Trabalho da disciplina Princípios de Finanças

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS

Fichamento de Estudo de Caso

Luciene Santos Castelo Branco

Trabalho da disciplina Princípios de Finanças

                                                                 Tutor: Prof. James Dantas de Souza

Vila Velha

2019

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Estudo de Caso de Harvard: Brasil Foods

Referência: David E. Bell e Natalie Kindred  

Brasil Foods

Em 14 de julho de 2011 o órgão antitruste brasileiro finalmente aprova a combinação da Sadia com a Perdigão abrindo caminho para a Brasil Foods. Com 110.000 empregados e faturamento líquido de R$ 22.7 bilhões em 2010. A BRF vendia cerca de 3.000 produtos incluindo aves, suínos, bovinos, carnes processadas, laticínios, margarinas, massas pratos congelados e legumes, ale de outros produtos processados.

Com a fusão das grandes marcas Fay (CEO da Brasil Foods), apostava numa meta ambiciosa que era duplicar as vendas da BRF em cinco anos., a empresa iria se transformar de exportadora para multinacional nos moldes da Nestlé.

Fay acreditava que a BRF tinha know-how operacional e capacidade de gerir os fluxos complexos e interdependentes de ingredientes necessários para criar sua carteira variada de produtos e um conhecimento profundo de consumidores e marcas. Mas reconhecia que a BRF era basicamente uma empresa brasileira, com expertise específica no seu mercado doméstico.

O Brasil em expansão

Em 2010 o Brasil cresceu cerca de 7,5%, o melhor cenário dos últimos 24 anos. A classe média estava em crescimento e alimentava a demanda doméstica, usando seu poder aquisitivo para comprar carros, TVs de led, maquinas de lavar, viagens e refeições em restaurantes.Trabalhadores  estrangeiros de todos os níveis de renda chegavam ao Brasil em grandes números e grandes cidades brasileiras tornaram-se ricas como São Paulo que se tornou a capital do helicópteros.

Mas apesar de todo esse crescimento o Brasil ainda enfrenta alguns problemas significativos  como inflação a 6%, má infraestrutura, corrupção, burocracia reguladora entre outros fatores aumentava o custo dos negócios. Mesmo assim a sensação de que a ascensão do país finalmente chegaria em 2011.

Transformação agrícola

A histórica  econômica do Brasil sempre esteve fortemente ligada ao setor agropecuário, mas desde 1980 a Embrapa  por meio da ciência agrônoma e a inovação buscam meios para usar sua enorme área e suprimento de água para alavancar sua produção de alimentos. A transformação das savanas pobres em nutrientes em pasto para agropecuária fez com que os produtos de exportações variassem e fossem além dos produtos tradicionais tropicais como café e a laranja para abranger soja, açúcar e carnes.

O Brasil ainda tinha bastante espaço para expandir a produção de alimentos pois dispunha do maior suprimento renovável de água do mundo e compradores não faltava.

Histórico da Brasil Foods

Perdigão e Sadia

Em 1934 surgia a Perdigão no estado de Santa Catarina, fundada por imigrantes italianos. Na década de 60 já era produtora integrada de suínos e aves, criando seus próprios rebanhos e criação, abate e processamento e subsidiária de distribuição. Diversificou-se para as áreas de soja, vegetais enlatados e outros produtos a base carne entre 1970 e 1980.

Foi uma das primeiras empresas brasileiras a usar equipamentos de processamento automático de aves.

No começo da década de 90 as famílias fundadoras passam por dificuldades que as obrigam a vender sua participação controladora a um grupo de fundo de pensão. A nova administração reestruturou e modernizou suas instalações e expandiu a produção para produtos de margem e valor agregado, passou a produzir laticínios, carne bovina e margarina.

 A Sadia, fundada também em Santa Catarina, surgiu em 1940 como processadora e vendedora de produtos suínos e grãos, depois expandiu sua operação e entrou no mercado de aves, ampliou sua presença no mercado brasileiro de carne bovina e começou a produzir refeições processadas e congeladas.

Em 1980 exportava frango congelado, carne suína e bovina. Em 1990 abrangia mais de 20 empresas de um leque vasto de produtos processados e congelados de valor agregado.

Embora a empresa estivesse operacionalmente bem, manobras desastrosas no mercado financeiro fizeram que a empresa em 2009 procurasse urgentemente um comprador.

A Perdição não planejava comprar a Sadia, mas a oportunidade era excelente e rara, já que se tratava da compra de uma mega empresa que estava operacionalmente bem.

A transação se deu entre março de 2009 a julho com créditos do BNDES.

Mas o CADE (órgão da Defesa Econômica) opôs se ao negócio por temer que a fusão sufocasse a competição doméstica e alimentar a inflação de produtos alimentares.

Foram liberados a priori apenas as áreas de exportação da BRF que não apresentavam ameaça ao mercado interno e a maior parte das atividades domésticas da Perdigão e da Sadia ficaram impedidas.

Em junho de 2011 o CADE estava inclinado a votar contra a fusão, mas temendo ao prejuízo aos consumidores, foi feita uma reavaliação das conseqüências da fusão. E finalmente em 13 de julho a fusão é aprovada com algumas condições.

A BRF teria que vender ou suspender ativos responsáveis por 13% de suas receitas, seria necessário também vender diversas fábricas e montadoras, granjas e centros de distribuição, além de 12, marcas de alimentos dentre outros.

A Empresa Combinada: Brasil Foods

 A combinação das duas empresas criou o segundo maior empregador do Brasil e seu terceiro maior exportador.

No Brasil a rede de distribuição da BRF atingia 98% da população, a empresa detinha participação de 57% em alimentos congelados processados e de 55% de alimentos resfriados processados, fazendo dela a líder absoluta das duas categorias.