Caso a caso

Em tempos aonde a modernidade vem modificando o modo de vida dos seres humanos é necessário que se analise o modo como este processo de modificação vem ocorrendo, pois este é lento e gradual, aonde os seres humanos vem se readaptando ao meio em que vivem. Sendo assim o objetivo do texto “Olhar para a história: caminho para a compreensão da ciência de hoje” é enfatizar tais mudanças comparando-as ao modo de vida dos animais, os quais não possui o mesmo processo de adaptação dos seres humanos, as autoras ainda se utilizam de argumentos que comprovam que o processo de modificação é mínimo nos animais.
Apesar de que o homem não possua uma modificação nítida, é de saber que a sociedade faz com que o individuo mude as chamadas necessidades básicas para a sobrevivência, deixando algumas destas para trás e acolhendo novas, as quais condizem com a sociedade atual, seu modo de vida, pois no sistema em que a sociedade vive alguns valores foram deixados de lado e outros foram ‘abraçados’ pela a humanidade, assim caracterizando a modificação do modo de vida do homem. Na busca por essa transformação o homem é obrigado a atuar sobre a natureza de modo que o sistema seja interativo, tanto o homem interaja com a natureza e esta também interaja com o homem, caracterizando um sistema de interação. 
Como já fora dito acima, as mudanças domodo de vida dos animais não ocorrem do mesmo modo de como acontece com os humanos, um animal é selecionado pelo meio em que vive, e este por mais organizado que seja a mudança acontece pura e unicamente pela transmissão genética. Sendo que este depende da natureza para sobreviver, em função das características biológicas.
Retomando a ideia da modificação do homem, é importante lembrar que o homem modifica a natureza, caracterizando-a, e isto não ocorre biologicamente, deste modo a natureza adquire uma marca da ação humana, porém através deste fato, o homem também se modifica. Ao mesmo tempo em que ocorre esta transformação o homem cresce, se diferenciando das outras espécies, o processo de interação homem-natureza é chamado de produção da existência humana. Sendo assim chamado por causa das mudanças das necessidades que também já foram citadas acima, onde o homem altera suas necessidades básicas conforme o meio, também é assim chamado porque o homem além de criar instrumentos, artefatos, também cria ideias, conhecimentos além de mecanismos para a elaboração de tais conhecimentos, além de que é um processo de existência humana porque a cada inovação a natureza reflete a mudança, pois esta a caracteriza.
Tal processo é social, pois o ser humano não existe sozinho, isolado, o ser humano vive em sociedade, em grupos, pois todaa ação humana é embasada na relação entre os vários indivíduos envolvidos. Sendo a base de qualquer relação humana o trabalho, pois este compreende um objetivo comum dos indivíduos, é do trabalho que o homem retira os bens necessários para sua sobrevivência e sendo também através deste realizada uma divisão de quem detém os instrumentos (meio de produção) e também a apropriação do produto deste trabalho, compondo assim a base econômica da sociedade, e esta é responsável pela forma politica, jurídica e o conjunto de ideias que existem em uma sociedade. A transformação desta base econômica que é realizada pela própria base faz com que a sociedade se modifique, pois implica em um novo modo de produção e uma nova organização social e politica.
A única maneira conhecida para transferir qualquer tipo de conhecimento era via oral.
As cidades-estados eram, na Grécia, e possuíam características específicas e a principal era a organização política. Nelas era perceptível o nível de divisão do trabalho, destacando bem os produtores e os donos da produção. Considerava-se também quem possuía unicamente a força de trabalho como propriedade de outros.
Tudo é uma consequência das ações do próprio homem, como ele modifica a história e a si mesmo. O homem transforma as ideias passadas adaptando para benefício próprio, para melhorar suaqualidade de vida. Essa adaptação provém tanto das necessidades materiais quanto das emocionais.
A diferença de ideias dentro de uma sociedade é facilmente perceptível, elas variam de acordo com o interesse pessoal de cada indivíduo. Como maneira de tentar agradar uma grande maioria é necessário adaptá-las e construí-las em vista do bem comum.
As ideias reproduzem a maneira de pensar e as condições de cada época. O entendimento da história do homem se faz necessário para acompanhar a evolução da sociedade. O conhecimento científico é construído com base neste entendimento gradual.
O conhecimento do homem provém de rompimento de barreiras que o impediam de buscar respostas, de um tempo que o único direito era apenas aceitar os conceitos pré-moldados.
As pessoas cada vez mais tentam explicar os fatos ocorridos, a ciência se utiliza de fatos históricos para explicar os acontecimentos, para a explicação destes fatos usa–se motivos que causaram problemas parecidos, antigamente não usava–se esse método já que a autoridade e a concordância com as afirmações religiosas eram o critério maior. As diferenças entre essas explicações ocorrem não só temporalmente, mas também numa mesma sociedade. As explicações são sempre baseadas em fatos históricos ou em fatores que supram suas necessidades matérias sendo assim interferindo nelas.

