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A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS E ORGANIZACIONAIS: UMA METANÁLISE

Por:   •  18/9/2018  •  Artigo  •  5.567 Palavras (23 Páginas)  •  257 Visualizações

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A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS

E ORGANIZACIONAIS: UMA METANÁLISE

Autores: MOURA, Denilson; ORZIL, Franco Frederico; AZEVEDO, Luciano Rodrigo; GONÇALVES, Glauber Miguel; BRAGA, Juliana Celeste Matos; GONÇALVES JÚNIOR, Roberto Miguel.

RESUMO

O propósito deste artigo foi analisar o que está sendo discutido sobre competências individuais e organizacionais, visando identificar a produção acadêmica que vem sendo realizada na área de Administração. Neste intuito, realizou-se uma pesquisa por meio da coleta de informações e posterior análise documental dos artigos do EnANPAD nas divisões acadêmicas: EOR (475 artigos), ESO (555 artigos) e GPR (422 artigos) no período de 2006 a 2010, perfazendo um total de 1.452 artigos analisados. Foram levantados apenas 22 artigos (1,52%) que abordavam temas relacionados às competências individuais e organizacionais. Contudo, a realização da pesquisa esbarrou em alguns entraves. A metanálise dos artigos sobre competências individuais e organizacionais encontrou limitações como a omissão de informações metodológicas ou de dados importantes para a compreensão de seus resultados. A análise dos dados permitiu verificar que nos estudos empíricos e teórico-empíricos a utilização de estudos de caso é crescente abordando uma ou mais empresas. De um lado, tais estudos se pretendem mais profundos, por outro lado, a maioria trata de peculiaridades das empresas. Daí a necessidade de avanços que incluam ajustamentos também no que tange ao percurso metodológico nas categorias técnica de pesquisa, tipo de escalonamento e técnicas estatísticas. Por fim, pode-se concluir que há uma carência de metanálise quanto às competências individuais e organizacionais na área de Administração, uma vez que não se identificou publicado um único artigo no período analisado.

1 INTRODUÇÃO

As competências individuais e organizacionais é um tema que desperta interesse em diversos setores e áreas do conhecimento, especialmente em estudos organizacionais, estratégias e gestão de pessoas. No entanto, após um período longo de trabalhos publicados, não se tem ainda uma sistematização dos resultados empíricos que aponte que o conhecimento foi alcançado no Brasil sobre o assunto.

Com essa finalidade, esse artigo apresenta uma metanálise dos estudos teóricos e teórico-empíricos, a fim de identificar quais constructos estão mais relacionados com competências individuais e organizacionais e também avaliar se os fatores relacionados a elas influenciam os resultados.

Luiz (2002, p. 409) define metanálise como “um método quantitativo que permite combinar os resultados de estudos realizados de forma independente (geralmente extraídos de trabalhos publicados) e sintetizar as suas conclusões ou mesmo extrair uma nova conclusão”.

Portanto, o objetivo desse estudo é analisar o que está sendo discutido sobre competências individuais e organizacionais a fim de identificar a produção acadêmica que vem sendo realizada na área de Administração. Por isso, com vista a alcançar esse objetivo, o presente estudo trata de uma metanálise a respeito do que vem sendo publicado sobre essas competências.

Sendo assim, foi realizado um levantamento e uma posterior análise dos principais artigos publicados sobre competências individuais e organizacionais que se encaixam com temas relativos aos estudos organizacionais, estratégias e gestão de pessoas nas empresas. Para tanto, foram selecionados 22 artigos publicados nos anais do Encontro Nacional de Pós-graduação em Administração (EnANPAD) nas divisões acadêmicas: Estudos Organizacionais (EOR), Estratégia em Organizações (ESO) e Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR), no período de 2006 a 2010.

Porém, apesar do crescente número de metanálise em Administração, constatou-se que nenhum estudo do tipo foi realizado considerando as publicações sobre competências individuais e organizacionais, o que justifica a importância do presente artigo.

2 A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE COMPETÊNCIAS

A produção científica em Administração tem crescido substancialmente nos últimos anos, devido a uma maior necessidade de estudos nessa área e também ao aumento dos cursos de Administração no Brasil, principalmente no que se refere à pós-graduação stricto sensu, tanto no mestrado como doutorado, pelo substancial aumento no número de pesquisadores na área (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS - INEP, 2003). Consequentemente, esse fato tem aumentado o número de metanálise, com a finalidade de fazer uma reflexão e análise crítica dos artigos publicados em revistas e congressos. A metanálise tem sido desenvolvida em diversas subáreas da Administração, como nas áreas de administração pública, marketing, estratégia organizacional e de organizações.

Uma metanálise realizada por estudante de Mestrado em Administração da Faculdade Novos Horizonte em Belo Horizonte/MG (2011), aponta os principais autores citados nos artigos da EnANPAD sobre competências individuais e organizacionais, no período de 2006 a 2010. Observa-se, pela Tabela 1, que Le Boterf (2005) Hamel e Prahalad (2005), Fleury e Fleury (2000), Ruas et al.(2005), Zarafian (2001) e Dutra (2004) foram os autores mais citados nos artigos. Com menos ênfase foram citados: Vasconcelos e Cyrino (2000), Becker (2004), Javidan (1998), Lacombe e Tonelli (2000), Mills et al. (2002), Dias (2008).

Tabela 1 – Principais autores da pesquisa empírica.

[pic 1]

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Com base nesses resultados, buscou-se fazer o mapeamento da produção científica a partir de direcionadores confiáveis sobre competências individuais e organizacionais.

 Dias (2008 apud COMINI, 2009, p.6) sistematizou a produção brasileira sobre competências desde 2000 e concluiu que “existe uma grande diversidade no que tange ao entendimento e tratamento dado ao tema; no entanto, aponta-se já uma tendência de consenso em termos de definição do conceito”.

Em um estudo sobre o tema competências nas principais publicações nacionais de 2000 a 2004, Ruas et al. (2005) afirmam que o debate teórico acerca das competências não avançou tanto no questionamento de como se dá a articulação entre estratégia, competências organizacionais e competências individuais.

A produção acadêmica nacional abordando o tema competências vem aumentando e, segundo Ruas et al. (2005), o debate tem-se concentrado em duas vertentes.

A primeira está vinculada à dimensão estratégica das organizações e na elevação da competitividade organizacional. Nessa vertente encontram-se os trabalhos do Resource Based View que enfatizam que os principais fatores de competição são constituídos pelos recursos internos. A segunda perspectiva refere-se à abordagem de competências como parâmetro para as práticas de gestão de pessoas, sejam de desenvolvimento, remuneração, carreira ou recrutamento e seleção. O foco de discussão passa a ser as competências individuais, as quais são definidas a partir das competências organizacionais já estabelecidas ou desejadas (COMINI, 2009, p.5).

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