A construção das cidades segundo seus princípios artísticos, Camillo Sitte
Por: clamaria97 • 6/6/2017 • Resenha • 529 Palavras (3 Páginas) • 1.000 Visualizações
Clara Maria Bueno Vieira_9317701
A construção das cidades segundo seus princípios artísticos, Camillo Sitte
O autor assume que as cidades atualmente são construídas e pensadas a partir de princípios técnicos e utilitários contrapondo-as as cidades antigas que contrariamente visavam o demorar-se, a estadia e a apreciação da arte. O autor se utiliza da análise de espaços públicos para fazer essa comparação, houve segundo ele uma mudança de significações para esses espaços, hoje muito mais atentos a necessidade de escapes da vida cotidiana, uma necessidade não só psicológica, mas também física no sentido das áreas verdes e espaços abertos para circulação de ar e etc. Concordo com o autor no aspecto histórico de que de fato nas cidades antigas os espaços públicos representavam a vida na cidade, eram muito simbólicos por abrigarem aquilo de mais importante para a existência destas, como lugar de assembleia, de comercio, etc e tudo isso estar livre no espaço, sem coberturas, sem paredes e limites, e a arte ter caráter guiador da disposição e composição destes e isso ser algo muito engrandecedor e refletirem uma sociedade com menos maleficios. Mas discordo em partes na comparação e utilização desses argumentos com o atual, há realmente a necessidade de áreas verdes e praças como escape, a vida das pessoas é pautada no utilitarismo do tempo, é preciso se programar para fazer tudo a tempo para minimamente sobreviver de maneira saudável. As praças já não abrigam mais as assembleias, as reuniões sociais se dão em casa ou em ambientes fechados protegidos da insegurança da vida contemporânea, assim como os mercados públicos, que hoje se fecham em decorrência disso também. As noções de conforto, de segurança, de publico e privado mudaram completamente e não temos como comparar, ou melhor, podemos comparar, mas no caso do texto me soa anacrônico.
Agora em relação a arte e o espaço público pensado para afetar os sentidos, como arte, tentando se equiparar aos efeitos da natureza sobre nós, tenho receio em discordar, pois acredito que o afastamento da sociedade contemporânea com a apreciação da arte e também da natureza seja um grande equívoco e a retomada disso seja algo que considero fundamental. No entanto, a noção de arte também mudou, a arte que o autor revela como esquecida, na verdade está resguardada por museus e por uma elite intelectual muito distanciada da massa. Mas há arte de massa, as pessoas veem televisão, vão ao cinema, leem grandes best-sellers, além da cultura popular, que ainda está presente na vida de muitas comunidades. Sim, as pessoas hoje mesmo quando vão a museus, tem dificuldade de entender essa tal arte, as pinturas e as esculturas não dizem tanto quanto os filmes que os fazem rir ou chorar, não acho que tenham perdido seu efeito, mas foram distanciadas das pessoas que não tiveram a oportunidade de aprender sobre sua importância. Não pretendo propor ou concluir uma solução para essa questão, afinal esse texto me levantou diversas inquietações e me fez refletir sobre o que é a arte atualmente, arte para quem? Para que? E são perguntas muito difíceis de responder assim tão brevemente. Considero esse texto muito importante, pois apresenta uma questão que geraria ótimas discussões.
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