A GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR: UM REPENSAR SOBRE AS TEORIAS ORGANIZACIONAIS
Por: biafaspifir • 8/3/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.495 Palavras (6 Páginas) • 304 Visualizações
ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR
Características
Uma expressão da chamada racionalidade substantiva pode ser encontrada nas organizações do terceiro setor, que são caracterizadas por serem sem fins-lucrativos, criadas e mantidas pela participação voluntária, voltadas para o atendimento das necessidades de organizações de base popular, complementando a ação do Estado. Suas atividades não são pautadas pelo lucro, mas sim por laços de solidariedade que permeiam o comportamento dos indivíduos em sociedade.
Anos 80 e 90
Estas organizações vêm ganhando muito espaço no mundo todo e no Brasil, principalmente a partir da década de 80, formando um espaço mobilizador de reflexão, de recursos e, principalmente, de ação. No cenário político dos anos 90, o terceiro setor aparece sob formas organizacionais diversas, com voz própria, articuladas horizontalmente com outras instituições que lutam por uma sociedade mais democrática, tendo como características a autonomia, a vocação e o compromisso político e relações de solidariedade com a sociedade.
“3 Setor”
A idéia de um terceiro setor recupera a imagem de que na esfera pública não está presente somente a dicotomia público-privado tradicionalmente aceito, onde de um lado, tem-se Estado, representando o público, e de outro, o mercado, representando o privado. Existe uma terceira figura, que é a sociedade civil.
Os três setores
Nesta idéia de terceiro setor tem implícita que as organizações que se encontram na sociedade podem ser divididas em três modelos de setores autônomos e interdependentes: primeiro setor (mercado), segundo setor (governamental) e terceiro setor (atividades sem fins lucrativos). Essa classificação, segundo COELHO (1998), é usada pela maioria dos autores americanos, o que tem uma certa lógica, pois consideram que o mercado foi o primeiro a se constituir na história. Mas também encontra-se alguns autores, como por exemplo BRANDÃO & SILVA (1998), que denominam o contrário: governo como primeiro e mercado como segundo.
O modelo dos três setores
AGENTES FINS SETOR
privados para privados = mercado
públicos para públicos = Estado
privados para públicos = terceiro setor
públicos para privados = corrupção
O primeiro setor é representado pelo mecanismo de mercado, geralmente é o maior setor em qualquer país e os interesses privados se sobressaem sobre qualquer interesse mais amplo ou público. A busca e obtenção do lucro são os principais objetivos.
O segundo setor, representado pelo Estado, tem o papel de estabelecer políticas públicas que atendam as reais necessidades da população. Se o Estado estiver agindo em busca de objetivos privados, e distantes do bem público poderá ser entendido como agente corruptor, distante dos interesses públicos.
O terceiro setor é constituído por organizações privadas sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter público, porém não se caracterizam como governamental. Seriam àquelas atividades nem coercitivas nem voltadas para o lucro.
Várias denominações
Para caracterizar esse conjunto de organizações complexas e diversificadas que estão crescendo na sociedade, estão surgindo várias denominações, como organizações não-governamentais, economia solidária, organizações não-lucrativas, terceiro setor, movimento alternativo, organizações voluntárias etc., que são usados em contextos bastante diferentes e com vários significados, causando confusão sobre o tema ainda pouco conhecido. Esses termos se misturam, e são caracterizados por uma certa imprecisão terminológica, que apesar de serem freqüentemente utilizados para um mesmo objeto, podem significar coisas diferentes.
Organizações participantes
Engloba-se no setor todas organizações privadas, sem fins lucrativos que atuam em benefícios públicos e coletivos.O terceiro setor engloba todas aquelas instituições sem fins lucrativos que, a partir do âmbito privado, perseguem propósito de interesse público. O conjunto de organizações que pertence a este setor é muito diverso e complexo. Vão desde organizações filantrópicas tradicionais, organizações não-governamentais até iniciativas empresariais.
Caracterização
Uma caracterização comum a vários autores é marcada pela negação e pela oposição: “não-governamental” e “sem fins lucrativos”. A primeira negação - “não-governamental” - revela que não faz parte do aparato do Estado, e que, provavelmente, não deverão fazer. E a segunda - “sem fins lucrativos” - refere-se a organizações que embora arrecadem recursos essas organizações não são geridas segundo a lógica empresarial presente no mercado, que tem a busca incessante do lucro como um dos seus principais objetivos.
Falta de identidade definida
O terceiro setor ainda não tem uma identidade definida, o que dificulta ainda mais sua conceituação. Sem identidade não há como o setor consolidar sua ação. Ainda que isto corresponda à realidade, deve-se ressaltar que a “própria idéia de um terceiro setor está longe de ser clara na maioria dos contextos.
A GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR: singularidades e características
O desafio do desenvolvimento de uma estrutura de gestão adequada às peculiaridades das organizações do terceiro setor tem sido destacada como uma das suas maiores dificuldades por diversos autores, tais como: SCORNAVACCA JR. et al. Na realidade existem poucos estudos sobre a gestão que levem em conta as particularidades das organizações do terceiro setor. Segundo ANDION (1998), os trabalhos existentes sobre a gestão destas organizações, na maioria das vezes, além de não considerar suas singularidades, descaracterizam as organizações estudadas, analisando-as através de uma abordagem funcionalista, baseada nos mesmos conceitos e instrumentos utilizados no estudo das organizações empresariais.
A tendência à profissionalização crescente das organizações do terceiro setor faz com que estas se ajustem às regras do sistema institucionalizado,
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