TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

PUBLICIDADE E DESEJO: UM APELO AO INCONSCIENTE

Por:   •  11/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  470 Visualizações

Página 1 de 5

PUBLICIDADE E DESEJO: UM APELO AO INCONSCIENTE

Trabalho final apresentado como recurso avaliativo à disciplina EDU 106 Psicologia Geral ministrada pelo professor Dr. Francisco Moura.

SUMÁRIO

1.        INTRODUÇÃO        

2.        A PUBLICIDADE E O APELO AO DESEJO        

3.        CONSIDERAÇÕES FINAIS        

4.        REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        

  1. INTRODUÇÃO

Em uma sociedade consumista como a que vivemos, a propaganda se faz presente em toda parte: na TV, na internet, no rádio, nos jornais, nos outdoors, em panfletos que nos entregam quando andamos pela rua, nos supermercados, e em quase todo lugar aonde vamos. É quase impossível não prestar atenção ao assédio da publicidade e não ser influenciado por ela.

Os publicitários usam de todo o tipo de técnicas e linguagem para atrair a atenção dos consumidores.  Para tanto, Silva (2003) afirma que: “os publicitários fazem um estudo minucioso das reações do ser humano, seus instintos e sentimentos.” Dessa forma, a propaganda apela para as emoções e cria novos desejos e novas necessidades de consumo nas pessoas.

É com esta perspectiva que este estudo pretende explicar através das teorias da psicanálise como as propagandas usam o inconsciente da mente humana para manipular e levar o indivíduo ao consumo. Realizado a partir de levantamentos bibliográficos, baseia-se nas Teorias da Psicanálise de Sigmund Freud sobre desejo e prazer.

        

  1. A PUBLICIDADE E O APELO AO DESEJO

Segundo Pinho (1990, p.16), publicidade é o ato de divulgar produtos ou serviços através de anúncios pagos com objetivo de interesse comercial. Dessa forma, a publicidade é feita com a intenção de provocar no consumidor um grande interesse pelo produto ou serviço induzindo a compra, mesmo que não haja uma necessidade imediata de consumo. Aliás, Sant’anna (2005) reforça que é a publicidade que cria predisposições para o consumo.

Para tanto, a publicidade associa o produto que quer vender a necessidade e ao desejo através do uso de uma linguagem persuasiva que nos influencia até mesmo de forma inconsciente. É nessa perspectiva que Muniz define a publicidade: “Hoje a publicidade é um meio de tornar conhecido um produto, serviço ou empresa. Seu objetivo é despertar, no consumidor, o desejo pela coisa anunciada criando uma imagem de marca com prestígio no mercado”.

Ao atingir o inconsciente, uma mensagem ou uma propaganda tende a ser mais eficiente, isso porque, segundo Freud uma boa parte das ações e do comportamento humano é determinado pelo inconsciente. E uma das formas da publicidade atingir o inconsciente é criando ou fazendo emergir do inconsciente o desejo. Muniz diz que “A publicidade objetiva criar desejo coletivo de aquisição que se deverá materializar numa compra individual”

O campo do desejo é diferente do campo da necessidade como afirma Roza-Garcia (2004, p.83): “O desejo se dá ao nível da representação, tendo como correlatos os fantasmas (fantasias), o que faz com que, contrariamente à pulsão (Trieb) – que tem de ser satisfeita - o desejo tenha de ser realizado”.

Freud (1900-01) afirma que somente o desejo é capaz de colocar o aparelho psíquico em movimento e este movimento é regulado pelas sensações de prazer e desprazer, sendo essas sensações construídas ao longo da vida através das experiências individuais de cada um.  Freud afirma que:

“em nosso aparelho psíquico, permanece um traço das percepções que incidem sobre ele. A este ponto devemos descrever como ― “traços mnêmicos”, e a função que com ele se relaciona damos o nome de ―memória”. (FREUD, 1900-01, p. 568).

A associação das percepções à memória leva à lembrança do objeto responsável pela satisfação, esse movimento é definido por Freud como desejo:

“uma moção desta espécie é o que chamamos de desejo; e o reaparecimento da percepção é a realização do desejo e o caminho mais curto a essa realização é uma via que conduz diretamente da excitação produzida pelo desejo a uma catexia completa da percepção.” (FREUD, 1900-01, p. 594).

Pode-se concluir que muitas vezes uma pessoa tem determinado comportamento para suprir ou satisfazer desejos presentes no inconsciente.

Dessa forma a publicidade estimula as percepções para que determinado produto ou objeto seja associado à memória.

Um bom exemplo seriam os anúncios publicitários de automóveis. Estes anúncios dificilmente são associados à função básica do carro que é levar as pessoas ao seu destino, ou a economia de combustível, ou ao preço do carro. Os anúncios publicitários apelam para imagens que evocam o prazer e despertam o desejo, eles mostram aquilo que o objeto pode trazer para quem o possui: mulheres, status,  felicidade e liberdade.  O carro passa a ser o objeto representativo do desejo, ou seja, ele representa tudo o que o individuo quer ser. Dessa forma, adquirir o carro é a satisfazer um desejo inconsciente (como, por exemplo, se sentir atraente, livre ou poderoso).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (7.8 Kb)   pdf (141.4 Kb)   docx (11.3 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com