Fichamento Caso Blaine
Por: nataliadiniz • 6/2/2017 • Artigo • 1.603 Palavras (7 Páginas) • 549 Visualizações
No texto, os autores Timothy Luehrman e Joel Heilprin contam a história da Blaine Kitchenware, uma empresa de médio porte, produtora de pequenos eletrodomésticos de marca, usados principalmente em cozinhas residenciais. O foco está na oferta de aquisição da empresa, feita por um grupo de investidores em private equity e recebida por seu CEO, Victor Dubinski, e a análise que ele faz sobre as vantagens e desvantagens de aceitar a oferta.
"Um banker, conhecido de Dubinski há anos, pediu uma reunião depois que um grupo de investidores de private equity o sondou discretamente sobre uma possível aquisição da Blaine. Embora a Blaine fosse uma empresa de capital aberto, a maioria de suas ações pertencia a descendentes dos fundadores da empresa, assim como a diversos trusts da própria família.” (pág 1)
Inicialmente, Dubinski avaliara que, assim como em ofertas anteriores, essa seria rejeitada, já que, na verdade, a Blaine estava era interessada em adquirir outras empresas do setor. Porém, o CEO foi surpreendido pela informação de que a venda poderia adicionar valor intrínseco à operação da Blaine.
“Usando caixa da companhia e novos empréstimos contraídos pela própria Blaine, o fundo de private equity poderia comprar todas as ações em circulação da Blaine por um preço maior que US$ 16,25, que era o preço atual da ação. A dívida seria paga ao longo do tempo com os lucros futuros da companhia.” (pág 1)
Para convencer Dubinski a fazer o mesmo, tomar um empréstimo para comprar suas próprias ações, o banker afirma que, hoje, os acionistas da BKI estão pagando pela alta liquidez e pelo fato da empresa estar sub-alavancada. Desde então, contam os autores, o pensamento sobre a recompra é recorrente para o CEO.
O NEGÓCIO DA BLAINE KITCHENWARE
Quando fundada em 1927 como The Blaine Electrical Apparatus Company, a Blaine produzia eletrodomésticos residenciais modernos para a época. Em 2006, contam os autores, "os produtos da empresa consistiam numa grande gama de pequenos utensílios de cozinha usados para preparar comidas e bebidas e para cozinhar." (pág 1)
Naquele ano, a companhia tinha pouco menos de 10% do mercado de US$ 2,3 bilhões de pequenos eletrodomésticos para cozinha dos EUA. O artigo explica que, nos últimos anos, a Blaine se expandira para mercados externos. De qualquer maneira, "em 2006, 65% de sua receita fora gerada por remessas a atacadistas e varejistas dos EUA, com o restante advindo de vendas para o Canadá, Europa e para as Américas Central e do Sul." (pág 2)
A empresa, contam os autores, produzia utensílios para preparo de comida, para cozinhar a para o preparo de bebidas, mas a maior parte da sua receita vinha dos dois primeiros. O artigo explica ainda que a maioria dos produtos da BKI era vendida no varejo, com preços médios, e que a empresa era bem vista pelos consumidores. "Ela estava associada a certa 'nostalgia' e à criação de 'pratos de famílias saudáveis'".
Com a intenção de concorrer em faixas mais altas de preço, a Blaine recentemente introduzira alguns produtos com funções de tecnologia "smart" e estilo mais elegante.
A estratégia, explicam os autores, era uma resposta à crescente concorrência de importados asiáticos e de produtos de marca própria de distribuidores.
Outro ponto destacado é o fato de que, historicamente, as vendas dos produtos da Blaine têm sido cíclicas, tendendo a acompanhar os fundamentos macroeconômicos de uma forma geral.
A BKI, ressaltam os autores, "era proprietária e operava uma pequena fábrica em Minnesota que produzia peças de ferro fundido com revestimentos especiais para algundes de seus utensílios para cozinhar. Por outro lado, porém sua produção era terceirizada, como a da maior parte das empresas do setor". (pág 2)
“Bisneto de um dos fundadores da empresa e engenheiro de formação, Victor Dubinski fora eleito para o conselho de administração em 1988 e se tornou CEO em 1992. Sob sua liderança, três mudanças significativas foram percebidas na BKI:
A empresa finalizou sua oferta pública inicial (IPO) em 1994, o que deu uma medida de liquidez a alguns descendentes dos funtadores que, coletivamente, detinham 62% das ações disponíveis após o IPO. A segunda, a partir de 1990, a Blaine transferiu gradualmente sua produção para o exterior. A empresa começou se beneficiando do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), desenvolvendo fornecedores e fazendo parte de sua produção no México. Até 2003, a BKI também tinha estabelecido relacionamento com vários fabricantes asiáticos, e a maior parte de sua produção ocorria fora dos Estados Unidos. Finalmente, a BKI tinha adotado uma estratégia com foco em aumentar e complementar sua oferta de produtos pela aquisição de pequenos fabricantes independentes ou linhas de utensílios de cozinha de vários grandes fabricantes. A empresa seguiu cuidadosamente as mudanças no comportamento de compra do consumidor e as tendências do mercado. (...) Até então, todas as aquisições tinham sido feitas com caixa ou com ações da BKI.” (pág 3)
DESEMPENHO FINANCEIRO
O artigo destaca que a Blaine teve um lucro líquido de US$ 53,6 milhões, sobre receitas de US$ 342 milhões, no ano encerrado em 31 de dezembro de 2006. "Aproximadamente 85% de sua receita e 80% de seu resultado operacional vinham de vendas de produtos de nível intermediário" (pág 3)
O crescimento orgânico da receita da BKI sofrera nos últimos anos. O setor estava sendo pressionado pelos produtos importados e de marca própria. Para combater isso, alguns dos rivais da Blaine estavam baixando seus preços, mas a empresa decidira não seguir o mesmo caminho.
POLÍTICAS FINANCEIRAS
Os autores destacam que a empresa sempre manteve uma postura financeira conservadora. Nas duas únicas vezes em que tomou recursos emprestados acima de suas necessidades correntes de capital de giro, a dívida fora paga o mais rápido possível. "No fim de 2006 (...) ela não só estava livre de dívidas, mas também tinha US$ 231 milhões em caixa e aplicações financeiras". (pág 4)
O artigo ressalta, ainda, que os maiores usos de caixa da empresa tinham sido para o pagamento de dividendos e compromissos por aquisições. "Conforme a empresa emitia novas ações relacionadas com algumas de suas aquisições, o número de ações em circulação subiu e o índice de payout aumentou significativamente para mais de 50% em 2006" (pág.4). O investimento de capital (Capex) era o item seguinte de maior uso de recursos da companhia, impulsionado pela grande terceirização de fabricação da Blaine.
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