EMPRESAS FAMILIAR
Por: Alexsandro Teixeira • 27/5/2015 • Resenha • 683 Palavras (3 Páginas) • 702 Visualizações
EMPRESA FAMILIAR, NEGÓCIO EM EXTINÇÃO?
Por Jacob Hartmann, sócio - diretor da Württenberg Consultoria
A abertura de mercado como proposta de governo implantada por Fernando Collor de Melo e mantida pelos governos posteriores até o momento, transformou um mercado fechado, protecionista à produção nacional e muito restrito a produtos, mexeu com as empresas brasileiras.
A virada foi tão grande que começamos a assistir turbulências em grandes empresas. Muitas delas foram vendidas e outras passam por um processo intenso de reorganização interna para disputar um mercado onde o consumidor, mais esclarecido, com um poder econômico um pouco mais elevado que anos atrás, procura produtos de qualidade com bom preço.
Grupo Hauren, Fundição Tupy e Corporação HB (Plásticos Cipla), para ficarmos em exemplos estaduais; Metal leve e Lacta, como exemplos nacionais, mostram que principalmente as empresas familiares estão sofrendo mais neste novo Brasil. Isto não quer dizer que uma empresa dominada por um clã familiar corra mais riscos de sofrer com a competição. Mostra, isto sim, que o mercado não se incomoda de eliminar quem quer que seja, mesmo a tradição.
A globalização está mudando o mercado, deixando-o mais aberto à concorrência. Buscar e colher informações rapidamente e tomar decisões sem hesitações são condições essenciais à sobrevivência. Por isso, mais importante que discutir se o gestor é ou não da família, acionista da empresa, é colocar o foco na forma, no jeito, no instrumental técnico utilizado, nos critérios e velocidade das decisões, na liderança e, fundamentalmente, na capacidade de promover as mudanças necessárias à empresa.
Um dado que impressiona é que cerca de 95% de todas as empresas mundiais ainda continuam em mãos familiares. No Brasil, dos 300 maiores grupos privados, 280 são controlados por famílias, com seus proprietários no comando, gerando 1,6 milhão de empregos diretos. Erguidas predominantemente nos anos 50, elas vivem, em sua maioria, um processo de sucessão. Isto significa dizer que se a família não se preparar adequadamente pode virar a enfrentar dificuldades internas que poderão gerar transtornos empresariais. Nossa experiência em algumas consultorias indicam que, primeiramente, preservar as relações familiares em detrimento dos negócios não é garantia de manutenção das boas relações familiares no futuro. Se a empresa vai bem, as relações familiares tem maiores chances de se mostrarem sadias e harmoniosas. Assim, pode-se concluir que é interessante priorizar os esforços de uma gestão profissional competente e qualificada, familiar ou não, para que o negócio prospere e se alcance a harmonia entre os familiares – empresários.
É triste constatar que empresas tradicionais, que sobreviveram por exemplo, a recessões e planos econômicos, não sobrevivam a desgastes familiares, tais como a ambivalência que acompanha a relação entre o sucedido (geralmente o pai) e o sucessor (filhos e genros), resultando numa disputa de poder entre pai e filho. Ao notar que a relação entre os familiares da empresa não vai bem, que os interesses estão se confrontando, o melhor para a empresa e para a preservação do negócio é se buscar um moderador, normalmente um consultor, que vai analisar e indicar o melhor caminho para a convivência pacífica e produtiva. É a melhor opção, do que aquela que muitos empresários e familiares que estão no comando de empresas familiares tomam: não desagradar pessoas da família (mesmo que resultem em importantes prejuízos à empresa) com decisões que possam melhorar os resultados da empresa. As empresas familiares são a grande maioria no mundo inteiro e assim continuará. Depois da turbulência, certamente elas sairão mais fortalecidas.
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