A indignação. manifestos. sociedade. política.
Por: LilyGomesPand • 23/5/2019 • Trabalho acadêmico • 1.465 Palavras (6 Páginas) • 158 Visualizações
Resumo
Neste trabalho, intitulado como “Indignai-vos” livro de Stéphane Hessel, entendemos que este “pequeno livro” serve como ato de manifesto contra o sistema econômico e foi adotado por milhares de pessoas para lutar contra outros problemas que assolam o mundo.
Palavras-chave: indignação. manifestos. sociedade. política.
Introdução
Em meio aos abalos econômicos com reflexos na constituição política da União Européia, o chamado de Stéphane Hessel à juventude francesa surgiu efeito mais proeminente na Espanha. O chamado contido na obra, de rápida leitura, é para que as pessoas despertem da inércia individualista e resistam, retomando aspirações coletivas. A partir de sua trajetória na resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, Hessel demonstra como as manobras realizadas no sistema financeiro internacional têm impactado diretamente conquistas sociais históricas.
1- As causas da indignação
Os princípios e valores da Resistência Francesa abrem o seu manifesto, em função de sua premente atualidade. O manifesto da Resistência fora concebido para modelar as sociedades democráticas do pós-guerra. Seus princípios e valores fundamentais eram:
construção de uma sociedade da qual nos possamos orgulhar e não da sociedade que temos;
em que todas as pessoas sejam atendidas pela seguridade social, ou em outras palavras, cidadania para todos;
que a riqueza pertencesse às Nações e não ao dinheiro especulativo;
clamor por uma justa divisão da riqueza e da organização nacional da economia;
liberdade de imprensa.
Visto em nossa unidade de estudo, Karl Marx (1818-1883) não acreditava na evolução social. Sua concepção de sociedade era de que obedecemos uma estrutura piramidal, isto é, ordem do tipo topdown¹. Na análise marxista, há ainda outra categoria mais relevante, como por exemplo o Estado: obtém o papel de amenizar os conflitos sociais inerentes às desigualdades. Não representa a sociedade, mas sim os interesses de um grupo dentro de sociedade.
O Estado transforma interesses particulares (de uma classe) em coletivos através da força ou de medidas de seleção de recursos públicos destinados aos meios de consumo coletivo (equipamentos e serviços de saúde, educação...) para a reprodução da força de trabalho em graus variados (Estado Liberal, Bem-Estar Social). Assim como visa Hessel com cidadania para todos.
Nesse viés de motivos para engajamento, Hessel também aborda os direitos humanos e o estado do planeta, com a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, trazendo a importância do termo “universal” no pós-guerra, qual seja, emancipar-se das ameaças que o totalitarismo impunha na sociedade e fazer com que esses direitos fossem respeitados pela ONU, de forma que não mais se justificassem que a soberania de um Estado o legitimasse a cometer crimes contra a humanidade.
2- A indignação dos Brasileiros
É notório no ano de 1992, vermos a indignação do povo brasileiro perante o governo de Fernando Collor. Na época, o país passava por crises sobretudo, pela hiperinflação que assolava o país, causado pela grande instabilidade na economia.
Com o anúncio de seu plano econômico, um de seus pontos apresentados gerou grande insatisfação. A recessão na economia gerou uma insatisfação popular que foi potencializada a partir de uma série de escândalos de corrupção envolvendo o seu governo, como o “esquema Collor-PC”, revelado a partir da entrevista concedida à imprensa pelo irmão do presidente, Pedro Collor. Foram apontadas irregularidades financeiras, tráfico de influências, existência de contas bancárias fantasma, ou seja: uma vasta rede de corrupção que era comandada pelo ex-tesoureiro da campanha presidencial Paulo César Farias.
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1- topdown: palavra de escrita inglesa que em sua tradução significa de cima para baixo. Em conceitos administrativos, o estilo topdown representa hierarquia, a sociedade recebe ordens de alto cargo. Neste caso, a sociedade obedece normas vindas de nossa Constituição.
Nesse contexto de indignação, os estudantes resolveram se organizar no começo dos anos 90, para depor o presidente. Vale ressaltar que os estudantes sofreram muitas torturas, mortes e censuras durante o período da ditadura no país. Eram figuras que estavam centralizadas na União Nacional dos Estudantes (UNE) e na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Com as cores da bandeira nacional estampada em seus rostos (verde e amarelo), os estudantes e a população descontentes, representaram um marco de protesto contra a corrupção política no país. Esse movimento que foi fundamental para o processo de impeachment² de Fernando Collor ficou conhecido como “Caras Pintadas” contra a falta de ética na política.
Segundo Hessel a entrevista à Carta Capital:
“Olhem à sua volta e vejam como há outras coisas inaceitáveis". Se funcionar, os cidadãos não têm apenas de se indignar, mas também de se engajar para que seus objetivos sejam alcançados.”
Como ferrenho defensor dos direitos universais que é, Hessel centraliza sua narrativa em torno do sentimento de indignação, ressaltando sua importância e influência no comportamento humano, e considerando que é dele que surge a disposição de lutar ou resistir a práticas e ideais que vão de encontro à nossa democracia.
3- A mudança na sociedade com as indignações
Diante dos fatos ocorridos, é notório a alteração na estrutura e organização de uma sociedade, como visto em outra unidade de estudo. É perceptível também as mudanças sociais internas provocadas por conflitos como por exemplo a economia.
Vale salientar que em todo nosso processo, a sociedade vem passando por mudanças constantes. A Revolucionária com a passagem da sociedade feudal para a capitalista ocorrida no século XVII e a Reformista - com as
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