A HUMANIZACAO HOSPITALAR
Por: ALICEAKINO • 7/5/2016 • Projeto de pesquisa • 2.261 Palavras (10 Páginas) • 506 Visualizações
ANHANGUERA EDUCACIONAL
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (CEAD)
GESTÃO HOSPITALAR
ALICE FERREIRA DE AQUINO
HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
LAVRAS
2015
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO 01
- PROBLEMAS ABORDADOS NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR...................................................................................................02
- CONCLUSÃO 05
- PLANO DE AÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DA HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO AO USUÁRIO........................................................................07
1 INTRODUÇÃO
Humanização é a ação ou efeito de humanizar, de tornar humano ou mais humano, tornar benévolo, tornar afável. A humanização na saúde implica uma mudança na gestão dos sistemas de saúde e seus serviços. Essa mudança altera o modo como usuários e trabalhadores da área da saúde interagem entre eles. A humanização na área da saúde tem como um dos seus principais objetivos, fornecer um melhor atendimento dos beneficiários e melhores condições para os trabalhadores. Humanizar a saúde também significa que as mentalidades dos indivíduos vão sofrer mudanças positivas, criando novos profissionais mais capacitados que melhoram o sistema de saúde. Podemos dizer que a rede de humanização em saúde é uma rede de construção permanente de laços de cidadania, de um modo de olhar cada sujeito em sua especificidade, sua história de vida, mas também de olhá-lo como sujeito de um coletivo, sujeito da história de muitas vidas. De acordo com Lepargneur (2003), humanizar é saber promover o bem comum acima da suscetibilidade individual ou das conveniências de um pequeno grupo. Para Pessini (2002) é possível e adequado para a humanização se constituir, sobretudo, na presença solidária do profissional, refletida na compreensão e no olhar sensível, aquele olhar de cuidado que desperta no ser humano sentimento de confiança e solidariedade. Humanizar a relação com o doente realmente exige que o trabalhador valorize a afetividade e a sensibilidade como elementos necessários ao cuidar. Porém, ressaltam os autores, tal relação não supõe um ato de caridade exercido por profissionais abnegados e já portadores de qualidades humanas essenciais, mas um encontro entre sujeitos, pessoas humanas, que podem construir uma relação saudável, compartilhando saber, poder e experiência vivida solidariedade. O processo de humanizar baseia-se na atitude simples de se disponibilizar para ouvir e contar, trocar experiências e comparar seu processo histórico com o outro. A identificação com esse outro, a reciprocidade de vidas e ações é que permite a identidade humana e o reconhecimento da possível imperfeição, mas também a ilimitada possibilidade do fazer de novo.
2 PROBLEMAS ABORDADOS NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
Os profissionais de saúde submetem-se, em suas atividades diárias, a tensões provenientes de várias fontes: contato frequente com a dor e o sofrimento e com pacientes em estados terminais, receio de cometer erros, relações com pacientes exigentes. O contato direto com seres humanos coloca o profissional de saúde diante de sua própria vida, saúde ou doença, dos próprios conflitos e frustrações. Se ele não tomar contato com esses fenômenos, correrá o risco de desenvolver mecanismos rígidos de defesa que podem prejudicá-lo tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, como também este profissional da saúde, ao entrar em contato com os seres humanos, pode utilizar o distanciamento como mecanismo de defesa.
Segundo Martins (2001), a humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam insegurança. Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não estão registrados em decretos e livros, não tendo características propagáveis, pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo excepcional de humanização. Acredita –se que a humanização deve caminhar cada vez mais, para se constituir como vertente orgânica do sistema clínico de saúde. Como política ela deve traduzir princípios e modos de operar no conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes profissionais e entre as diversas unidades e serviços de saúde. Tomar a saúde como valor de uso é ter por padrão o vínculo com os usuários, garantindo direitos a eles e aos seus familiares; é estimular que os usuários se coloquem como personagem principal do sistema de saúde; mas é também os profissionais terem melhores condições de realizar seu trabalho de modo digno e criador de novas ações, possibilitando-lhes participar como co-gestores de seu processo de trabalho. Segundo a Política Humaniza SUS, a humanização supõe troca de conhecimentos, incluindo os dos usuários e sua rede social, diálogo entre os profissionais e modo de trabalhar em equipe (Brasil, 2005). Podemos dizer que a rede de humanização em saúde é uma rede de construção interminável de laços de cidadania, de um modo de olhar cada sujeito em sua especificidade, sua história de vida, mas também de olhá-lo como sujeito de um coletivo, sujeito da história de muitas vidas.
Para Pessini (2002) é possível e adequado para a humanização se constituir, sobretudo, na presença solidária do profissional, refletida na compreensão e no olhar sensível, aquele olhar de cuidado que desperta no ser humano sentimento de confiança e solidariedade. Então, o que é humanizar? Entendido assim, humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética; ou seja, para que o sofrimento humano e as percepções de dor ou de prazer no corpo sejam humanizados, é preciso tanto que as palavras expressas pelo sujeito sejam entendidas pelo outro quanto que este ouça do outro palavras de seu conhecimento. Pela linguagem, fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro, sem o que nos desumanizamos reciprocamente (Buss, 2000). Sem comunicação não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e ouvir, do diálogo com nossos semelhantes. O desenvolvimento científico e tecnológico tem trazido uma série de benefícios, sem dúvida, mas tem como efeito adverso o incremento da desumanização. O preço que pagamos pela suposta objetividade da ciência é a eliminação da condição humana da palavra, que não pode ser reduzida a mera informação de anamnese. Por exemplo, quando preenchemos uma ficha de histórico clínico, não estamos escutando a palavra, mas apenas recolhendo a informação necessária para o ato técnico. Este é indispensável, mas o lado humano fica excluído. O ato técnico, por definição, elimina a dignidade ética da palavra, pois esta é necessariamente pessoal, subjetiva, e precisa ser reconhecida na palavra do outro (Ballint,1975). A dimensão desumanizante da ciência e tecnologia se dá, consequentemente, na medida em que ficamos reduzidos a objetos de nossa própria técnica e objetos despersonalizados de uma investigação que se propõe ser fria e objetiva. Um hospital pode ser excelente na questão da tecnologia e mesmo assim perder a essência humana no atendimento, por tratar as pessoas como simples objetos de intervenção técnica, sem serem ouvidas em suas tribulações, temores e expectativas, ou sequer informadas sobre o que está sendo feito com elas, pois o saber técnico define em consiste o bem do paciente, independentemente de sua opinião. Por outro lado, o problema em muitos outros locais é justamente a falta de condições técnicas, capacitação, materiais, má qualidade resultante do atendimento e sua baixa resolubilidade. De acordo com a Política Nacional de Humanização (Brasil, 2005), a humanização é um pacto, uma construção coletiva que só pode acontecer a partir da construção e troca de saberes, através do trabalho em rede com equipes multiprofissionais, da identificação das necessidades, desejos e interesses dos envolvidos, do reconhecimento de gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde, e da criação de redes solidárias e interativas, participativas e protagonistas do SUS. A Rede de Humanização em Saúde é, desta forma, uma permanente construção de laços de cidadania, onde há a valorização de todos os sujeitos implicados no processo de produção de saúde.
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