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A NATUREZA ENTRA EM CENA: As organizações vistas como organismos

Por:   •  7/2/2019  •  Resenha  •  2.713 Palavras (11 Páginas)  •  564 Visualizações

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Morgan sugere que, substituindo a ciência mecânica que até meados do século XX era fonte de ideias para se compreender as organizações, nasce a biologia como fonte de ideias para se analisar as organizações. O autor faz um paralelo entre os conceitos de moléculas e indivíduos, células e grupos, organismos complexos e organizações, espécies e populações de organizações, ecologia e ecologia social. Ao se estabelecer que as organizações são semelhantes à organismos, entende-se que sua preocupação agora é com sobrevivência, relações organização-ambiente e eficácia organizacional.

A DESCOBERTA DAS NECESSIDADES ORGANIZACIONAL

No princípio, a teoria das organizações adotou as ideias das ciências biológicas, ao se perceber que os empregados são pessoas com necessidades complexas que precisam estar satisfeitas para desempenharem com eficiência no ambiente de trabalho.

A identificação das necessidades sociais e psicológicas

Iniciados em meados dos anos 20, os estudos conduzidos por Elton Maio em Hawthorne, tinham o objetivo de investigar a relação entre condições de trabalho e a incidência de fadiga e tédio. Contudo, a pesquisa tomou outras proporções, ao se perceber que dentro do contexto organizacional, havia uma organização informal, baseada em grupos de amizade e em interações não planejadas, e que as necessidades sociais influenciavam o comportamento dos indivíduos. Daí, a ideia de se motivar os sujeitos começou a tornar-se necessária para que a organização se tornasse eficaz, isto é, surgiu uma “nova [...] ideia de que os indivíduos e os grupos, como os organismos biológicos, só operam eficazmente quando suas necessidades são atendidas” (p. 56).

Outro pesquisador da época, Abraham Maslow, sugeriu que o ser humano é um organismo psicológico, que busca se satisfazer, seguindo uma cadeia hierárquica de necessidades que vão do fisiológico ao social. Essa nova visão, implicou na possibilidade de rearranjo do trabalho, com vistas a se “criar condições de crescimento pessoal que ao mesmo tempo ajudassem as organizações a atingir seus objetivos” (p.56).

Integração das necessidades dos indivíduos e das organizações

“Desde a década de 60, os pesquisadores em administração e organização têm dado muita atenção à adequação do ambiente de trabalho para aumentar a produtividade e satisfação do trabalhador” (p.57), sendo esse, uma mudança de paradigma das organizações, que agora, passam a criar trabalhos mais ricos e motivadores, e que encorajam as pessoas a exercerem suas capacidades de autocontrole e criatividade. Partindo daí, a atenção foi dada tanto à estrutura quanto às pessoas.

Esse pensamento duplo cria uma perspectiva de as organizações são “sistemas sociotécnicos”. Quando uma variável (humana ou técnica) sofre alteração, a outra sente o resultado dessa mudança.

Esse novo paradigma passou a ser amplamente aceito pelos teóricos da administração, contudo, ainda há uma tendência da administração a voltar à visão estritamente técnica, tal como o movimento de reengenharia, que enfatizou o planejamento de sistema técnicos como chave para mudança, desviando-se dos aspectos sociais.

O RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE: as organizações como sistemas abertos

A “abordagem dos sistemas abertos” sugere que “as organizações [...] são ‘abertas’ para seu ambiente e precisam atingir uma relação apropriada com esse ambiente” (p. 59). Tal abordagem embarca os conceitos: a) um sistema aberto é aquele em que existe uma troca constante com o ambiente; b) homeostase refere-se à auto-regulagem e à capacidade de manter um estado estável; c) entropia refere-se à tendência dos sistemas fechados de se deteriorarem e decairem; d) entropia negativa refere-se às tentativas dos sistemas abertos de se sustentarem através da importação de energia para compensar tendências entrópicas; e) requisito variedade refere-se à complexidade interna de um sistema, isto é, os mecanismos reguladores internos de um sistema precisam ser tão diversos quanto seu ambiente para poder lidar com a variedade e o desafio; f) equifinalidade refere-se ao fato de que num sistema aberto existem muitas maneiras diferentes de chegar ao mesmo fim; g) evolução do sistema refere-se ao processo cíclico de variação, seleção e retenção de características selecionadas do sistema que permitem que ele evolua para formas mais complexas de diferenciação e integração a fim de lidar com os desafios e oportunidades impostos pelo ambiente.

Implicações práticas dos sistemas abertos

A teoria dos sistemas abertos enfatiza a importância do ambiente em que as organizações existem, evidenciando a função do ambiente, definido pelas interações diretas da organização com os clientes, os concorrentes, os fornecedores, sindicatos, órgãos do governo e o ambiente contextual. Com isso: é possível perceber mudanças na tarefa e nos ambientes; superar e administrar limites críticos e áreas de interdependência; e, desenvolver respostas operacionais e estratégicas.

As organizações são vistas como conjuntos de subsistemas inter-relacionados, isto é, pessoas são sistemas em si próprias, que estão contidas em departamentos, que por sua vez, compõem a organização, assemelhando-se às células e órgãos que compõem um corpo.

A abordagem dos sistemas abertos encoraja-nos a estabelecer congruências ou alinhamentos entre diferentes sistemas e a identificar e eliminar potenciais disfunções. A teoria de sistemas abertos valoriza os subsistemas que compõem o todo: a) sistema administrativo; b) subsistema tecnológico; c) subsistema estrutural; d) subsistema humano-cultura; e) subsistema estratégico.

TEORIA DA CONTINGÊNCIA: a adaptação da organização ao ambiente

Em resumo, as ideias da teoria contingencial são: a) as organizações são sistemas abertos que precisam ser administradas para satisfazer as necessidades internas e se adaptar às circunstâncias ambientais; b) não existe uma maneira melhor de administrar; c) abordagens diferentes da administração podem ser necessárias e combinadas para diferentes situações; d) a administração deve ser preocupar em atingir alinhamentos e “bons ajustamentos”; e) diferentes tipos de organizações são necessários em diferentes ambientes.

Organizações mecanicistas VS organizações orgânicas

Na década de 1950, Burns e Stalker realizaram estudos em organizações de diversos setores, e perceberam que quando há mudanças no ambiente, os estilos de organização

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