FIRMACAO ENCONOMICA BRASILEIRA
Por: rayssa.rayane • 12/9/2021 • Trabalho acadêmico • 2.034 Palavras (9 Páginas) • 79 Visualizações
1. Basicamente, o aluno deve ser capaz de analisar a situação do nosso país, até meados do século XIX: as regiões eram caracterizadas como ilhas regionais, sem guardar relações econômicas entre si. De 1850 a 1930, a expansão cafeeira e a industrialização romperam este isolamento regional, fazendo surgir uma economia centrada em São Paulo. Isso tornou as demais regiões dependentes do dinamismo paulista. A análise da experiência de ocupação econômica do território, no contexto histórico em que ela ocorreu, demonstrou uma forte polarização espacial a partir do processo de industrialização brasileiro, muito identificado com a industrialização paulista.
2. Uma característica que distinguia a mineração da cultura canavieira era a concentração da população em cidades, necessitando de abastecimento alimentar, o que impulsionou a economia do interior da Colônia.
3. O fator mais importante a favor da cultura cafeeira paulista, em relação à fluminense, estava nas relações de trabalho, livre no oeste paulista e escravo no Estado do Rio de Janeiro. A proibição do tráfico negreiro, em 1850, elevou os preços dos escravos, o que estimulou a emigração de trabalhadores europeus, interessados em se tornar pequenos proprietários. A necessidade de poupar fez do emigrante um trabalhador muito mais produtivo do que o escravo. Além disso, o trabalhador livre era consumidor, e o escravo não era o que impactava significativamente a formação do mercado consumidor, necessário para estimular o surgimento de indústrias.
4. Por ser uma atividade muito dependente de mão-de-obra (agora constituída de trabalhadores livres), houve estímulo ao surgimento de muitas cidades: ao deslocar-se o plantio de novos cafezais, a terra era reconvertida para outros usos agrícolas, intensificando uma agricultura mercantil iniciada pelos trabalhadores em regime de colonato. Ao receber permissão para cultivar alimentos paralelamente ao café, os trabalhadores produziram uma agricultura mercantil que permitiu o abastecimento das cidades, contribuindo para sua consolidação, e conseqüente não-reversão, como no caso da Amazônia.
5. A Revolução de 30 representou um marco político que separa dois modelos de desenvolvimento econômico. Até 1930, o país havia sido caracterizado pelo modelo de desenvolvimento primário-exportador. A partir de então, prevaleceu o modelo de desenvolvimento de INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÕES. Houve, também, uma mudança no papel do Estado, que passou a intervir de maneira mais direta na economia. Esta revolução significou um rompimento institucional, pois a ordem política vigente desde a Proclamação da República, em 1889, foi superada com a tomada do poder por um governo revolucionário. Marcou o início do processo de transformação social brasileira de eminentemente rural a sociedade de base urbana. Finalmente, constituiu uma ruptura econômica, pois o eixo da economia brasileira deslocou-se da agro exportação para a indústria.
Liderada por GETÚLIO VARGAS, a Revolução de 1930 delimita a passagem de um modelo de desenvolvimento voltado “para fora”, isto é, para o mercado externo (o modelo primário-exportador), para um modelo “voltado para dentro”, isto é, para o mercado interno – o modelo de industrialização substitutiva de importações (ISI). Nessa passagem, houve significativa mudança no papel do Estado, que se tornou um importante ator econômico nesse novo modelo de desenvolvimento.
A principal transformação política suscitada pela Revolução de 1930 foi o fortalecimento do poder do governo central diante dos governos estaduais.
6. O governo provisório foi marcado pela acomodação, no interior das classes dominantes, de novos interesses econômicos. Politicamente, caracterizou-se pela disputa entre o TENENTISMO e os quadros políticos tradicionais. Ambos seriam derrotados pelo Governo Vargas.
Durante o Governo Provisório, a crise econômica foi enfrentada mediante a declaração de moratória da dívida externa e a política de queima de parte da produção cafeeira.
Politicamente, contudo, a crise evoluiu para a reação do estado de São Paulo, por meio da REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA, contra o governo provisório e em defesa de um marco legal para o país.
7. A industrialização teve como motores principais, num primeiro momento, o declínio dos preços do café no cenário internacional e a necessidade de obter os produtos que eram importados, mas que devido à desvalorização de nossa moeda tornavam-se cada vez mais caros.
8. Teoria dos Choque Adversos - Esta foi a primeira teoria que se propôs a explicar o início da industrialização. Baseia-se fundamentalmente no fato de que o Brasil dependia diretamente do setor externo para crescer e acumular capital, sendo um país caracteristicamente agroexportador.
Na sua primeira versão, mais extremada, a Teoria dos Choques Adversos declarava que qualquer crise externa levaria a um DESEQUILÍBRIO EXTERNO, gerando um mercado interno propício para o desenvolvimento da indústria doméstica. O aumento nos preços das importações permitiria que essa indústria interna aproveitasse a demanda antes satisfeita pelos produtos importados.
Nessa chamada “versão extrema”, a Teoria dos Choques Adversos busca explicar o desenvolvimento industrial da América Latina (e, particularmente, do Brasil) como uma resposta positiva da INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO aos choques externos, especialmente a partir da I Guerra Mundial. Um ponto-chave, contudo, não se resolve nessa discussão: a crise externa e o aumento do preço das importações afetam da mesma forma os BENS DE CAPITAL, interferindo negativamente na decisão de investir.
A Ótica do Capitalismo Tardio - A ÓTICA DO CAPITALISMO TARDIO foi defendida por Maria da
Conceição Tavares (1974). É uma visão original porque tenta identificar a origem e a consolidação do capital industrial no Brasil, correlacionando-as com o caráter de dependência do capitalismo brasileiro.
Assim como a teoria anterior, essa interpretação diz que o setor cafeeiro foi o responsável pela criação das condições favoráveis ao surgimento do capital industrial. Aqui, o setor cafeeiro é identificado como a origem da industrialização, por possibilitar a acumulação prévia de capital, a emergência do mercado de trabalho livre e o aumento da capacidade de importação do Brasil.
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