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ANTIGA VILA OPERÁRIA DE JOÃO MONLEVADE/MG: IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE ACESSIBILIDADE E NECESSIDADE DE REESTRUTURAÇÃO - ANÁLISE COMPARATIVA AO MODELO DE VOLTA REDONDA/RJ

Por:   •  2/8/2017  •  Artigo  •  6.908 Palavras (28 Páginas)  •  611 Visualizações

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ANTIGA VILA OPERÁRIA DE JOÃO MONLEVADE/MG: IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE ACESSIBILIDADE E NECESSIDADE DE REESTRUTURAÇÃO – ANÁLISE COMPARATIVA AO MODELO DE VOLTA REDONDA/RJ

Former Vila Operária in João Monlevade/MG: impacts caused by lack of accessibility and need for restructuring - comparative analysis of the model the Volta Redonda/RJ

RESUMO

A preocupação com a acessibilidade espacial e a adequação da ergonomia dos espaços urbanos são alguns dos problemas enfrentados pela população que reside na antiga Vila Operária da cidade de João Monlevade/MG, atualmente denominado bairro Centro Industrial.  Quando se consideram as necessidades espaciais dos idosos, maior parte dos que residem no bairro, isso se agrava ainda mais, tornando evidente a necessidade de promoção de espaços seguros e acessíveis para atender este percentual significativo de moradores.

A proposta deste artigo foi voltar os olhos ao local de maior importância da cidade, pois foi o bairro que deu origem ao município de João Monlevade na década de 40 (quarenta). Além disso, objetivou-se demonstrar como é possível tornar acessível um bairro antigo construído sob premissas retrógradas e pouco urbanas, nos dias atuais, como ocorrera na cidade de Volta Redonda, situada no estado do Rio de Janeiro. A partir da realização de estudos bibliográficos, análises, pesquisas in loco e entrevistas com moradores e autoridades públicas, constatou-se que o espaço urbano da antiga Vila Operária não foi preparado para atender às necessidades específicas de parte da população, tampouco fora alvo de reestruturação pelo Poder Público com o passar dos anos, o que vem gerando a exclusão dos moradores idosos ao impossibilitá-los de vivenciar o bairro, motivo pelo qual mostra-se necessária a intervenção da Municipalidade para realizar  mudanças significativas no local, alcançando, assim, a  inclusão social almejada.

Palavras-Chave: acessibilidade, espaço urbano, idosos, inclusão social, reestruturação.

ABSTRACT

The concern with space accessibility and the adequacy of the ergonomics of urban spaces are some of the problems faced by the population that resides in the former Vila Operária of the city of João Monlevade / MG, now called Centro Centro Industrial. When considering the spatial needs of the elderly, most of those residing in the neighborhood, this is further aggravated, making evident the need to promote safe and accessible spaces to meet this significant percentage of residents.

The proposal of this article was to turn a blind eye to the most important place in the city, because it was the neighborhood that gave birth to the municipality of João Monlevade in the 40's. In addition, the objective was to demonstrate how it is possible to make accessible an old neighborhood built under retrograde and little urban premises, as it happened in the city of Volta Redonda, located in the state of Rio de Janeiro. Based on bibliographical studies, analyzes, on-site surveys and interviews with residents and public authorities, it was verified that the urban area of ​​the former Vila Operária was not prepared to meet the specific needs of the population, nor was it subject to restructuring by the public authorities over the years, which has led to the exclusion of elderly residents by making it impossible for them to experience the neighborhood, which is why it is necessary to intervene by the municipality to make significant changes in the place, thus achieving social inclusion.

Keywords: accessibility, urban space, elderly, social inclusion, restructuring.

INTRODUÇÃO

A proposição do presente artigo adveio das histórias vivenciadas na cidade de João Monlevade, mais especificamente, na antiga Vila Operária, objetivando refletir sobre a passagem do tempo e da memória nos corpos humanos, impactados pelos espaços urbanos. Vivências ainda atuais, tais como os buracos presentes nas ruas, as árvores caídas ao chão, o ruído da locomotiva ao chegar e partir na estação ferroviária, o sino que soa religiosamente na Igreja São José Operário aos domingos, proporcionam a intimidade e aproximação das pessoas com o meio urbano.

A intimidade com um espaço urbano é a memória que habita o corpo, cujo o físico insere-se no meio urbano. Tal familiaridade não se relaciona com padrões ou normas, mas sim com o incômodo causado aos corpos humanos esquecidos pelo espaço urbano, exigindo maior e empenho e diligência sob a perspectiva da arquitetura.

Notar uma cidade é dar a chance de se surpreender com a sua essência, afinal, a maneira como as pessoas se sentem varia conforme o momento, a localização e a perspectiva do espectador. O que diferencia o olhar é o que individualiza a percepção de cada um, aliada ao sentimento de quem está inserto no bairro. É notadamente diverso o olhar dos que estão inclusos no local, comparando-se ao daqueles que apenas estão de passagem pelo mesmo.Com isso é possível conjecturar o sentimento que cada morador transmite ao discorrer sobre o bairro que fundou a cidade em que residem.

O primeiro bairro erigido em uma cidade sempre carrega a história dos que deram origem ao novo município. No caso em questão, João Monlevade foi uma cidade que começou a ser construída em meados do século XX. No ano de1934 a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira promoveu um concurso para a construção da Vila Operária de João Monlevade, hoje denominada como “antiga”. Dentre 13 (treze) propostas apresentadas, os vencedores foram o arquiteto Lucio Costa e o engenheiro Lincoln Contentino. Ambos estavam sintonizados com o que havia de mais atual na época para os grandes centros urbanos, sendo certo que Costa já se arriscava nos primeiros passos do movimento moderno ao adotar o sistema construtivo das cidades-jardins preconizado por Le Corbusier.  

Como será demonstrado, a antiga Vila Operária de João Monlevade, hoje bairro Centro Industrial, infelizmente caiu no esquecimento das pessoas e do poder público, necessitando de uma reestruturação urgente e efetiva a ser implantada pelos cidadãos, com apoio da municipalidade.

O padrão de moradores para o qual fora projetada a antiga Vila Operária era de jovens em busca de novas oportunidades de vida e emprego na indústria siderúrgica Belgo Mineira. Entretanto, com o passar dos anos, o espaço mostrou-se inadequado para a dinâmica contemporânea da população residente, pois não acompanhou as mudanças das condições da população residente.

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