ANÁLISE FINANCEIRA E ECONÔMICA DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL: O CASO DE CINCO EMPRESAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Por: Marina Poncio • 3/4/2018 • Artigo • 4.516 Palavras (19 Páginas) • 364 Visualizações
ANÁLISE FINANCEIRA E ECONÔMICA DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL: O CASO DE CINCO EMPRESAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
RESUMO
O Setor de Construção Civil tem sido alvo de muitos estudos ao longo dos anos, mostrando-se como um segmento de grande importância socioeconômica e estratégica para o desenvolvimento do país, tendo em vista ser um dos mais dinâmicos da economia brasileira. O objetivo geral deste estudo é analisar a movimentação econômica de cinco empresas do setor que atuam no Espírito Santo e que tem participação na bolsa de valores: Cyrela Brazil Realty, Direcional Engenharia, MRV Engenharia e Participações, Rossi Residencial, Viver Incorporadora e Construtora. Para responder ao objetivo proposto norteia-se os seguintes objetivos específicos: conceituar brevemente o setor de construção civil, apresentar um cenário do desenvolvimento do setor de construção civil no Espírito Santo, e analisar indicadores de desempenho financeiro das empresas em foco neste estudo. No que tange aos procedimentos metodológicos utilizados, quanto aos fins este estudo usou a pesquisa descritiva, e quanto aos meios, este estudo classifica-se como pesquisa bibliográfica e documental. A partir das análises realizadas foi possível verificar que, frente atual conjuntura econômica do país e consequente crise vivenciada por diversos setores da economia, as empresas que se mantem mais estáveis durante o período analisado são a Direcional Engenharia e a MRV Engenharia, pois apresentam Liquidez Corrente e Seca estáveis, mantendo-se com uma boa margem de lucro bruto e líquido durante os anos de 2010-2014.
Palavras chaves: Construção Civil. Indicador Econômico. Indicador Financeiro. Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
O Setor de Construção Civil tem sido alvo de muitos estudos ao longo dos anos, mostrando-se como um segmento de grande importância socioeconômica e estratégica para o desenvolvimento do país, tendo em vista ser um dos mais dinâmicos da economia brasileira.
Chroma (2007) salienta que ciclos de aquecimento e recessão são comuns na Construção Civil brasileira, tendo em vista seus altos e baixos. Um dos períodos de estagnação mais longo ocorreu em 1980, quando inúmeras construtoras precisaram enxugar seu quadro funcional e passaram a contar quase que totalmente com a mão de obra terceirizada para execução de obras.
Dados recentes mostram que a rentabilidade do setor caiu de 11,2% em 2013 para 2,3% em 2014. No ano de 2015, devido a inflação, as elevadas taxas de juros, a alta do dólar e a instabilidade econômica, o se setor apresenta o mais recente ciclo de recessão (EXAME, 2015).
Com relação ao Espírito Santo, o Sindicato da Indústria da Construção Civil – SINDUSCON, revela que este segmento apresenta características bastante peculiares, o que faz com que se diferencie dos demais setores da indústria nacional, tendo em vista o processo não contínuo e o fato do fluxo produtivo funcionar tanto por projetos quanto por etapa, além da transitoriedade, que são características inerentes ao processo produtivo (CARDOSO, 2013).
De acordo com o Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local – APL (2010-2014), o Espírito Santo possui em torno de 2.720 estabelecimentos na construção civil, gerando em torno de 60 mil empregos. Em suma, considerando a média de 40 milhões de investimentos no ano de 2014 no Espírito Santo, e como o segmento de construção atua como uma grande indutora de desenvolvimento e absorção de mão de obra (MDIC, 2014).
No entanto, atualmente, em decorrência da devastadora crise econômica do país, o Espírito Santo é o Estado da região Sudeste com maior índice de desemprego no setor da construção civil (EXAME, 2015).
Nesta perspectiva, o objetivo geral deste estudo é analisar a movimentação econômica de cinco empresas do setor que atuam no Espírito Santo e que tem participação na bolsa de valores: Cyrela Brazil Realty, Direcional Engenharia, MRV Engenharia e Participações, Rossi Residencial, Viver Incorporadora e Construtora.
Todas as empresas foco neste estudo têm seus empreendimentos voltados para o mercado imobiliário, e segundo Araújo (2015) “a descontinuidade em operações já consolidadas, tais como o Programa Minha Casa, Minha Vida, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além de obras industriais e públicas no Estado e nos municípios estão entre as causas que tornam o ano de 2015 bastantes difíceis para o mercado da construção civil”.
Para responder ao objetivo proposto norteia-se os seguintes objetivos específicos: conceituar brevemente o setor de construção civil, apresentando um cenário do desenvolvimento do setor de construção civil no Espírito Santo, e analisar indicadores de desempenho financeiro das empresas em foco neste estudo.
A escolha do tema justifica-se na medida em que, atualmente, o setor está entrando em uma fase de crescimento onde, possivelmente, vai depender da disponibilidade de recursos financeiro, do aumento de renda das famílias e da mobilidade, para alavancar. Entretanto, a tendência não é esta. A tendência é que não haja um crescimento tão grande como o dos anos anteriores. Estima-se que pode chegar ao máximo de 0,5% ao ano, isto porque o país sofre um período de recessão muito grande, ou seja, as pessoas não têm dinheiro para comprar, e uma vez que o mercado de construção civil no Espírito Santo é basicamente movimento por construções de moradias e edifícios, não tendo as pessoas poder de compra, consequentemente o mercado continuará sofrendo uma queda.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Construção Civil é o termo que engloba a confecção de obras como casas, edifícios, pontes, barragens, fundações de máquinas, estradas, aeroportos e outras infraestruturas, onde participam arquitetos e engenheiros civis e colaboração com técnicos de outras disciplinas (SENAI, 2005).
O setor de construção civil, apesar de parecer uma atividade única, é muito bem dividido de acordo com critérios e especificidades, o qual é adotado por órgãos ligados a esta indústria como os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura – CREA, o Sindicato da Indústria da Construção Civil – SINDUSCON, dentre outros.
O setor de construção civil é composto por pequenas e grandes empresas. As primeiras geralmente em maior número, tendo em vista que as outras subcontratam os seus serviços. As pequenas empresas são, normalmente, chamadas
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