Tomé Açu, Importância da Cooperativa CAMTA para o município

História do Município

A cidade de Tomé-Açu, localizado na região nordeste paraense, teve seu processo de emancipação territorial muito conturbada, pois a princípio era considerado uma aglomeração importante da então cidade de Acará, onde em 1952 houveram as primeiras manifestações para constituição de Tomé-açu como município, conseguindo em maio de 1955, através de lei do atual governador, o título de cidade. Porém, essa lei foi considerada inconstitucional e anulada pelo Supremo Tribunal Federal em outubro do mesmo ano, sendo reintegrado ao município de Acará, provocando a completa indignação dos tomeaçuenses. Foi somente em março de 1959, que o Governo do Estado constituiu de fato, como terras desmembradas da cidade de Acará, e concedendo o título de distrito à Tomé-Açu.

Perfil e Processo de Colonização Japonesa

        Com a chegada de imigrantes japoneses na localidade de Tomé-açu, foi instaurado um plantio de hortaliças, visando o comércio no qual os japoneses estavam familiarizados a consumir. Entretanto depararam-se com um cenário totalmente diferente do que previam, visto que os paraenses eram poucos familiarizados a consumir este tipo de alimento, foi então que decidiram dispor de seus produtos para livre degustação ao público e criar uma cooperativa. Além de hortaliças, houve a tentativa do plantio do cacau, que a princípio falhou pelo desconhecimento de manejo adequado por parte dos imigrantes, e a introdução da pimenta-do-reino trazida da Ásia através de vinte mudas apenas e que foi o "grande" produto para os japoneses. Com a chegada da 2ª Guerra Mundial, houveram muitas perseguições contra os imigrantes japoneses, já que Brasil era aliado dos EUA e este último inimigo do Japão, em especial na capital paraense, com isso Tomé-açu teve seu segundo marco na vida dos japoneses que residiam no Pará servindo-lhes como refúgio. Por isso há fortes traços dos costumes e cultura dos imigrantes.

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Proposta de Atividade de Campo

        Ao dia 27 de setembro de 2014 foi feita uma visita à cooperativa CAMTA (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açú) juntamente a fazenda de seu respectivo diretor, Michinori Konagano, localizada no município de Tomé-Açu, com o objetivo de absorver conhecimento sobre a criação, desenvolvimento e sucesso de seu negócio, observando seu caráter empreendedor.

Perfil Estratégico-Empreendedor da CAMTA e do Sr. Michinori Konagano

        Até os dias de hoje podemos ver muitos traços empreendedores no desenvolvimento da cooperativa CAMTA e em seu diretor, Sr. Konagano. Entretanto, alguns pequenos detalhes tiveram alta relevância, dos quais serão destacados o modo de criação da cooperativa e o espírito de empreendedor-inovador do Sr. Konagano, para responder questionamentos do tipo "Quais atitudes estão envolvidas para o sucesso da cooperativa?" e "Qual a visão de futuro de mercado?".

        Há que se recordar das atitudes dos antepassados do Sr. Konagano, onde chegaram em Tomé-açu sem conhecer a língua ou cultura e aqui batalharam em prol de seu desenvolvimento com, primeiramente, hortaliças e arroz. Entretanto não havendo público consumidor desses alimentos, decidiram promover eventos de degustação, criando assim um mercado consumidor para seus produtos, caracterizando um perfil estratégico e corajoso por se tratar de algo novo na época. Outro ponto importante já na criação da cooperativa, foi o estilo de produção escolhido, onde a mesma foi posta como cooperativa mista que os dá liberdade para expandir seu negócio para outras áreas, não se atendo somente em plantio de hortaliças. E foi graças a essa perspicácia que hoje a cooperativa pode produzir e manufaturar diversos produtos como: açaí, caju, acerola e etc. Essa cooperativa que hoje emprega cerca de 200 funcionários e aproximadamente 180 cooperados, desses 30% brasileiros, contudo tem-se atribuído muito mérito pela persistência, determinação e sapiência do Sr. Konagano, onde através de experiências e planejamento conseguiu, mesmo que empiricamente, fazer crescer sua propriedade com o plantio misto de frutas, iniciando seus experimentos com mamão, maracujá e cacau.

        Porém foi com o plantio de pimenta-do-reino na década de 80 que a CAMTA teve seu ápice de produção, e através de tentativas e riscos foi conseguindo se fortalecer no mercado com métodos ajustados de manejos, fazendo plantio conjunto de espécies como cacau, planejando safras e prevendo imprevistos, além de designar  tarefas para as pessoas devidamente responsáveis.

        Visando também a inovação e o seu crescimento pessoal, o Sr. Konagano investe em uma série de projetos dentro de sua propriedade como: Pesquisa de bio-fertilizante através do subproduto advindo do cacau, exploração do potencial da fazenda para eco-turismo e futura introdução de aluguéis de orquídeas. A fazenda atualmente produz em média escala frutas, peixes, suínos e etc.,  alcançando assim uma gama de oportunidades, mostrando-se como um verdadeiro empreendedor, mesmo não buscando ajuda especializada de técnicos e profissionais.