Resenha O Monge e o Executivo

TAYLANA DE BORBA

RESENHA

“O MONGE E O EXECUTIVO: Uma História Sobre a Essência da Liderança”

Trabalho Acadêmico apresentado ao Curso de Administração da Faculdade Ação para a disciplina de Teoria Geral da Administração.

Professor(a): Juliana Fachi Vieira

RIO DO SUL

2015

HUNTER, James C. O MONGE E O EXECUTIVO: uma história sobre a essência da liderança. Editora Sextante, Rio de Janeiro: 2004.

RESENHA

“O MONGE E O EXECUTIVO: Uma História Sobre a Essência da Liderança”.

Taylana de Borba^[1]

A história do livro gira em torno de John Daily, um azafamado gerente de uma renomada indústria, que ao se ver tomado pelo estresse, decide ouvir sua esposa, que sugestionou seu afastamento da empresa para participar de um retiro durante uma semana em um mosteiro chamado João da Cruz, para descansar e refletir sobre seus problemas e vida que tem levado ultimamente. Ao perceber que está fracassando como empresário, pai, marido e treinador, decide aceitar a proposta intentando, principalmente salvar seu casamento. Trata-se de uma narrativa de primeira pessoa do singular, onde o personagem expressa suas concepções, pensamentos, ideais, e percepções sobre tudo o que ocorre.

Algo que o instigou a ir ao mosteiro, foi que um ex-executivo muito conhecido e prestigiado no país chamado Leonard Hoffman, havia abdicado de seus negócios, para se tornar um dos monges do local. Logo que chegou, foi recebido por um monge, John prontamente indaga pelo lendário Len Hoffman, e descobre que lhe foi auferida a alcunha Simeão pelo reitor do mosteiro. Ficou assustado, pois esse era um nome que estava envolvido em numerosas casualidades que intercorreram toda sua vida.

O Retiro propícia a participação de seis pessoas por semana, nesta ocasião cada um possui características bem diferentes e funções distintas perante a sociedade, porém com uma característica em comum: o desempenho de certa atividade de liderança. Lee, um pregador, companheiro de quarto de John; Greg, um jovem sargento do Exército bastante vaidoso; Teresa, diretora de uma escola pública; Chris, uma treinadora de basquete; Kim, enfermeira chefe de um hospital e John, o gerente-geral de uma grande empresa.

John tem um encontro inesperado com Simeão, onde prontamente solicita encontrá-lo para conversar e receber alguns conselhos, pois passa por dificuldades. Simeão, muito solícito e gentil, propõe que se encontrem sempre antes das cerimônias diárias que acontecem no mosteiro ao amanhecer, John não hesita, era um pouco cedo, contudo o esforço é motivado.

No mosteiro, todos devem seguir as regras, tudo deve ser feito no horário determinado pelo reitor, participar das cinco cerimônias religiosas que acontecem durante o transcorrer do dia, e dos retiros, que são aulas matutinas e vespertinas que ocorrem diariamente, onde aprende-se sobre a essência da liderança e outros temas correlacionados.

Os participantes do retiro têm de se adaptar ao ambiente e participar das atividades educacionais com o irmão Simeão, que se mostra um homem respeitoso e pronto para partilhar suas experiências, seu conhecimento e receptivo para ouvir a opinião dos participantes. No primeiro encontro, Simeão enfatiza a responsabilidade de ser um líder, e que todas as qualidades são comportamentos a serem escolhidos e com esforço desenvolvidos.

No decorrer das lições, ele pediu que o grupo definisse o que é liderança e o conceito escolhido foi o seguinte: “Liderança: é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. (HUNTER, 2004, p. 15). E complementou, o líder deve inspirar confiança naqueles que o seguem.

Também é abordada a diferença entre a autoridade e o poder. A autoridade é a habilidade de instigar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer, devido à sua influência pessoal. A autoridade é conquistada por admiração e respeito. Já o poder é forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade por causa de sua posição ou força diante dessa pessoa, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer.

Quando um líder utiliza a autoridade faz com que as pessoas o sigam espontaneamente. É de extrema importância ter um bom relacionamento com as pessoas para possuir autoridade, o poder traz medo e não impõe respeito, as pessoas que são forçadas a fazer algo, mais cedo ou mais tarde se rebelam. A autoridade se constrói sobre serviço e sacrifício. Liderança se constrói em relacionamentos, que sejam frutos de relações saudáveis, o bom relacionamento é essencial, e é obtido a partir da confiança.

Interessante sua explanação sobre paradigma, diz ser primordial desafiarmos nossos paradigmas sobre a compreensão do mundo exterior, o contexto em que estamos inseridos desafia constantemente os velhos paradigmas e impõem novos.

O estilo piramidal de administração, que está de acordo um velho paradigma, precisa ser modificado para melhorar os processos de liderança. Simeão, que detém entendimento sobre organizações, e aperfeiçoou seu conhecimento no mosteiro, defende a ideia de que “Para liderar você precisa servir”. Durante um dos estudos, desenhou uma pirâmide e distribuiu os cargos de uma empresa na forma de hierarquia. No topo, o Presidente, e na parte inferior, os Clientes, vistos “como inimigos”. Disse que a pirâmide deveria ser inversa, no topo, os Clientes, como foco principal a ser servido por todos na pirâmide, e na base, o Presidente. Os funcionários não devem agradar somente quem está no topo da pirâmide, pelo seu poder; mas sim os clientes, pois sem eles sequer existiria os demais.

Greg, o sargento, que durante todo o retiro discorda de certas coisas que Simeão fala, questiona sobre o fato, que servir é ficar fazendo as vontades dos liderados, e que isso não se aplica no mundo real. A opinião contraria possui grande valor, ouvir as divergências é uma característica essencial de um bom líder. Tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. Então, Simeão explica, servir não é dar tudo àquilo que se deseja, é dar apenas o que necessita. Segundo Hunter (2004), “o papel do líder é identificar e satisfazer as legítimas necessidades das pessoas” que lidera.