambas - administração pública estatal e forma de governo - se referem a um único complexo de atividades públicas sobrepostas e conexas, complexo este que se desenvolve de acordo com as condições existentes em cada coletividade política - Estado - ao longo de vários séculos.
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