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A Resenha Crítica

Por:   •  3/5/2023  •  Artigo  •  2.286 Palavras (10 Páginas)  •  72 Visualizações

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Medicamentalização das emoções. a consagração da indústria farmacêutica e seus interesses.[a]

Autores:

Resumo - É alarmante a crescente utilização indiscriminada de psicofármacos, verificada já no início do século XXI, onde o sujeito preza pelo imediatismo de cura dos seus sintomas psicoemocionais, e onde tudo o que é visto como desconfortável precisa ser removido, não elaborado e silenciado com medicamentos. O crescimento de adeptos ao uso indiscriminado de psicofármacos, tem a co-responsabilidade da indústria farmacêutica com altos investimentos na criação de novas drogas com menos efeitos colaterais e propagação de cura dos sintomas em pouco tempo. Nosso interesse é contribuir com a classe da saúde mental e acadêmicos de saúde,  gerando discussão sobre o tema, sem que tenhamos a intenção de esgotá-lo, promovendo a auto consciência da necessidade das emoções na vida do sujeito, bem como sua autonomia de lidar com elas, a partir do desenvolvimento e/ou aprimoramento de suas habilidades socioemocionais e compreendendo a necessidade de se realizar psicoterapia e se realmente necessário fazer uso sim de psicofármacos indicado por profissional capacitado. Esse estudo visa identificar a inadequada utilização dos psicofármacos sob co-responsabilidade da indústria farmacêutica frente às resoluções mecanicistas dos sintomas emocionais. Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo exploratório, com abordagem qualitativa, cujo levantamento de informações serão realizado através de artigos, livros e demais materiais bibliográficos.[b]

Palavras-chave[c]:

INTRODUÇÃO.                                        [d]

A sociedade se encontra mergulhada no imediatismo em muitos aspectos (Brito, 2019). Viver as emoções se tornou uma dificuldade, tendo a necessidade de buscarem o alívio imediato do sofrimento psíquico. As pessoas estão mais frágeis, o que acarreta no desprezo do sofrimento perante as inconstâncias da vida. O ser humano enxerga o sofrimento como um empecilho que leva a dificuldades para a vida, às vezes guiado por uma aversão a questões emocionais, assim, procura formas de curar ou amenizar a angústia de forma rápida.

De acordo com Damásio (2017), as habilidades socioemocionais (HSE) têm sido entendidas como um construto multidimensional, constituído por variáveis cognitivas, emocionais e comportamentais que contribui no desenvolvimento saudável da vida. Essas habilidades têm a possibilidade de serem desenvolvidas e aprendidas. As HSE têm sido compreendidas como variáveis que podem determinar desfechos positivos no ciclo vital.

Para Silva (2018), no que se refere às competências emocionais, são aquelas que servem para o sujeito lidar com suas relações, tratando-se de relacionamentos interpessoais e sua relação com ele mesmo, compreensão e administração de suas emoções, determinação de objetivos e mobilização para atingi-los, independência na tomada de decisões e a habilidade de enfrentamento engenhosa e edificadora frente à acontecimentos desconfortáveis. 

Segundo Barreto (2021), as habilidades socioemocionais são divididas em cinco domínios, que são: abertura ao novo, que se trata da disposição e curiosidade em aprender novidades; a consciência, que é basicamente ser determinado, manter o foco, ter persistência, organização, ser responsável, capacidade de ter autodomínio; a extroversão, sendo caracterizada pelo compromisso, iniciativa social, assertividade e entusiasmo; a amabilidade, tendo seus atributos voltados à ser sociável e ser afetuoso, tendo empatia, respeito e confiança; a estabilidade emocional, que se refere a demonstrar previsibilidade, aprender com ocasiões adversas e lidar com sentimentos como raiva, ansiedade e medo, ser resiliente. 

Nesse contexto, tornou-se de grande importância falar sobre como o uso desenfreado de medicamentos pode deixar de ser algo que afeta negativamente o processo de busca de cura, já que os psicofármacos têm sido o meio mais procurado para essa “cura” imediata”, passando a ser um aliado benéfico deste processo. De acordo com Azevedo (2018), o comprometimento com a eficácia terapêutica vem promovendo consideráveis mudanças na conduta dos psicoterapeutas e psiquiatras no que diz respeito à prescrição dos psicofármacos aliados ao processo de psicoterapia. Nas últimas décadas, tornou-se de suma importância, que os profissionais de saúde mental estejam buscando novos conhecimentos também a respeito da farmacologia, levando em consideração o fato de que uma visão que seja extremamente biológica ou psicológica, pode interferir na escolha do tratamento mais adequado para o paciente. Kimura (2005) traz que, a princípio, os psicofármacos foram incluídos com duas finalidades, a de amenizar o sofrimento do sujeito e levá-lo a maior integração social, visto que os que adoeciam psiquicamente eram excluídos e internados. E apesar de alguns estudos mostrarem o uso irracional dos psicofármacos, historicamente, há um grande avanço na indústria farmacêutica, com o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes e com poucos efeitos colaterais, para diversos sintomas, sejam físicos ou mentais.

Segundo Ribeiro (1984 apud Azevedo, 2018), a psicoterapia, por sua vez, é um processo que se utiliza dos mais variados instrumentos que são embasados e legitimados. É também, uma forma de autoconhecimento, crescimento e aprendizagem. Dessa forma, a psicoterapia não configura somente uma técnica ou teoria que trata de pessoas que estão doentes, mas é toda uma ação entre duas pessoas, que reflete em um maior envolvimento de ambos com a realidade do paciente, e este, encontrará meios para amenizar seu sofrimento psíquico. E psicofármacos, quando aliados a este processo, sua prescrição exige um cuidado meticuloso, tendo em vista que pode ser influenciada pelos próprios conflitos e desejos inconscientes do psiquiatra (FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004). Dessa forma, faz-se necessário que os estudos a respeito das patologias e farmacologia, estejam sempre atualizados, para que com muita cautela, o psicofármaco seja introduzido ao processo psicoterápico no momento certo, mas também, para que seja retirado quando alcançado o objetivo do tratamento.

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