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Resenha de Singer, Paul. O Que é Economia.

Por:   •  2/12/2015  •  Resenha  •  481 Palavras (2 Páginas)  •  3.565 Visualizações

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O livro O Que é Economia, de Paul Singer, consiste majoritariamente de pinceladas sobre diversos assuntos dentro da disciplina Economia, visivelmente com o objetivo de prover o conhecimento básico relativo ao tema central abordado. Dessa forma, o texto aborda, além de uma noção sobre regulação do mercado, tanto a história quanto temas contemporâneos da economia, partindo de uma introdução sobre os diversos significados do termo “economia”, seguida de nocões da economia enquanto ativividade e enquanto ciência.

Em quase todo o texto, o autor contrapõe linha de pendamentos diferentes, se mostrando contra ideais marginalistas e neo-liberais, chegando em dado momento até a se definir como de inspiração marxista. No livro vemos nas ideias marginalistas a economia como ciência natural, na qual questões sociais e políticas não devem ser analizadas, pois não fazem parte dela, e se parte de uma concorrência perfeita, onde todos agentes agem conscientemente de acordo com o que é melhor para si sem interferência de qualquer coisa fora da economia, enquanto na economia política inspirada em Marx as ciências sociais estão todas em interação, abrindo uma visão crítica da economia e do capitalismo.

A regulação do mercado é tratada no livro apresentando termos chave, como “necessidade social”, ”demanda solvavel” e “valor de uso”, que aparecem destacadas de alguma forma. Paul problematiza a diferença quantitativa entre necessidade e produção de um produto, comum no modo de produção capitalista. A partir de tal problematização, o autor aborda a tão famosa lei da oferta e procura, mostrando, até onde convinha em um texto de iniciação, como ela é muito mais complexa do que o modo como ela é comumente usada pelos que vêm nela um imperativo da natureza humana.

Ao se tratar da história da economia, Singer aborda a partir da Primeira Revolução Industrial, o começo do capitalismo, tratando sobre o surgimento das classes sociais que viriam a ser as principais no mundo: a burguesia (industral) e o proletariado, que surge de uma intensa (e até agressiva) urbanização. Em seguida são tratadas a divisão internacional do trabalho, o imperialismo e as mudanças na economia durante um século XX recheado de crises internacionais e guerras.

Em temas contemporâneos da economia o enfoque é a discussão relacionada ao papel do Estado na economia, o “Estado Mínimo” e como a corrênte neoclássica favorece aqueles de classe socio-econômica dominante, privilegiada. O próprio autor se diz ousado ao tratar de temas atuais ao fechar o texto, afirmando ter aberto flanco à possibilidade de que o que disse ser contemporâneos se tornarem, com o tempo, anacrônico.

A leitura do livro me propiciou dados interessantes, principalmente a respeito de termologia da ciência Economia, ou seja, cumpriu bem seu papel de texto introdutório de articulação geral no tema. Tal que saio me indagando não a respeito de uma dúvida em relação ao texto, mas em relação ao posicionamento ideológico do autor, que mais se mostrou contrário ao marginalismo e neoclassicismo do que uma próprio ideal.

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