Nome do docente: Disciplina: História Ementa: Estudo sobre a ascensão dos fascismos e seu desenvolvimento ao longo do século XX. Resumo: A presente proposta de aula busca realizar uma análise sobre as transformações, rupturas e continuidades dos fascismos ao longo do tempo, observando as formas como se adaptou a diferentes contextos e como perpetuaram um trauma originado no início do século XX. |
- Antes de adentrarmos no contexto da crise das democracias liberais e de ascensão dos fascismos, falaremos brevemente sobre a presença dos fascismos em nosso tempo. Faremos uma curta digressão para observarmos como diversos países, a exemplo de Estados Unidos, Polônia, Hungria e até mesmo o Brasil têm observado o crescimento de organizações e manifestações de caráter fascista, movimento impulsionado pela crise econômica de 2008 e por seus desdobramentos. Assim, poderemos ilustrar como abalos econômicos, que geram problemas sociais e intensa insatisfação popular com a política, costumam despertar grupos e simpatizantes dos fascismos;
- Em seguida, faremos uma rápida alusão ao tema da aula anterior: a Revolução Russa de 1917 e seu sucesso diante de uma profunda crise nacional. Destacaremos como vitória bolchevique inaugurou um período de forte crise das democracias liberais, momento no qual o fascismo surgirá na Europa como alternativa para os representantes do capitalismo financeiro frente à ofensiva comunista;
- Após esta breve retomada, analisaremos uma citação do texto base da aula que sublinha a frustração dos europeus do final do século XIX com a crise das democracias liberais no entreguerras, cujo colapso surpreendeu os esperançosos no progresso dos sistemas predominantes no continente. Em seguida, apresentaremos o quadro do pintor futurista Mario Sironi, Líder sobre o cavalo (1934), como símbolo de uma transformação na consciência europeia: em países como Itália e Alemanha, o entusiasmo pela guerra parecia substituir a simpatia pela democracia e pela revolução social, abrindo espaço para um nacionalismo beligerante que seria amplamente explorado pelos fascismos;
- A seguir, discorreremos a respeito da retirada do liberalismo democrático como uma tendência mundial, expressa na redução de países com governos constitucionais entre 1920 e 1944. Também falaremos sobre como diversos regimes democráticos foram interrompidos com frequência neste mesmo período, o que sinalizou a desconfiança em torno destes sistemas. A bem-sucedida Revolução Bolchevique era outro dos sintomas da derrocada liberal, vista por muitos como um desdobramento atípico e inesperado da modernização galvanizada pelo iluminismo. Como veremos, esta modernização veio acompanhada de um ideário conservador, contrário às inovações revolucionárias que resultaram na queda do Antigo Regime francês. O espectro político da direita foi a maior ameaça ao liberalismo democrático naquele contexto;
- Demonstraremos como o fascismo italiano se fez de um modismo conservador e antidemocrático corrente no país, em meio à crise democrática, que viam a modernidade como palco de instabilidades que levavam os sujeitos à insegurança. Também explicaremos como o fascismo mobilizou ressentimentos dos veteranos da Primeira Guerra Mundial direcionado aos governantes, que teriam aceitado armistícios incompatíveis com a “grandeza nacional” e do império que, constituído tardiamente, havia conquistado pouco da partilha colonialista. Veremos como Benito Mussolini organizou e canalizou todos estes sentimentos e os consubstanciou no conceito de fascismo para, finalmente, verificarmos como isso foi fundamental para direcionar ódio e violência contra os “inimigos da nação”;
- Continua...
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