Cultura organizacional Brasileira pós globalização: Global ou local

Cultura organizacional Brasileira pós globalização: Global ou local

O objetivo do artigo é realizar uma comparação entre os estudos, Pré e Pós globalização e o desafio dos pesquisadores de gestão internacional e entender a diversidade institucional e cultural, para que eles possam responder a tal desafio, recorrem para generalizações e agrupamentos, desta forma eles tem um resultado superficial, dentro da realidade de cada pais. Portanto foi realizado uma pesquisa após 17 anos da abertura da economia e suas transformações, e a pesquisa foi dividida em estudo de campo, com entrevistas e literatura existente os profissionais entrevistados foram Brasileiros que já trabalharam fora, e estrangeiros que trabalham no Brasil, houve uma diferença significante entre os estudos.

A cultura nacional tem sido alvo de muitos autores que desenvolvem diferentes conceitos, eles buscam entender o impacto que isso tem para organização, já que os traços culturais, constituem variáveis dinâmicas, influenciado pelo meio socioinstitucional, interferindo nos processos de gestão das empresas. Há um grande desafio para os gestores, já que com a abertura da economia houve um aumento no investimento de estrangeiros no pais, e aumento de fluxo de profissionais expatriados, como responder as pressões pela adoção dessas práticas, e como lidar e respeitar as diferenças culturais e institucionais locais.

Culturas nacionais

O impacto da cultura nacional, analisa a função de três grandes grupos. Como a organização se adapta ao ambiente; Integração interna da organização por meio da análise de fatores, como grau de hierarquia, feminilidade e masculinidade, individualismo e coletivismo entre outras; Culturas nacionais diferem quanto aos pressupostos culturais existentes, e demonstram valores e comportamentos distintos.

Cultura organizacional Brasileira

Os estudos que objetivam conhecer o impacto da cultura Brasileira se apoiam em trabalhos sobre a formação histórica, cultural, social e econômica e revelam grandes traços da cultura nacional e que caracterizam a forma como as organizações são geridas no Brasil.

Com a revisão desses estudos, possibilitou a visualização de alguns traços culturais fortes que permeiam as organizações são eles:

• Jeitinho – A busca de harmonização das regras com as necessidades diárias, buscando a realização de um objetivo a despeito de determinações legais contrárias.
• Desigualdade de poder e hierarquia – Há no Brasil, indivíduos que se dizem ter direitos especiais, dito popular “você sabe com quem está falando” deixa bem claro a relação autoritária, o status é visível, e está enraizado na cultura.
• Flexibilidade – É traduzida por adaptação e criatividade, o indivíduo tem que se adaptar as situações impostas, e constantemente tem que inovar.
• Plasticidade – tem como raiz o gosto pelo diferente, assimilação fácil de práticas e costumes, consegue se adaptar em modelos e conceitos desenvolvidos em outros contextos, sem críticas, porém em alguns casos essa assimilação pose ocorrer superficialmente, comportamento de fachada.
• Personalismo – Acredita-se muito na rede de relacionamentos, como amigos e familiares, tem um alto grau de confiança.
• Formalismo – São comportamentos que cercam o todo, para redução de riscos e incertezas e aumento de previsibilidade, há uma grande quantidade de regras, que visam garantir a segurança, podendo provocar discrepância entre o que é escrito entre o que é dito.

No geral os autores fizeram algumas considerações;

O Brasil é levemente mais orientado por valores femininos, com cuidado ao próximo, igualdade, bem-estar e qualidade de vida, do que masculino, como agressividade, performance entre outros.

A orientação a planejamento e reduzida e o tempo é gerido com ineficiência.

Há uma distância de poder entre as pessoas, fica evidente traços de autoritarismo e submissão.

É visto também como um pais cordial ou seja permeado por aparência efetiva, mas não necessariamente sinceros e profundos.

Incapacidade de dizer “não” as situações.

Contexto de gestão Brasileiro

Na década de 1990 com o processo de abertura comercial e econômica, viveu-se uma multiplicação de processos de fusões e aquisições, contudo o pais se mostrou receptivo a referencias e modelos de gestão internacionais, houve então a necessidade de criação de um modelo e práticas para gestão de estrangeiros, essas referências permearam as organizações misturando e fundindo-se com os valores e práticas, brasileiras, influenciando a pratica de gestão no pais.

Homogeneização ou hibridização?

A visão tradicional da globalização está ligada a processos de homogeneização, visão crítica que convida a percepção de um processo impulsionador de heterogeneidade.

Já heterogeneidade está ligado ao processo de hibridização, nesse sentido a globalização e processos de hibridização passam a ser simultâneos, oferecendo a possibilidade de desenvolvimento, e identificação onde se mesclam as culturas, resultando em uma nova configuração cultural a partir do encontro e interação das culturas existentes. É um processo de transformação social em que se verifica o surgimento de novas configurações únicas.

Metodologia

Foi utilizada uma pesquisa qualitativa exploratória, com executivos da cidade de são Paulo. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas semi- estruturadas com duração de 60 a 90 minutos, o roteiro compreendeu aspectos mais difíceis e mais fáceis da gestão no Brasil,  todas as entrevistas foram gravadas e transcritas, os entrevistados foram escolhidos com base na experiência de gestão no Brasil e fora do Brasil, foram entrevistados 16 brasileiros e nove estrangeiros com idade entre 24 e 60 e com no mínimo três anos de experiência, maior parte dos entrevistados, com formação em administração ou engenharia, sexo masculino e trabalhava em empresas de grande porte de origem internacional.

Analise foi das entrevistas foi realizada temática, os textos transcritos foram divididos por temas.

Apresentação dos Resultados

A partir da investigação foi constatado alguns traços marcantes dentro da cultura organizacional Brasileira, e como a forma de gestão é praticada no pais atualmente.

Traços culturais centrais

O jeitinho brasileiro é percebido como algo negativo ao pais, embora seja útil para indivíduos isoladamente, gera ao pais falta de credibilidade.

Os traços de desigualdade, os relatos indicam que há uma grande distância entre níveis hierárquicos, quando indivíduos alcançam um status se acomodam a posições atribuídas.