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Resenha Adm Pública

Por:   •  19/4/2017  •  Resenha  •  1.083 Palavras (5 Páginas)  •  334 Visualizações

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FADUL, Élvia et al. Administração pública no Brasil: reflexões sobre o campo de saber a partir da Divisão Acadêmica da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (2009-2013). Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 48, n. 5, p. 1329-1354, set./out. 2014.

O artigo descreve e analisa o desenvolvimento da Administração Pública como área de conhecimento, destacando o papel da organização proposta pela ANPAD, os sistemas de ensino e a organização de grupos de pesquisa, estabelecendo a trajetória evolutiva da AP como área de conhecimento independente.

Atualmente a ANPAD está dividida em divisões acadêmicas baseadas em temas de interesses para a construção dos respectivos campos do saber em administração, sistematizando a produção acadêmica de cada qual. É possível mensurar a produção acadêmica em cada área através do acompanhamento das submissões de trabalhos nos eventos da ANPAD (EnANPAD e EnAPG), mapeando assim a evolução da AP.

A integração da administração pública como área para submissão de trabalhos aconteceu em 1985, sob a denominação de Política e Negócios Públicos. Em 1987, a denominação foi alterada para Administração Pública e mantida até o ano 2000. A priori, as linhas de pesquisa em AP eram pequenas e só aumentaram com a ampliação das políticas públicas advindas dos direitos sociais da Constituição Federal de 1988, fato este que elevou o número de submissões de trabalhos na área de nos EnANPADs. Em 2001, a importância dada às políticas públicas motivou a divisão da área de AP em duas subáreas: Gestão Pública e Governança (GPG) e Políticas Públicas (POP). Mesmo com o aumento expressivo da quantidade de trabalhos submetidos, era evidente que boa parte dos artigos que chegavam às áreas de GPG e POP não tratavam da administração pública como objeto de estudo e o delineamento da área não era claro.

Em mais uma tentativa de solidificar a área de AP, em 2005, esta foi renomeada para Administração Pública e Gestão Social com três subdivisões: Estado, Administração Pública e Sociedade Civil, Gestão e Políticas Públicas e Gestão Social e Ambiental. Entretanto, mais uma vez, percebia-se o aumento do número de submissões sem aderência à AP, evidenciando a necessidade de repensar o delineamento estratégico da AP como área de conhecimento. Eliminaram-se, então, as subdivisões e passaram a ser definidos temas de interesse para a submissão de trabalhos, além dos temas livres.

Em 2010, a divisão volta a ser chamada apenas de Administração Pública (APB) e redefinem-se os temas de interesse considerando que os estudos em administração pública não se restringem à gestão de organizações governamentais e ações do setor público, mas mantém, também, estreita relação com o Estado e a sociedade civil. A partir deste período, os trabalhos começam a ser divididos em dimensões. A primeira acomoda trabalhos que têm como objeto o Estado, a segunda trata de temas relacionados às políticas públicas e a terceira trata especificamente da administração pública em seus aspectos extra e intraorganizacionais.

No ano 2013, os temas de interesse foram novamente reestruturados na tentativa de desconcentrar os trabalhos entre os temas de interesse, de modo a equalizar os processos de avaliação. A expectativa é que com as mudanças a quantidade de trabalhos seja ajustada para uma produção mais qualitativamente relacionada ao campo de AP, colaborando na construção da sua identidade e com o acúmulo de conhecimento na área.

No Brasil, a educação superior em administração pública teve início nos anos 1950 e tinha como cenário a ampliação de um Estado administrativo e dos ideais desenvolvimentistas do pós guerra. Enquanto no exterior predominavam as abordagens baseadas em análises de políticas públicas e na minimização da dualidade política-administração, no Brasil o autoritarismo (1964-1985) valorizou a burocratização e ignorou as pesquisas, os interesses da população, cultura e a política. Contribuiu para este cenário a vinculação da formação acadêmica em administração pública à de administração de empresas no país. Somente em meados dos anos 1980, com a redemocratização e as transformações do papel do Estado, a AP passou a ter foco político-organizacional fundamentando-se na relação

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