A Construção das Cidades Segundo seus Princípios Artísticos.
Por: N4th1Rios • 22/10/2018 • Resenha • 503 Palavras (3 Páginas) • 270 Visualizações
Em “A Construção das Cidades Segundo seus Princípios Artísticos”, Camillo Sitte, analisa os princípios construtivos das antigas praças em comparação com o recente padrão. Autor critica o desrespeito a harmonia do conjunto arquitetônico com intervenções “desconstrutivas” em praças que passou a visar o espaço de forma regular sem a beleza singular de cada conjunto construtivo.
Inicialmente o autor aponta o primeiro item da regra básica na composição adequada de uma praça: o respeito às vias de tráfego. -desenvolvida de forma espontânea durante a idade média, tal concepção mantinha a visão clara para as construções imponentes (igrejas, palácios, prefeituras) localizadas na praça-. Como exemplo Sitte desenvolve uma equivalência entre a elaboração de um boneco de neve e monumentos antigos, ele busca descrever que a beleza não está só na visão para quem observa, mas na singularidade por trás da sua concepção. Posto isso, Sitte critica a forma como o recente padrão a desconstrói: Um boneco de neve isolado obstruindo o caminho deixa de ser interessante tanto como uma estátua isolada.
Em seguida Sitte analisa a coesão das praças e verifica o fechamento do conjunto de edifícios em torno dela e crítica a organização das ruas no “sistema Moderno”. Para o autor a antiga disposição das ruas em uma espécie de turbinas corresponde a escolha mais oportuna pois permite se vislumbrar a coesão de todo o contorno da praça de forma que aparente contínua a partir de qualquer ponto dela. Em comparação as atuais praças “abertas” compostas por blocos, “Não há lacunas desagradáveis”.
É analisa também, a proporção da praças e seus edifício principais e de acordo com a observação defronte a construção, as mesma se classificam por praça de largura ou profundidade. E novamente a organização e orientação da rua são citadas. No entanto dimensão do edifício é apresentado como fator fundamental no equilíbrio harmônico da praça. Exercendo a concordância entre a imponência do edifício com a dimensão da praça. Exemplo errôneo pode se observar na Praça da República, Cuiabá-MT, onde desproporção da versão “moderna” da Igreja matriz é impactante.
Sitte, ainda cita a beleza por contida na irregularidade das praças, trazida pelo seu contexto histórico e o meio no qual ele foi elaborado, o autor critica a busca da simetria da arquitetura contemporânea, que deixa de lado tal beleza de cada conjunto arquitetônico. Critica forma como a harmonia de conjuntos históricos são desconstruídos, descaracterizando centros históricos como o de Cuiabá. Que perdem suas características originais e desvaloriza o pouco que se sobrou.
Enfim, Sitte busca criticar a perda da beleza nas recentes formas construtivas, ele aponta como causa a falta de harmonia do conjunto arquitetônico, a desconsideração de tal conjunto como razão de construções formosas. Concluindo o autor consegue fazer com que o leitor se questione o Padrão atual construtivo, mesmo sendo escrito a quase um século atrás.
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