A CIDADE DO PENSAMENTO ÚNICO: DESMANCHANDO CONSENSOS
Por: Allana Silva • 22/5/2022 • Resenha • 437 Palavras (2 Páginas) • 192 Visualizações
A CIDADE DO PENSAMENTO ÚNICO: DESMANCHANDO CONSENSOS[1]
Autores: Otília ARANTES, Carlos VAINER e Ermínia MARICATO.
xxxxxxxxxxx[2]
Disciplina ministrada por – XXXXXXX³.
Universidade XXXXXXXX, São Paulo, SP
RESENHA
Após refletir sobre os trechos da primeira parte do livro, foi possível constatar uma questão central, que foca na cultura, capturada pelo mercado e manipulada para a construção de um pensamento único, pró-crescimento, que desperta nos indivíduos um “patriotismo de cidade”, “cultura cívica”, “vontade conjunta” de fazer parte do sistema global. Em um primeiro momento, Otília Arantes discutiu a lógica da chamada "terceira geração das cidades". Defendendo a visão de que, de fato, não há ruptura com o formalismo anterior aos modernistas, mas deve haver continuidade, com foco na "gestão empresarial superficial" e na "culturalização do mercado". A primeira contradição apontada pela autora advém do fato de que esse “novo” planejamento urbano - a chamada estratégia - além de reativar a ideologia modernista do planejamento, também incorpora a dimensão cultural do movimento anterior na direção oposta, a ideologia modernista. O "encontro encantador" da cultura com o capital é o que Otília chama de "culturalismo de mercado". O conceito de planejamento estratégico surge já nos 70, com a crise do fordismo-taylorismo, despertando uma nova matriz liberal de planejamento, inspirada na gestão empresarial e baseada na ideia da cidade como máquina de crescimento, isto é, “máquina urbana de produzir renda”, e que entre outras designações, tornou-se conhecida por Planejamento Estratégico. Para a autora, a gentrificação urbana pode ser considerada um modelo de planejamento estratégico. Embora outras nomenclaturas atribuídas a "fenômeno" sejam usadas na superfície - revitalização, reparo, reavaliação, reciclagem, recertificação. "À medida que a cultura se torna o principal negócio das cidades em processo de gentrificação, torna-se cada vez mais óbvio que no momento atual de dominação e reorganização mundial, a cultura é um dos meios mais poderosos de controle urbano." do capitalismo, “a crise provocada pelo conflito entre a cultura e o sistema capitalista materialista da época prenuncia a possibilidade de que a cidade não possa ser governada. Nesse processo de construção utilizando a cultura como imagem publicitária, é imprescindível que reapareçam imagens de grandes arquitetos e artistas, e grandes obras de exaltação do poder conceituando o cenário da paisagem na cidade para exercer o controle urbano em um sistema de dominação que edifique a cidade como um todo, ou seja envolvendo terras, trabalho e produção de capital.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, Otília; VAINER, Carlos; MARICATO, Ermínia. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2002.
[1] Trabalho submetido ao curso de Arquitetura e Urbanismo, Disciplina Planejamento Urbano e Regional.
[2] Aluna do Curso de Arquitetura e Urbanismo – XXXXXXXXXX
³ Professor/ Orientador.
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