INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA ANALÍTICA

Introdução à Psicologia Analítica

Para começarmos expor a Psicologia Analítica ou Psicologia Jungiana, vamos fazer uma introdução apresentando Carl Gustav Jung, o desenvolvedor da teoria, abordando sua formação, o contexto histórico, suas influências, e teses que vamos nos aprofundar ao longo deste trabalho.

Jung nasceu em 1875 em Kesswil, pequena cidade na Suíça, seus pais mudaram-se para a cidade Basiléia, que é uma das maiores cidades Suíças depois de Zurique e Genebra. Fundada pelos Romanos, a cidade herdou um verdadeiro tesouro cultural, tornando-se a capital cultural da Suíça.

Para ter uma noção da importância cultural da cidade na época, e conhecer melhor o contexto que nascia e formou nosso personagem, pai da psicologia analítica, podemos citar Nietzsche, um dos maiores filósofos de grande influência do pensamento contemporâneo junto com Kant, dono de vários conceitos morais e éticos que são bases de leis e pensamentos atualmente, lecionou filosofia na universidade de Basiléia por uma década, mesma década que nasceu Jung.         

Jung foi contemporâneo, amigo e colega de Freud e Einstein, duas, das maiores mentes conhecidas, que sem dúvida deixaram expressiva marca na história e um legado riquíssimo da maior importância nas suas áreas de atuação.

Jung era filho de um pastor protestante luterano, entretanto, ele não se interessara pela fé cristã do pai, embora gostasse muito de ouvir a base e os argumentos de fé das pessoas que o cercavam comparando-os com as realidades do mundo. A ideia de Deus e as contradições criadas por Ele o fascinava. Sua mãe comportava-se convencionalmente como a esposa de um pastor, em suas memórias e numa entrevista a BBC, Jung diz que sua mãe tinha uma segunda personalidade, também relata que tinha medo da mãe no período noturno, mas não sabe ou não lembra o motivo. Podemos pensar que são os primeiros passos para seu conceito sobre a “Sombra”.

Seus pensamentos desde muito jovem eram diferentes das pessoas que tinha relações na igreja ou em casa. Muito introvertido, percebeu que as questões que chamava a sua atenção eram muito diferentes dos demais. Ele se interessava por questões filosóficas, arqueologia e ciências naturais, e por fim decidiu-se pela medicina. Antes do exame final para formar-se e seguir especialização em clínica médica, Jung ainda confuso em relação ao seu futuro profissional se depara com um manual de psiquiatria, ao ler coisas sobre a psicose, como um desajustamento da personalidade, conceitos que o atingiu de cheio, e então ele decide estudar e forma-se psiquiatra em 1900.

O iniciante médico tem um começo brilhante, obtendo cargos relevantes em hospitais conceituados da Europa, em 1906 publica os primeiros de muitos de seus estudos. E em 1907 encontra pela primeira vez Freud, e logo inicia uma estreita amizade, ambos trabalham juntos em suas pesquisas, e conforme Freud relata em uma de suas cartas a Jung, ele o via como um sucessor para levar adiante a psicanálise.

Em 1912 Jung publica o livro “Metamorfoses e Símbolos da Libido“, que marca divergências doutrinárias profundas que o separava de Freud. Posteriormente Jung abandona a carreira universitária e tem um difícil período de solidão.

Começa então um período de ativação do inconsciente, de intensas experiências interiores, de sonhos impressionantes, e visões. Jung tenta decifrar o que lhe acontece, tenta manter sua consciência sempre vigilante e não perdendo contato com a realidade exterior a fim de estudar a si próprio. Jung diz em suas memórias aos oitenta e três anos de idade, que esse período de cerca de seis anos foram os mais notáveis, escrevendo vários ensaios que viriam a ser a base de toda a sua teoria psicológica e seus métodos terapêuticos.  Daí os primeiros passos para o seu famoso conceito sobre “Os Sonhos”.