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2- Tema Central:

A importância da historicidade para a compreensão da ciência na atualidade.

3- Objetivos do autor:

- Refletir sobre o caráter histórico da ciência;
- Defender que o conhecimento, a priori, é determinado pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico.
- Abordar a busca do conhecimento como reflexo da contínua necessidade humana de compreender o mundo e compreender-se enquanto sujeito desse mundo;
- Refletir sobre as concepções metodológicas nos diversos modos de produção;
- Abordar as diferenças entre o homem e a natureza;
- Refletir sobre o papel da ciência no atual estágio do capitalismo;
- Desconstruir a história da ciência para melhor compreendê-la na atualidade;

4- Ideias que a autora defende:

- Diferenciação do homem em relação aos outros animais na medida em que estes são biologicamente determinados enquanto aquele não se limita a imediaticidade das situações, ultrapassando-as, não se restringindo às necessidades imediatas;
- A inter-relação e interdependência entre homem-natureza. Não se pode conceber o homemsem a natureza e nem a natureza sem o homem;
- O homem além de criar artefatos, instrumentos desenvolve ideias e produz conhecimento, por meio de um processo social. O homem não vive isoladamente, depende do outro para sobreviver;
- A ciência como tentativa de explicação racional para os fenômenos está vinculada à perspectiva de entendê-la como uma atividade humana que se desenvolve a partir das primeiras tentativas do homem de desvendar o mundo à sua volta e de nele intervir, buscando formular leis que permitam a atuação humana.
- O método científico é um conjunto de concepções sobre o homem, a natureza e o próprio conhecimento. Não é único, nem permanente, transforma-se no decorrer da história. O método científico é historicamente determinado;
- O reconhecimento da historicidade da ciência e de seu método constitui-se num caminho para compreender de forma critica e consciente o conhecimento produzido, difundido e consumido nos dias atuais.

5- Citações que merecem destaque:

- “(...) A interação homem-natureza é um processo permanente de mútua transformação: esse é o processo de produção da existência humana”(pág. 10).
- “(...) as ideias são produtos de e exprimem as relações que o homem estabelece com a natureza na qual se insere” (pag. 10)
- “O processo de produção da existência humana é um processo social: o ser humano não vive isoladamente, ao contrário, depende de outros para sobreviver” (pág. 10).
- “A ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância, permitama atuação humana” (pág. 13).
- “O método não é único nem permanece exatamente o mesmo, porque reflete as condições históricas concretas (...) do momento histórico em que o conhecimento foi elaborado” (pág. 14).

6- Opinião do leitor sobre o texto:

O texto de Maria Amália Pie Abib Andery ‘Olhar para a história: caminho para a compreensão da ciência hoje’ faz uma retrospectiva das etapas percorridas pelo homem na tentativa de compreender a si mesmo, o mundo que o cerca até a produção da ciência. A autora ressalta que o homem se constitui sujeito agente da história na medida em que se apropria do saber de forma consciente e crítica, não se satisfaz, mas vive numa constante e intensa busca de se superar, reconstruir e reconduzir os fatos buscando transformar sua realidade de acordo com suas necessidades.
O homem, em variados momentos históricos, desenvolveu seu método, seu percurso na busca do conhecimento. Desde os primórdios da história da humanidade até os dias atuais podemos perceber a construção do conhecimento e do saber mediante suas necessidades. O fogo, a escrita, a roda, o computador são demonstrações concretas de que o conhecimento o saber também são determinados pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico ao mesmo tempo em que nelas interfere e são virtudes que devem ser aprimoradas e aperfeiçoadas por cada um. Assim, o estudo das sociedades antigas e a compreensão de seus modos de produção são elementos que contribuem significativamente na explicação da formação e origem do conhecimento em seus variados estágios e aspectos.

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