Produção Empurrada (Fordismo) x Produção Puxada (Toyotismo)
Por: sandro750 • 18/6/2017 • Resenha • 1.392 Palavras (6 Páginas) • 2.608 Visualizações
Produção Empurrada (Fordismo) x Produção Puxada (Toyotismo)
Sandro Márcio Andrade Castro¹
Introdução
Com a afirmação do capitalismo, foram marcantes as modificações no mundo, na vida das pessoas, no campo do trabalho, antes artesanal agora industrial, nos hábitos de consumo, enfim, moldou toda sociedade para alimentar este sistema econômico, com o regime de acumulação regulando a vida social e política, porém o capitalismo enfrenta dois desafios constantes, a fixação de preços na qual o mercado não consegue se auto regular, precisa da mão invisível do estado para sobreviver, exemplo o plano New Deal para salvar a economia da grande crise de 1929, e o segundo, é fazer com que as pessoas economicamente ativas trabalhem de forma que os capitalistas apropriem-se da mais-valia.
O capitalismo para enfrentar essas dificuldades, faz uso de maneiras de docilizar o corpo das pessoas em aspectos físicos e mentais, formando ideologias dominantes e cultivadas pela comunicação de massa.
Ford quando implantou oito horas e pagando cinco dólares por dia, não foi apenas visando o melhor para os trabalhadores, ele foi além do pensamento de Frédéric W. Taylor, visando a produção mecanizada, divisão do trabalho, obrigando o trabalhador à disciplina necessária para a linha de montagem, porém Ford estava produzindo em massa e criando uma sociedade de consumo em grande escala.
A pesquisa a seguir é resultado de leitura bibliográfica, e artigos pela internet, visando discutir a ralação do toyotismo com o fordismo, modelo de produção puxada e empurrada e o modelo produção empurrada com o fordismo e a puxada com o toyotismo.
Toyotismo vs Fordismo
O fordismo modelo americano de produção tendo como fundamento a administração científica no inicio do século XX, defende a máxima acumulação dos estoques, produção em larga escala, enquanto o toyotismo surgiu no Japão, como novo modelo de produção, organizava os estoques de acordo a demanda, com esta procura determinando o ritmo de produção proporcional.
O Eiji Toyoda visitou empresas norte-americana gigantesca, constatando e analisando como se dava o processo produtivo, contando com grandes espaços para estocagem, consumidores e produção em massa, porém destacou pontos, como: o seu país não dispunham de um espaço geográfico amplo, o mercado consumidor menor que as outras grandes potências, ao fazer suas constatações, norteou este modelo inviável a sua cultura e modelo de produção, destas percepções e muito estudo que surgiu a ideia de flexibilizar a produção.
Com estas percepções, Toyoda reinventou o modelo de produção com mais eficiência e organização, com um sistema tecnológico nos meios de transporte e comunicação impensável no fordismo, trabalhando com o modelo industrial just in time, que significa “em cima da hora”, combinando o fornecimento de fornecimento de matérias-primas, de produção e de venda, em um prazo curto estabelecido, economizando dinheiro, espaço, tempo e mercadorias, otimizando o meio produtivo.
Um ponto referente ao sistema da produção flexibilizada, é a diminuição da oferta de empregos, visto que contratava de acordo a demanda com pouca procura menos funcionários e vice-versa, com o trabalhador realizando diversas funções, transferindo a mão de obra para o setor terciário o de serviços, com o emprego concentrando mais na distribuição no que na produção, visto com responsável pela terceirização uma onda crescente que já ocorreu nos países desenvolvidos e a agora no mundo subdesenvolvido e no fordismo o trabalho era mecânico e repetitivo, com a atenção voltada a produção.
Produção Empurrada x Fordismo
Do inglês “push system”, que é de acordo a conduta do mercado, a produção depende de uma ordem previamente enviada, advinda de um sistema MRP (Material Requirement Planning), com produtos e tamanhos padrão, não existindo relação com a demanda dos clientes.
O MRP controla a quantidade, o que produzir e o momento da produção, com a produção acorrendo de forma isolada, com cada setor produzindo os seus itens e empurra para a próxima etapa. Este padrão de produção teve princípios na era industrial, onde a qualidade pouco importava, pois praticamente tinham uma demanda infinita e um mercado sem competição, tendo como foco atender toda demanda, com o estoque previsto em cada estagio, de acordo o tempo para a finalização do processo.
Conforme Torga (2006) a vantagem do sistema empurrado é a previsibilidade da programação e carga das maquinas. Assim, torna-se possível fazer planos de mix de produção variados, utilizando a análise computacional e dados advindos da área de marketing.
Portanto, este sistema de produção enfrenta problemas, quando ocorrem mudanças na demanda ou problemas na produção, sendo inviável renovar todo processo, que na maioria das ocasiões é acompanhado de grandes estoques; fica difícil de examinar o controle de produção e de estoque.
O modelo de produção empurrada pode-se relacionar com o modelo fordista de produção, vista que ambas partilham da mesma visão, produção em larga escala, grande quantidade de estoques, pensando na quantidade da produção e não na qualidade, diferenciação, produzindo para um determinado publico que não sabe escolher, pois não tem concorrência.
Produção puxada
Do inglês “pull system”, tem a produção realizada sem estoques no processo, com a demanda causada pelo cliente, com o fluxo e controle de materiais bem controlados determinando o que, quando e como produzir pela quantidade de insumos que tem no estoque, que observa o que foi absorvido pelos clientes e depois repor o estoque consumido.
A produção puxada deve ser compreendida como um fluxo que define o estado do material à medida que ele passa por um processo e vai para outro, de acordo com (Nunes Apud. Liker e Meier 2007). Neste aspecto, o material é puxado para o próximo processo, eliminando as etapas do processo pela MRP. Com a necessidade do cliente determinando todo o processo.
Conforme Nunes Apud. Shimokawa e Fujimoto (2011), a Toyota adotou o método em que o processo posterior retira as peças do processo anterior, quando houver a sua necessidade, divergindo inversamente a produção empurrada, na qual o processo anterior envia as peças para o processo posterior assim que o lote é finalizado. Observando a diferença de cada processo um visando maior produtividade e a outra qualidade.
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