Resumo Análise Econômica e Economia Política
Por: Arthur Willams • 14/8/2021 • Resenha • 980 Palavras (4 Páginas) • 124 Visualizações
Análise econômica e economia política
Carlos Lessa
Aluno: Arthur Willams Bispo Souto
Resumo do texto:
O autor está focado em discutir uma pergunta que gera dúvidas no âmbito econômico, especificamente no que se refere a formação dos economistas, e até então ninguém pôde dar uma resposta. “Qual é o objetivo próprio de reflexão em economia”. Larson conclui que existem dois objetos de possível proposição e que cada um desses objetos apresenta implicações com respeito ao ângulo de abordagem e modo de tratar os temas completamente distintos. E que a primeira vista os objetivos não são tão diferentes assim, ele vai tentar trabalhar com as definições de ambos os objetos com o intuito de mostrar que a união deles é impossível. E conclui que a medida em que a formação do economista se estende, o economista deve tomar uma decisão, optar pelo caminho da análise econômica, que possui uma visão de mundo diferente e inviável de se integrar com a visão do segundo caminho, a economia política. O primeiro objeto refere-se a análise econômica, esse objeto é um dos primeiros que os alunos de economia tomam contato e ele diz que a meta básica de reflexão do economista é estudar todos os fenômenos relacionados com a escassez material; deste modo, o fato econômico se caracterizaria pela presença de uma escassez relativa. Ar e água não são problemas econômicos porque não são escassos; como todo resto é escasso, tudo pertence ao terreno da economia. Esse estudo é de como realizar opções segundo critérios. Quando nós definimos que o objeto do conhecimento é de análise econômica, ou seja, estudo de escassez e da opção, um alto nível de abstração a escassez se manifesta em diversos sistemas diferentes, desde uma sociedade de coletores primitivos a uma sociedade capitalista numa etapa madura, e também está presente numa sociedade socialista. Em outros termos, a escassez é um dado à primeira vista a-histórico. Conclui-se que a construção teórica a partir desse conceito permitiria à economia o caráter de uma ciência que em seu princípio primeiro seria a-histórica. De outro modo, a ciência econômica poderia se afirmar universal e atemporal, ou seja, através dessa visão de estudo do fenômeno da escassez, a economia elaboraria um sistema aplicável em qualquer sociedade de qualquer época. A respeito da “Análise Econômica” constata-se que qualquer procedimento analítico é uma operação de partição: toma-se um todo e parte-se para obter uma coleção de partes. O autor usa um exemplo interessante para ilustrar uma operação analítica, cujo objeto da análise é uma vaca – a Madalena, que é colocada na mão de dois analistas, o açougueiro e o professor de anatomia, ambos matam a vacam, porém repartem e desmembram ela de maneiras divergentes e obtém diferentes coleções de partes, era o mesmo animal, mas interpretado de diferente forma. De maneira análoga são as questões econômicas, na qual, haverá ideias como: produção, equilíbrio geral, sistema econômico, etc, e através destes princípios o analista em economia parte e adquiri uma coleção de partes, obtendo diferentes interpretações, haja vista que toda análise econômica é uma operação de partição de ideias. Nesse mesmo eixo o autor também faz menção a “Armadilha do Critério de Partição” que dependendo dos critérios escolhidos teremos uma determinada coleção de conceitos e, dependendo dos conceitos que tomarmos, podermos demonstrar qualquer coisa. Através da análise econômica, é possível simultaneamente demonstrar A e não -A, dependendo da coleção de conceitos que escolhermos. Outrossim, o texto aborda o nível de abstração, que diz que todas as construções analíticas estão em um determinado nível de abstração, por apresentar desenfoques se operada em diferentes níveis, só é possível realizar a operação em um mundo ideal, criado com as abstrações que o economista faz. Em uma outra perspectiva, propõe-se como objeto próprio da reflexão do economista o estudo das leis sociais que regem os processos de produção e repartição dos bens e serviços, ou seja todas as sociedades organizadas desde a neolítica até a sociedade hodierna, se organizaram para resolver o problema da produção e repartição. Essa visão pertence ao objeto número dois de reflexão do economista, o objeto da economia política. Quando a economia política propõe-se fazer um estudo das leis sociais de produção e repartição, ela de saída reconhece a historicidade do seu campo de reflexão. No momento em que você olha o passado para tentar explicar com a dinâmica do passado uma configuração do presente, você está abandonando o terreno de análise econômica e está começando a fazer uma invasão no território da economia política, ou seja, para entender a situação de um conjunto de características de uma determinada sociedade vai ser necessário interrogar sobre a lógica de evolução anterior dessa sociedade, que explica o seu presente. É de acordo com o processo de desenvolvimento da sociedade no passado que vai explicar ou determinar as condições atuais do presente. Um exemplo abordado foi o déficit de cem mil unidades residenciais em uma sociedade, e que foi posto em evidência diversos fatores que colaborou para tal dificuldade, como a existência de grupos sociais, a presença do país dentro do contexto mundial, a estrutura do poder, etc. A economia política trata o objeto como um todo, porém, pensar o todo em todas as suas implicações é uma proposta inviável. O objeto da economia política é a dialética, está que vai de encontro com os conceitos da lógica formal, pois toda lógica formal estabelece uma teia de conceitos. Conclui-se portanto, como base no texto apresentado que a economia política traz contexto histórico, e não pretende criar teoremas, ela pretende estudar o sistema econômico e a forma como os agentes econômicos se apropriam das riquezas, diferente da análise política que pretende criar teoremas e conceitos mais abstratos e que não possuem contexto histórico, possuindo um aspecto mais atemporal, consequentemente, podendo ser aplicada em qualquer contexto histórico social.
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