Resenha de urbanização paul singer
Por: marinamaida • 4/7/2017 • Trabalho acadêmico • 518 Palavras (3 Páginas) • 793 Visualizações
Marina Sousa Maida - 114081849
GPDES 2014.1
RESENHA DO TEXTO:
URBANIZAÇÃO E CLASSES SOCIAIS - PAUL SINGER
Paul Singer analisa em seu texto Urbanização e Classes Sociais a relação entre campo e cidade para defender a formação de classes como fator imprescindível da urbanização. O excedente de comida é sem dúvida um fator necessário na criação de cidades urbanizadas, pois permite que exista um produto a ser negociado na relação campo-centro e permite também a própria sobrevivência do segundo. Porém o excedente não é suficiente para a superestrutura dos centros urbanos.
As complexas instituições existentes nas cidades são sua estrutura de funcionamento e existem a partir de uma rede de relações de dominação formada por homens e mulheres com diversas funções sócio-economicas. Na relação entre o polo do campo e do centro existe igualmente uma relação de dominação, a urbis é obviamente o centro do poder e por tanto exerce uma dominação sob o campo que acaba por preencher o local de fornecedor, e exatamente isso que os difere. A cidade detém o poder político, porém depende do excedente do campo, esse é autossuficiente em matéria prima, o que em teórica lhe permite a própria existência, porém se encontra no local de dominado e não possui os produtos industrializados. Um aglomerado de agricultores não pode ser considerado uma cidade, pois exerce a função de fornecedor.
O campo claramente antecedeu a cidade na historia, apenas quando a força produtiva passou a criar excedentes de alimentos junto com o próprio excedente de força produtiva pode-se criar e sustentar um centro sem produção direta de matéria prima. Porém não é apenas o excedente que cria uma região urbanizada, é necessário também que próprio campo já tenha desenvolvido relação de dominação, inclusive, essas próprias relações que criam o excedente. O surgimento das classes sociais no campo pode decorrer de diversos momentos, como a conquista externa de um povo ou região, ou a separação de funções, passando a ter grupos designados a funções religiosas ou de guerra.
A cidade vai se urbanizando e fortalecendo a divisa do trabalho do campo e da cidade. A segunda deixa então de ser apenas o centro politico de dominação pois cria diversos novos modos de produção e serviços, e consequentemente novas dinâmicas de trocas internas e com o campo.
Podemos concluir que a historia da divisão de classes se mistura com a historia da urbanização pelo fato do surgimento das classes possibilitar a dominação e o excedente dando base a existência dos centros urbanos. As classes sócias se tornam mais aparentes nos grandes conglomerados urbanos pelos constantes conflitos, porém elas existem nos centros fornecedores antes da origem dos próprios centros urbanos.
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