TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Novas Abordagens e Modelos de Gestão Organizacional

Por:   •  17/4/2017  •  Resenha  •  2.060 Palavras (9 Páginas)  •  681 Visualizações

Página 1 de 9

O tema do empreendedorismo e do papel do empresário na sociedade de mercado é de fundamental importância, tanto em Economia como em Administração. É o que será visto neste módulo .

a) o empreendedor e a criação de redes

O texto de Vale et al. (2008, p. 2) aponta o empreendedor como um articulador, ou seja, “com capacidade de unir e conectar diferentes atores e recursos dispersos no mercado e na sociedade, agregando valor à atividade produtiva”. O economista Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações (1776), é pioneiro nesta vertente, ao assinalar a propensão à troca como inerente ao ser humano, em decorrência da dependência do outro para obter aquilo que necessitamos. Sua metáfora da “mão invisível” ilustra como atendemos a necessidades alheias mesmo quando buscamos nosso próprio interesse. O empresário busca o lucro, mas para tanto deve atender às necessidades do consumidor da melhor forma e ao menor custo. Richard Cantillon e J-B. Say também assinalaram um caráter organizativo do empresário, que reunia materiais e trabalhadores no processo produtivo, incorrendo em riscos. Há uma ação de intermediação, portanto (ibid, p. 3).

Segundo Leibenstein (apud VALE et al., 2008):

o empreendedor é um agente capaz de transpor vazios e brechas de mercado e, consequentemente, usufruir, em condições privilegiadas, de vantagens daí advindas. O empreendedor é dotado de uma capacidade de associar e de complementar o conjunto ideal de insumos necessários a um determinado processo produtivo (input completing capacity).

Do mesmo modo, os autores apontam a contribuição de Granovetter, para quem a construção de interligações ou “pontes” é a maior característica dos empreendedores. Também Israel Kirzner salienta o “estado de alerta” do empreendedor, interligando recursos a necessidades ainda não satisfeitas que ele percebe ou vislumbra de forma pioneira (ibid). Nesse sentido, o empreendedor de Kirzner tem ação equilibradora no mercado, ao contrário da visão de J. Schumpeter, que apresentaremos a seguir.

b) o empreendedor e as inovações

Na Teoria do Desenvolvimento Econômico (1911), Joseph Schumpeter diferencia o desenvolvimento econômico do chamado fluxo circular, no qual os padrões de tecnologia, níveis de produção, oferta, demanda e renda repetem-se ano a ano. O desenvolvimento econômico implica na ruptura dos canais deste fluxo, com alterações qualitativas e reflexos do ponto de vista quantitativo.

Segundo Schumpeter (VALE et al., op. cit.; SOUZA, 2005), o processo de desenvolvimento só é possível com o “tripé” empresário-inovações-crédito. O crédito é Possível graças ao poder de criação de moeda pelos bancos. O empresário percebe uma oportunidade a explorar e leva ao mercado algo que julgará ser lucrativo, que constitui uma inovação (não basta ser uma invenção, deve ser economicamente viável). Há, segundo ele, cinco tipos de inovação: novo produto, novo processo, novo mercado, nova fonte de matéria-prima e “novas formas de organização de uma indústria” (VALE et al., op. cit.). O empreendedor vai “contra a corrente”, trazendo algo totalmente novo ao consumidor, que vê surgir uma necessidade de consumo antes inexistente.

A ação empreendedora é de caráter desequilibrador, pois altera para sempre os canais do fluxo circular. O empresário pioneiro obtém lucros extraordinários por um período inicial, no qual há uma fase de expansão do ciclo econômico. Com o surgimento de imitadores e competição, o lucro é “diluído”, e as taxas tendem a se equalizar. As empresas que não se adaptaram ao novo paradigma deixam de existir, em um processo de “destruição criadora” (SOUZA, 2005). Nesse contexto, inicia-se a fase de baixa do ciclo, até que outra inovação apareça.

Na sua obra de 1942, Capitalismo, Socialismo e Democracia, Schumpeter destaca elementos institucionais e sócio-culturais que protegem o empreendedor ao mesmo tempo que o incentivam, e que tendem à destruição no contexto de sucesso do capitalismo enquanto sistema econômico. O empresário deveria ser protegido por políticos profissionais, ao mesmo tempo em queera estimulado pelos valores familiares em decadência.

As grandes organizações de hoje têm como uma de suas principais preocupações a responsabilidade social. É algo que repercute em termos de ambiente interno e também em termos de marketing. É o que será visto neste módulo .

a) ética e responsabilidade individual

Segundo Maximiano (2007, p. 416),

Alguns autores fazem distinção entre ética e moral: a ética compreende uma teoria ou reflexão critica sobre os fundamentos de um sistema moral, ou de um sistema de costumes de uma pessoa, grupo ou sociedade.

A ética situa-se no campo filosófico, que reflete acerca do comportamento humano virtuoso ou vicioso, entre o certo e o errado, ou seja, avalia a própria moral particular de um grupo social. Para Aristóteles (384-322 a.c.), o hábito pode direcionar as tendências de um indivíduo rumo à virtude, fazendo preponderar a parte racional da alma, mais do que a “desejante” e a “vegetativa” ou de funções meramente orgânicas (fome, sede etc.). Seu ponto de partida é o indivíduo, cuja responsabilidade por suas ações é clara na medida em que não haja um futuro pré-determinado e que seus atos dependam apenas dele (VERGNIERES, 1999).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (14 Kb)   pdf (61.6 Kb)   docx (18.2 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com