A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA

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 PRODUÇÃO INTELECTUAL

PROJETO DE PESQUISA

.ESAMC.Campinas.

PROJETO 039/2008

Maio/08

“A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA”

Conjuntura atual e perspectivas estratégicas

Autor: Prof.º José Eduardo Favaretto 2

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I – INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é o de avaliar a conjuntura atual da indústria automobilística, em especial do setor de automóveis de passageiros, para avançar propostas e discutir as sugestões existentes, visando contribuir com o debate para a formulação de uma nova política industrial para o setor automotivo.

II – HISTÓRICO

Após um longo período de estagnação, verificado no decorrer dos anos oitenta e até os primeiros anos da década de noventa, as vendas de automóveis de passageiros no mercado interno brasileiro mudaram do patamar de 500 a 600 mil veículos/ano para um volume de vendas da ordem de 1,25 milhão de veículos/ano, na média do período 1994/2004.

Os motores deste salto foram os acordos das Câmaras Setoriais Automotivas, o Programa do Carro Popular e o advento do Plano Real. Os dois primeiros fatores propiciaram a redução dos preços dos veículos enquanto o terceiro, reduziu a inflação e as incertezas econômicas, ensejando a retomada do crédito ao consumidor e, assim, alavancando ainda mais as vendas. Culminando este processo, em 1996, o lançamento do Programa Automotivo criou as bases para um vigoroso ciclo de investimentos no setor durante o período de 1997 a 2000, o que permitiu a ampliação da capacidade instalada para algo em torno de 3 milhões de autoveículos/ano e a modernização dos produtos e dos processos produtivos.

No entanto, o ritmo de crescimento do mercado interno perdeu o empuxo devido às restrições macroeconômicas derivadas das constantes crises financeiras que assolavam os alguns países emergentes e às políticas de ajuste econômico que foram implementadas no período. Em particular, destaca-se a elevação dos juros e a restrição ao crescimento econômico impostas pelo esforço de ajustamento.

Como resultado, as empresas do setor que haviam acabado de realizar enormes investimentos, buscaram o mercado externo aproveitando-se da capacidade ociosa e da aceleração do crescimento da economia mundial. Como resultado, as exportações saíram de um patamar de 370 mil veículos/ano, na média do período de 1996 a 2002, para 760 mil na média do quadriênio de 2003 a 2006, tendo atingido a marca de 900 mil veículos exportados em 2005.

III – CONJUNTURA ATUAL

Nos últimos três anos, entretanto, este cenário alterou-se profundamente. O quadro atual do setor automobilístico é marcado pela confluência de alguns aspectos, que destacamos a seguir:

1) Crescimento vigoroso das vendas ao mercado interno

Em 2004 as vendas de autos de passageiros foram de 1,26 milhão de veículos (mantendo a média do período de 1996/2004, citada acima). Já em 2005 as vendas deste segmento cresceram 8,8% e em 2006 13,7%. Em 2007, porém, o ritmo de crescimento se acentuou, com um acréscimo de 28% e levando as vendas para um patamar de 1,8 milhão de automóveis de passageiros. E, em 2008, o ritmo de crescimento se mantém acelerado, 3

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atingindo cerca de 35% de expansão no período de janeiro a abril, comparado com igual período do ano anterior.

Este crescimento só está sendo possível graças, em primeiro lugar, à consolidação da estabilização da economia, com inflação baixa e crescimento razoável do PIB e, em segundo lugar, à política de redução das taxas de juros implementada pelas autoridades econômicas. Com a estabilidade e juros mais baixos, veio a ampliação dos volumes de crédito e dos prazos de financiamento, o que facilitou o acesso de novos consumidores no mercado de automóveis novos, bem como incrementou a demanda de reposição.