CASO: O Consórcio Modular da Volkswagem Resende
Por: erikamourarocha • 3/5/2015 • Monografia • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 439 Visualizações
CASO: O consórcio modular da Volkswagem Resende
0 histórico da VW Caminhões e Ônibus teve inicio em 1980, quando assumiu todas as operações de caminhões da Chrysler Brasil. Essa foi a primeira e única exeriência mundial do grupo nesse segmento de mercado, principalmente por causa da característica 'suigeneres' do mercado brasileiro, em que, aproximadamente 50 por cento de todo o transporte de cargas no país era feito via terrestre.
Logo no ano seguinte, em 1981, a Volkswagen lança sua própria marca de caminhões médios e leves – com suporte do knowhow da Chrysler , com um modesto market share de três a quatro por cento. Em 1987, a Volkswagen beneficiouse novamente experiência em projetos e manufatura de caminhões terceiros quando foi criada a Autolatina (aliança estratégica entre Ford e Volkswagen para o mercado automotivo da América do Sul). Toda a produção de caminhões foi transferida para a fábrica da Ford localizada no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo. A marca Volkswagen assume, em 1994, uma respeitada parcela de 12 por cento do mercado de caminhões.
Em 1995, após o fim da parceria com a Ford, a VW ficou sem a fábrica de caminhões, sem uma unidade produtora de motores para seus veículos populares, e com toda sua capacidade instalada de produção no limite. Isso significava que a empresa precisava urgentemente de uma fábrica capaz de manter a produção de caminhões no Brasil. Outra importante constatação foi que a VW não detinha competência estabelecida na manufatura nesse segmento de mercado, que havia sido dominado e guardado a sete chaves pela Ford nos últimos nove anos.
Naquela época, o responsável pela operação latino americana da Volkswagen era o executivo basco Jose Ignacio Lopez de Arriortua, excomandante da área de suprimentos da GM. Em novembro de 1994, Lopez propôs a estratégia de trazer os fornecedores para dentro da fábrica, a fim de que eles agregassem seus componentes diretamente na linha de montagem. Assim, a VW seria a única montadora mundial que não executaria nenhuma atividade de montagem e que cuidaria somente da logística, da qualidade e da engenharia de manufatura. A idéia era que a VW se transformasse em uma organização de marketing e vendas, desenvolvendo novos produtos e controlando a cadeia de valor agregado.
Nascia, então, o conceito do consórcio modular: uma partilha de lucros e perdas entre todos os protagonistas da cadeia de suprimentos. Difíceis questões deveriam ser resolvidas rapidamente, como a definição do local da nova fábrica e a seleção de futuros parceiros.
A construção da fábrica foi realizada em 153 dias e representou um investimento de 300 milhões de dólares. A capacidade produtiva era de um veículo a cada dez minutos, ou 30 mil por ano.
Em novembro de 1996, a Volkswagen iniciou a operação em sua nova fábrica de caminhões e ônibus em Resende, dentro do moderno conceito de consórcio modular. Como resultado, apenas 290 dos 1.750 empregados eram da VW que, em minoria, inspecionam os veículos ao final do processo. Com essa abordagem revolucionária para a montagem automotiva, a VW esperava aumentar tanto a produtividade quanto a qualidade. Ao mesmo tempo, a empresa estava dividindo os riscos dessa nova aventura com seus maiores fornecedores, que tiveram de assumir os custos operacionais fixos da planta. Em contrapartida, os subcontratados esperavam desenvolver e manter uma relação longa e lucrativa com a VW.
CONCEITO DA PLANTA
Todo o planejamento do processo foi orientado para uma montagem rápida e flexível de caminhões e ônibus com design modulares. A fábrica possui uma infraestrutura integrada, o que permite redução nos custos variável e fixo.
Apesar de os parceiros possuírem diferentes culturas, o trabalho é desenvolvido como se todos estivessem no mesmo ponto, ou seja, compartilhando do mesmo objetivo. Esse é um aspecto relevante, ainda mais se considerarmos que se um parceiro atrasar o processo em linha, seu atraso compromete toda a produção e, portanto, os outros parceiros são afetados.
Não há armazéns para estoque; todas as peças e componentes estão próximos da linha de montagem. A fábrica recebe, por exemplo, motores da Cummins/ MWM cinco a seis vezes ao dia. 0 estoque de produto acabado é baixíssimo, tanto na fábrica quanto nas concessionárias, e a previsão de vendas é feita com base no que se vende nas concessionárias.
As compras para a produção são centralizadas na unidade de negócio, ou seja, a VW compra todas as peças, exceto as dos parceiros. Na produção, todos os equipamentos utilizados por mais de um parceiro são da VW. A linha de montagem é única e é utilizada tanto para a montagem de caminhões quanto para a de ônibus, dependendo das necessidades do mercado. A planta está preparada para assimilar a produção de novos modelos de caminhões e ônibus. Até o final do ano 2000, a planta de Resende já havia produzido um total de 53 mil unidades entre caminhões e ônibus.
OS PARCEIROS MODULARES
No sistema Consórcio Modular, oito fornecedores (incluindo a VW) são responsáveis pela montagem completa de conjuntos, como eixos, suspensão e molas, rodas e pneus, caixa de câmbio e motores, e cabines. Com essa parceria, a Volkswagen se concentra nas atividades de projeto, desenvolvimento, certificação dos veículos, qualidade e pósvenda. A empresa assume a responsabilidade sobre o produto e, perante o cliente final, a responsabilidade na montagem do veículo é dos fornecedores.
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